VALE CUTERRA
Disse eu, na crónica anterior; que no decurso de tempo, o VALE CUTERRE, rústico de «leyras» e «hereditates» sujeitas a “jugata”, em 1258, teria evoluído para “lugarejo” habitado com referência, ali, de batizados e óbitos no século XVIII.
Sim. Aquelas ruinas de «habitações e casebres» muito conhecidas por caçadores, pastores, agricultores e mateiros, totalmente ignoradas por arqueólogos e historiadores, interpelaram a minha curiosidade de caçador e investigador. Pisar a montes e vales atrás de perdizes dava-me algumas vantagens sobre colegas de ofício que se ficam pesquisando nas bibliotecas e arquivos.
Luís Alberto da Costa Pinto
Há muito que devo uma crónica escrita a este cidadão natural de Cetos. Há um bom par de anos que o tenho por amigo. Conheci-o através do seu pai Manuel Alcino Duarte Pinto, que não me regateou os seus préstimos quando a ele recorri para me ensinar e levar até ao sítio do Gandivao, na altura em que eu investiga a possivel localização dessa povoação medieval, dita desaparecida.
DA MORALIDADE DOS “CENTAVOS” À IMORALIDADE DOS “MILHÕES”.
Na crónica anterior aludi à BROCURA de 16 páginas, elaborada e vendida por “TRINTA CENTAVOS” cada exemplar, pelo Dr. Pio Cerdeira d’Oliveira Figueiredo, “oficial do Registo Civil de Castro Daire”.
Aludi, igualmente, ao processo de distribuição e venda usado pelo autor, no sentido de, sem o markting comercial dos dias de hoje, ser prestável aos seus pares e mais funcionários do Registo Civil, explicando a forma como APLICAR a nóvel TABELA de EMOLIMENTOS, de 5-2-1920.
Aludi ainda aos BILHETES POSTAIS e CARTAS que ele recebeu a solicitarem-lhe a remessa dos exemplares desejados em cada Repartição e esclarecimentos necessários, incluindo as diferentes interpretações que sobre alguns números e artigos da TABELA faziam alguns daqueles que tinham a responsabilidade de aplicá-la. Resultando daí que, neste primeiro quartel do século XXI, possamos aferir do valor fiduciário e moral dos CENTAVOS, a par da imoralidade dos MILHÕES de EUROS, de agora, ligados aos nossos governantes.
DR. PIO CERDEIRA D' OLIVEIRA FIGUEIREDO
Quando cheguei a Castro Daire, meu concelho de origem, retornado de África em 1976 e do Alentejo, em 1983, ignorando, por completo, a HISTÓRIA LOCAL, mas sabedor de ter havido na vila uma TIPOGRAFIA, onde tinham sido impressos vários periódicos com títulos diversos e presumindo que as suas páginas me dariam informações precisosas sobre tempos idos, pus os pés a caminho e bati de porta em porta à procura dos exemplares que, por ventura, tivessem sobrevivido à voracidade do tempo graças ao zelo dos leitores e/ou assimantes.
A PROPÓSITO DO ABORTO E DA EUTANÁSIA
ROMARIA DOS REMÉDIOS EM LAMEGO
No ano de 2005, com 66 anos contados, fazendo uma incursão aos porões da memória, trouxe ao tombadilho do momento a minha ida à romaria da Nossa Senhora dos Remédios, naquela cidade, por volta dos meus 10/11 anos de idade. Essa lembrança é hoje revista à luz da experiência e conhecimentos adquiridos ao longo de mais meio século de vida em cima.
Estaríamos em 1950, mês de Setembro, e, afoito na companhia dos mais velhos, aí vamos todos a pé, os rapazes descalços ou de alpargatas e as raparigas tamanquinhas na cabeça para chegarem inteiras ao destino, um bom par de quilómetros em carreiros, atalhos, montes e vales que separam a minha aldeia da cidade dos bispos, aquela onde fica o Convento das Chagas, que até ali estendia os seus domínios de terras e de foros.
SERÕES CULTURAIS
Do opúsculo que tratei na minha crónica anterior, editado pela Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, em 2008, que me foi emprestado, neste ano de 2022, pela jovem Luana Cardoso, natural de S. Martinho das Moitas, o miolo comporta alguns “Contos e Lendas” recolhidos na área geográfica daquele concelho.
Ora, para além das páginas que dele fotografei e já publiquei, neste meu site, achei interessante fotografar mais duas, aquelas que se seguem, pelas razões que os meus leitores/seguidores facilmente compreenderão.
LENDAS E CONTOS
Como o tempo voa. No afastado ano de 2004 coloquei no mundo o livro “Lendas de Cá, Coisas do Além” (edição de autor), cujo conteúdo proveio da recolha feita durante as minhas investigações no terreno, associado ao contributo dos meus alunos que envolvi na tarefa de recolherem junto de avós, pais e tios, parentela e conhecidos, tudo o que eles relatavam em conversas ocasionais ou que tinham ouvido contar pelos mais velhos, nos prolongados serões que se faziam à lareira. Aqui na serra, onde a LITERATURA ORAL ERA RAINHA.
CASTRO VERDE - REPOSIÇÃO DE TEXTOS DISPERSOS POR ARQUIVOS ANALÓGICOS E DIGITAIS
Durante “cinco tostões de conversa” que tive, no FACEBOOK (como se diz por estas bandas do Montemuro) com um amigo meu, natural do Alentejo, sabendo ele que eu estive a lecionar em Castro Verde, trouxe à colação a FEIRA DE CASTRO, cujo respigo se segue:
SAGA DE UM RELÓGIO
Um dia, testada que foi leveza do pêndulo naquele seu repetido vai-vem, pêndulo em forma de âncora de navio rematada em pião, qual arte dançante de gueixa, ele, originário do Japão, com essa sua arte, leveza e gesto, sem olhar ao longe e ao perto, a sua terra natal deixa, qual emigrante a fazer pela vida.
ASSOCIAÇÃO RECRATIVA E CULTURAL DE FAREJA, EM FESTA
Fareja, ano de 1981. Tempo de em que cada aldeia tinha de ter um campo de futebol em terra batida. Alguns habitantes em conversa amiga, pensaram e disseram:. «que tal uma Associação Recreativa, aqui, na aldeia? Boa ideia!» E dito e feito. Das palavras passaram aos actos. Em 18 de Fevereiro de 1981, no Cartório Notarial de Castro Daire, nascia, por escritura pública, a «Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Fareja», logo depois oficializada no Diário da República, III Série, nº 61 de 14-03-1981. A marca inicial «Desportiva» viria, mais tarde, a ser abandonada, dando lugar à actual designação «Associação Recreativa e Cultural de Fareja». Os responsáveis pela fundação foram os senhores, Manuel Ferreira Soares, Porfírio Lourenço Romão, Celestino da Silva Monteiro, Dário de Almeida Ferreira, José Carlos Ferreira Lourenço, Alfredo Jorge Ferreira Lourenço, Manuel José Pereira Pertancho, José Maria Carvalho Rodrigues, Carlos Alberto Pereira Soares, António Monteiro Diogo, Daniel dos Santos Costa, Amadeu Ferreira, Joaquim Ferreira da Silva, nomes e rostos que, os dirigentes posteriores da Associação, já com sede própria, acharam por bem colocar numa moldura e fixarem-na no átrio de entrada, em homenagem aos fundadores.
FISGADAS DA MEMÓRIA NO QUOTIDIANO
Qual criança que se diverte com uma fisga, estica o elástico e arremessa para longe a pedrinha entalada entre os dedos polegar e indicador, também a nossa MEMÓRIA, insperadamente, nos leva a sítios distantes para avivar momentos de convívio e caminhos andados.
É isso. Fomos colegas da faculdade e de profissão. Ele, o Arménio, alentejano, colocado em Aljustrel e eu, beirão, colocado em Castro Verde.
Ambos tivemos de fazer «cursos de reciclagem pedagógica/científica» (hoje diz-se para aí, nos órgãos de comunicação social, que “ensinar tem ciência». Ah!, Pois, tem, tem...) cursos, dizia eu, que ora decorriam em Portimão, ora em Faro.
A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS
Nos meus quilómetros de escrita e de vídeos averbo várias crónicas com o título “GENTE DA TERRA” e, ultimamente, sozinho ou acompanhado, tenho andado a calcorrear montes e vales, aqui pelas bandas do Montemuro, a falar com pessoas, esses livros andantes, a fazer registos fotográficos e em vídeo, caminhadas que têm dado conteúdo a textos, com visível marca GEOGRÁFICA,HIDROGRÁFICA, GENÉTICA E EPIGENÉTICA, intitulados “HERÓIS DA SERRA” relativos a pessoas, com extensão aos TOPÓNIMOS, uma espécie em vias de extinção.
Retomo a caminhada, desta vez para associar o que ficou dito por José Ferreira Miguel, natural da Relva, freguesia de Monteiras, com ascendência de Cujó, já que o seu bisavô, FIRMINO PEREIRINHA E SILVA, era oriundo daquela aldeia, membro da conceituada família dos PEREIRINHAS que eu muito bem conheci e conheço, quer pessoalmente, quer através leitura de documentos históricos.
LAMELAS – OS SEUS TEMPLOS E MILAGREIS
Recentemente o meu amigo Fernando Parente, de Lamelas, remeteu-me, via Messenger, o desenho da Igreja de Lamelas, com uma legenda onde pode ler-se o emprenho do fundador e ermitão «José Lopes», assim: «Egreja dedicada a Nossa Senhora dos Remédios da Divina Providência, na montanha de Lamelas, em Castro Daire, feita com a esmola dos devotos. Lembrança oferecida aos benfeitores, implorando a proteção para a sua conclusão das mesmas obras». O Fundador e Ermitão, José Lopes». (Ver toto em rodapé).
E solicitava-me esse meu amigo para escrever algo sobre o assunto ou repescar o que já, por ventura, houvesse publicado. Respondi-lhe que sim, Que já tinha escrito uma crónica sobre essa Igreja no jornal «Notícias de Castro Daire» e no meu velho site. Que iria espiolhar os meus arquivos e se encontrasse tornaria a pôr on line o trexto publicado. É o que estou a fazer, tanscrevendo «ipsis verbis», a que acrescento, no final «O DESENHO» que me foi enviado, assim:
A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS
Nas duas crónicas anteriores, falando das Monteiras, Relva, Mezio e topónimos adjacentes, falei dos “caminhos carreteiros”, da rede viária que ligava as aldeias da serra à sede do concelho. E aludi ao trajeto mais curto entre Monteiras e Castro Daire, passando por Farejinhas, atravessando o Rio Paivó nas POLDRAS do Carvalhal ou nas POLDRAS das Quebradas, à desbanda do Miravai, a subir para Vale de Lobos.
E o jornal «O Castrense» de 20 de Dezembro de 1915, confirma esse trajeto, dando nota do acidente que serve de abertura ao presente trabalho.
A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS
É da Escola Primária que nos vem o conhecimento dos nomes e cognomes dos nossos reis: D. Afonso Heniques, o Conquistador. D. Sancho I, o Povoador. D. Dinis, o Lavrador. E deixemos os outros.
Pois. É o que está nos livros de HISTÓRIA, mas os autênticos e verdadeiros conquistadores, povoadores e lavradores de carne e osso, eu os conheci por estas aldeias fora, a conquistarem terras fazendo muros de socalco nas encostas, a povoarem montes e corujeiras rodeadas de matos e lobos, a lavrarem as terras leves centeeiras com o arado radial celta e lavrarem com charrua de aiveca móvel as terras chãs e fortes de regadio para milho, batatas, feijões, abóboras e mais produtos de caldo.
Esses, de mãos calejadas e suor em bica, esses sim, eram e são para mim, os autênticos conquistadores, povoadores e lavradores. E mais do que reis, foram e são os HERÓIS DA SERRA, os que efetivamente, fizeram e mantêm PORTUGAL de pé. A minha maneira de ver a HISTÓRIA.
A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS
Nas últimas semanas, deste mês de outubro de 2022, tenho andado a calcorrear terras que atualmente integram a Freguesia de Monteiras, a propósito do Rio Paivó e TOPÓNIMOS que acompanham as suas margens, ao longo de todo o seu curso, desde os montes dos Testos/Cervela (ou Cervelha) onde nasce, até ao rio Paiva, onde desagua, a montante da Ponte Pedrinha.
Fiz alguns vídeos acompanhado por um cidadão natural da Relva, com ascendência à família PEREIRINHA de Cujó. É ele José Ferreira Miguel, Ex-agente da Guarda Nacional Republicana, portanto, ele e mais família, pessoas idóneas para confiar nas informações que todos me prestaram.
OS AMORES DE PEDRO E DE INÊS SERRANOS
Ter sido nado e criado na serra, ter calcorreado muitas das aldeias serranas, ter sido caçador e «ipso facto» obrigado a atravessar rios, ribeiros, regatos, a vau, sobre um pontêlo granítico de toneladas, apoiado engenhosamente nas suas margens por mãos de hábeis e experientes pedreiros, ter falado com muita gente, autoriza-me a comparar o mundo camponês a uma biblioteca e cada pessoa ser um livro cheio de narrativas abertas ou fechadas, consoante.
CASTRO DAIRE – GENTE DA TERRA
São vários os textos e os vídeos que tenho publicado falando de pessoas de Castro Daire, sob o título GENTE DA TERRA. Ora, tendo-me chegado, recentemente, através de um ex-aluno meu, o link de um GLOBO TERRESTRE (https://tjukanovt.github.io/notable-people) com a descrição feita a preceito, dividindo, por categorias (para regozijo do meu aluno e meu) os milhares de nomes nele referenciados como «PESSOAS NOTÁVEIS», mal andaria eu se não trouxesse aos meus TRILHOS SERRANOS esse link, só porque, entre os milhares de nomes que ali se identificam, se encontra o meu próprio NOME, seguramente para orgulho dos meus pais (se fossem vivos) e, claro está, meus filhos e netos em cujas veias corre o sangue do meu sangue.
Não e não. Se prestes me presto a divulgar a nossa TERRA E AS NOSSAS GENTES, por dever de cidadania e de professor de HISTÓRIA que fui, (com muitos agradecimentos vindos de longe - da emigração- pelo trabalho que tenho deseenvolvido e levado aos confins do mundo) obrigação tenho de me incluir nelas - nessas GENTES - já que, despercebido fico entre as entidades locais ligadas à INVESTIGAÇÃO E CULTURA que, de contrário, elas orgulhar-se-iam de ver ali, naquele GLOBO TERRESTE, entre tantos, o nome de um CONTERRÂNEO, nado e criado na serra, nada atreito a vénias e bajulações. Assim:
PARA CONSTAR E AVIVAR AS MEMÓRIAS
Fui Presidente da Assembleia Geral da Associação Recreativa e Cultural de Fareja, durante alguns mandatos sucessivos, na altura em que se estava a construir SEDE. E, na circunstância, dei o meu contributo à obra, segundo as minhas disponibilidades profissionais e responsabilidades de função. Era, então Presidente da Associação o senhor Joaquim de Almeida e Secretário o senhor Francisco Gonçalves.
Acompanhei a par e passo a construção da obra e praticamente todo o expediente necessário à receção de subsídios, fossem eles vindos da Câmara Municipal, fossem vindos de outras instituições públicas e até de particulares, tudo passou pelo meu computador e impressora a pedido dos senhores Presidente e Secretário, tal como existem nos meus arquivos digitalizados.
A par disso publiquei várias crónicas na imprensa relativas aos eventos que eram levados a cabo na ASSOCIAÇÃO por forma a enaltecer os méritos das ASSOCIAÇÕES LOCAIS e a necessidade de serem subsidiadas. É assunto que está historiado e não vou aqui repeti-lo, mas, parece-me pertinente trazer à colação, neste ano de 2022, o contributo dado pelo Estado a fim de se terminarmos a obra, um SUBSÍDIO conseguido por diligências minhas, do meu primo Manuel Carvalho Soares e do Presidente da Câmara de V. Nova de Paiva, Engº Diogo Pires. Fiz eco disso em crónicas publicadas, entre as quais destaco a seguinte. Assim:
- É uma “SURPRESA!”
Foi essa a expressão usada pelo meu filho mais novo, VALTER, quando me informou da aquisição de uma nova “LURA”, afastada (300 quilómetros de distância) do formigueiro humano que se movimenta e desliza como águas de invernia nos rios e ribeiras de leito asfaltado, nas avenidas, ruas e becos da cabeça do REINO e arredores, com rotundas, pontes, viadutos e túneis iluminados dia e noite.
CONTRIBUTO DE UM PROFESSOR DE HISTÓRIA APOSENTADO
Encantado por ter descoberto o encanto da minha meninice - o arincu, o vaga-lume, ou pirilampo, três nomes para o mesmo inseto - lembranças que permaneceram na MEMÓRIA ROM do meu cérebro (o computador humano que em vez de fios e chips tem neurónios), isto aos 83 anos de idade, idóneos, diferentemente da MEMÓRIA RAM que tenho detetado no computador de certa juventude estudantil que se mostra esquecida hoje do que aprendeu ontem (fruto de “varrimentos” sucessivos ou constantes cortes de energia) encantado, dizia, com esse encanto, não me dei por satisfeito com aquela luz fluorescente a rasgar o manto negro da noite, aquele pingo de cor verde caído na tela escura de breu, ou atirado para ali propositadamente por ignorado mestre da paleta e da pintura, num desafio às pessoas de cultura, os poetas e os escritores que tem nas letras a sua paleta de cores.
RECORDAÇÕES DE INFÂNCIA REALIDADES ATUAIS
Em 2015 publiquei no meu mural do Facebook o texto que depois transpus para o meu site TRILHOS SERRANOS e aqui reponho novamente. É o que dá corpo à PRIMEIRA PARTE deste APONTAMENTO e o que me levou a retomar o tema explicado fica na SEGUNDA PARTE, quer em texto, quer em vídeos alojados em rodapé. Assim:
UM HOMEM E UM LIVRO DE PESO
Recebi hoje, por correio normal, (dia 11-07.2022) o livro com o título “RETALHOS DA VIDA DO SONHADOR-FAZEDOR JOÃO VASCONCELOS (1975-2019”, editado pela “ACADEMIA DE ARTES E LETRAS LUSÓFONAS” primeira edição, dezembro de 2021.
Trata-se uma compilação de fotos e textos feita pelo Dr. Arménio de Vasconcelos, pai do foto-biografado, JOÃO VASCONCELOS, falecido prematuramente (43 anos de idade), como foi notório e público em todos os meios de comunicação, social, devido não só às funções políticas que desempenhou, mas também pelo muito que dele se esperava enquanto “sonhador-fazedor” como se diz na feliz expressão que integra o título da obra.
NÓS E A ARTE
Presumo não haver ser humano que, num qualquer momento, não volva os olhos para o passado e deixe de se interpelar sobre os caminhos que fizeram de nós quem somos, seres sociais, racionais, emocionais, artistas, uns e mais do que outros. Sobre o legado que herdámos e aquele que, pensando nisso ou não, estamos condenados a legar aos nossos vindouros. Esse legado sobre o qual deixaremos a patine dos nossos gostos, da nossa razão e das nossas emoções, da nossa forma de ser e de estar no mundo.
GEMINAÇÃO
Em 2016, reportando-me ao meu livro “Afonso Henriques, História e Lenda”, deixei no meu site “trilhos-serranos.pt” duas crónicas onde sugeri a GEMINAÇÃO dos concelhos de CASTRO VERDE e de CASTRO DAIRE.
OFERTA DE LIVROS
Saídos que foram do prelo os meus livros “RODA ENJEITADA” e “PEGADAS MINHAS”, os quais incluem conteúdos relativos aos concelhos de CASTRO VERDE e de CASTRO DAIRE, (TERRAS E GENTES) afigurou-se-me ser de elementar justiça e natural obrigação oferecer esses dois TÍTULOS às BIBLIOTECAS MUNICIPAIS de cada um destes CONCELHOS.
FALECEU UM AMIGO
Conheci-o, há muitos anos, como funcionário da Câmara Municipal de Castro Daire, nas funções de topógrafo.
Jovem, natural de Cotelo, freguesia de Gosende, pessoa educada e de poucas falas, nunca precisei dos seus servíços, mas sabia-o prestável e atencioso para com todos aqueles que dele necessitassem.
“O ÚLTIMO DOS MOICANOS”
Após publicação dos vídeos e do texto que fiz sobre a OSSADA que restou de um TEIXO que existiu em LAMELAS DE LÁ, essa árvore mítica e sagrada dos Celtas, tão «amada quanto odiada» que virou altar cristão de Santa Bárbara, a grande defensora contra as trovoadas, recebi, via MESSENGER, algumas fotografias vindas de “BARRÔ LAMELAS”(identificação facebookiana) sem qualquer nota explicativa.
Face à gentileza e cedência de tão precioso material fotográfico, ignorando eu a verdadeira identidade do remetente, apressei-me a agradecer-lhe pela mesma via, tal qual se mostra nos “prints” ao lado, cujo texto reproduzo para melhor leitura:
DOCUMENTOS HISTÓRICOS
Uma pessoa amiga, de Folgosa, o Mário, sabendo-me apreciador de documentos antigos, papéis manuscritos ou impressos, objetos utilitários, vários, saídos da inteligência humana para a humanidade servirem, ofereceu-me um GASÓMETRO MINEIRO (e doméstico) num estado lastimável. Na rodela metálica do “registo” enroscado na parte superior, depois de limpa, ainda consegui ler a marca “DOCAM” e a chancela da firma CAMPOS & CORREIA”.
SURPRESAS DE AMIGOS
Como é notório e público, a minha falecida esposa, MAFALDA DA BRITO MATOS LANÇA CARVALHO, era natural de Castro Verde, monte das Fontainhas, e ambos lecionámos naquela vila alentejana e também na cidade de Beja. Lecionámos e investigámos sobre a HISTÓRIA LOCAL, desde 1976 a 1983/84, ano letivo em que retornei ao meu concelho de origem. A minha esposa fá-lo-ia no ano seguinte.
Ambos deixámos naquelas terras as nossas pegadas e, para além dos familiares diretos (tias, tios, primas e primos) julgo termos deixado também alguns amigos. e De dois deles me chegou agora a SURPRESA que dá conteúdo a este apontamento.
MEMÓRIAS MINHAS
Como bem me lembro! Lá, na minha aldeia de Cujó, povoação iluminada apenas e somente com a luz do sol, da lua e das estrelas, semelhantemente às demais aldeias serranos, nesses anos 50 do século XX (onde iam os históricos tempos medievais?) sendo eu menino, o meu pai, como já escrevi em longo texto, braço estendido, dedo apontado à luminosa e larga ESTRADA DE SANTIAGO (a Via Látea), à Ursa Maior, Ursa Menor, seguir a cauda desta última e dizer: «olhem bem, aquela estrelinha que remata o rabo da Ursa é a estrela norte».
FORUM MONTEMURO 2001
Em 2001 realizou-se em Castro Daire o “FORUM MONTEMURO” no qual participei palestrando sobre o Mosteiro da Ermida, a par de outros palestrantes que discorreram sobre os temas naturais e históricos agendados.
Um dos palestrantes foi o PROFESSOR da UNIVERSIDADE DE COIMBRA, DOUTOR JORGE PAIVA, botânico de renome, que falou sobre a abundante e diversificada flora ibérica, quer nativa, quer invasora.
HISTÓRIA COM GENTE DENTRO
Todo o investigador que, debruçado sobre a HISTÓRIA LOCAL, se não contenta com as informações contidas nos manuscritos e outros documentos guardados na TORRE DO TOMBO, ARQUIVOS PAROQUIAIS e MUNICIPAIS terá, forçosamente, de consultar as BIBLIOTECAS BÍPEDES que se prestem a dar o seu contributo ao esclarecimento do passado próximo ou longínquo, até onde as leve as suas MEMÓRIAS.
«PASSAGENS DE UMA VIDA II»
A bem dizer, conheço o Agostinho da Silva Santos desde que somos gente. É um rapaz da minha idade, ambos nascidos no ano de 1939, moços que ultrapassámos os OITENTA, uma carrada de anos e de trabalhos, na aldeia e fora dela.
Já o entrevistei algumas vezes no CAFÉ CENTRAL, em Castro Daire, cujo assunto, em vídeo, alojei no meu canal do YOUTUBE. É só clicar nos links que anexo em rodapé.
Muitas foram as vezes que nos encontrámos a nesse ESTABELECIMENTO e outras tantas aquelas que o incitei a publicar no “Notícias de Castro Daire” as QUADRAS de que ele, na altura, me deu conhecimento. E, assim, ambos nos tornámos colaboradores assíduos daquele jornal, mais o António Duarte Pereira. Todos de Cujó e, cada qual à sua maneira, escrevia o sabia e lhe apetecia. E creio que nenhum de nós envergonhou a terra natal e as suas gentes.
ADRIANO CARDOSO MONTEIRO
Conheci o Padre ADRIANO CARDOSO MONTEIRO no ano letivo de 1983/84. Ele lecionava as disciplinas de PORTUGUÊS E LATIM na Escola Secundária de Castro Daire e eu, professor na Escola Preparatória João Rodrigues Cabrilho, na mesma vila, por falta de espaço nesse edifício, forçado era a dar aulas de PORTUGUÊS E HISTÓRIA nas salas vagas da Secundária, onde ele trabalhava.
Ambos professores, viemos à fala e a desenvolver uma sã camaradagem durante alguns anos, apesar de, conceptualmente, nos situamos em polos distintos no que respeita à CRIAÇÃO e FIM DO MUNDO.
DESTA VEZ, DA MINHA TERRA NATAL
Só mesmo as pessoas muito descuidadas não se deram conta deste meu enraizado vício em divulgar, na imprensa e neste ou no anterior site, trilhos serranos, através dos tempos, os nomes da GENTE DA TERRA, isto é, do nosso concelho, vilas e aldeias, indiferentemente do seu estatuto social e/ou profissional.
EQUÍVOCOS
Nos meus tempos de trabalhador-estudante, depois das sabatinas que fazíamos da matéria estudada antes de cada exame, havia sempre tempo e espaço para umas tantas anedotas que ajudassem a aliviar a pressão a que estávamos submitidos.
Nos meus tempos de trabalhador-estudante, depois das sabatinas que fazíamos da matéria estudada antes de cada exame, havia sempre tempo e espaço para umas tantas anedotas que ajudassem a aliviar a pressão a que estávamos submitidos.
GENTE DE BOM GOSTO
Há dias, quatro amigos (o meu primo Manuel Carvalho Soares, o seu cunhado Adriano Costa e outros) convidaram-me a fazer uma curta viagem ao centro do país. Certo de não me levarem por maus caminhos acedi ao convite e lá fomos nós. Virámos costas a Bragança, às suas brasileirinhas e, em direcção ao sul, via IP3, partimos em divertida conversata.
PERGAMINHOS RURAIS
Já deixei nesta página a fotografia do lavatório portátil que existia na casa dos meus pais, devidamente recuperado e tratado contra os males do tempo. Pintado, recolocado o espelho que estava em falta entre as duas recurvadas orelhas cimeiras e fixado o toalheiro de través, passou a ser uma peça doméstica decorativa e, simultaneamente, recipiente para arquivo dos brinquedos mais miudos dos meus filhos, depois de lavados e desinfetados.
APRENDIZAGEM E ENSINO
Desde que me lembro, eu dei sempre por perdido o dia em que não tivesse aprendido ou feito algo de novo. Sempre que me deitava, sono vem, sono não vem, desbobinava o filme do dia e feliz ficava por ter descoberto que, à minha experiência de vida, tinha, conscientemente, somado algo que não sabia nem tinha feito antes.
Estou com 82 anos de idade e ainda não perdi o hábito de rememorar a agenda do dia. O que fiz, o que devia ter feito e o que não aprendi e devia ter aprendido. E creio que essa “mania” se acentuou com a PANDEMIA que veio alterar a convivialidade social e a sujeitar-me a regras nunca pensadas, nem sonhadas.
INGRATIDÃO HUMANA
Quando se chega à minha idade e nos damos ao cuidado de desbobinar a fita cronológica onde está inscrita a nossa vida e a das pessoas que foram nossas amigas, surgem perguntas nunca feitas que, a fazê-las, ainda que tardiamente, têm todo o sentido e as resposras nos ajudam a entender o nosso semelhante, os SERES HUMANOS que somos nesta teia de relações que travamos nos trilhos da vida.
EM TEMPO DE CAMPANHA ELEITORAL
É assim que ouço dizer, muita vez, a pessoas do meu tempo. A muitos homens que passam a «velhice» em redor de uma mesa a ler o livro de «40 folhas», v.g. a jogar a «bica lambida» que Aquilino Ribeiro chamou «bisca samarreira» E pergunto-me em que tempo viveram essas pessoas para falarem desse jeito. Compreendo-lhes o «descontentamento», mas não lhes tolero a «falta de memória». E neste tempo de eleições legislativas, aqui estou eu, sem pretensões de PAPAGAIO, a lembrar-lhes a realidade humana e histórica em que chafurdaram, nesses tempos idos, tão próximos..
ENCONTRO DE AMIGOS
Recentemente, via Facebook, como já disse em apontamento anterior, somei ao meu rol de AMIZADES, Hermenegildo Borges, natural de Loivos, Trás-os-Montes, PROFESSOR que foi na UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA e também do CEJ, ali, naquela casa, dito de outra maneira, naquela FORJA donde, depois de muito darem ao fole, saem os JUÍZES portugueses munidos das ferramentas de que vão fazer uso nas bigornas que existem por estas comarcas do país - os TRIBUNAIS - onde desemboca todo o tipo litigância social. Ali, onde eles - JUÍZES - forjam, por sua vez, as SENTENÇAS para mérito ou demérito da Instituição e dos mestres que tiveram. Dando lugar à satisfação ou crítica do «auditório judiciário» esclarecido. Quem não se lembra da série de crónicas que publiquei no jornal «Notícias de Castro Daire» (disponíveis no meu site «trilhos serranos») acerca das sentenças produzidas pelos JUÍZES do «Tribunal Judicial de Castro Daire», do «Tribunal do Círculo de Lamego» e do «Tribunal da Relação do Porto», a propósito de um processo de que eu era um dos AA., que tramitou nesses tribunais?
O ENCONTRO
Insignificante átomo a viajar no infinito cosmos que integramos, quiseram os astros que eu, lá costa oriental da África, na xadrezada cidade de Lourenço Marques, cidade das acácias, tivesse um colega de liceu que, subindo à Universidade de Coimbra, se licenciasse em DIREITO e, optando pela MAGISTRATURA JUDICIAL terminasse a carreira como Meritíssimo Juiz Desembargador. O seu nome, com sua licença, é Pedro dos Santos Gonçalves Antunes.
Ele apresentou-me, posteriormente, um amigo seu, que meu amigo se tornou, Meritíssimo Juiz Conselheiro, Salvador da Costa, também ele já jubilado que professor foi, muitos anos, no CEJ.
OS CINQUENTA ANOS COMEMORATIVOS DE «QUANDO OS LOBOS UIVAM»
Cinquenta ano depois da publicação de «Quando os Lobos Uivam» realizou-se na aldeia de Soutosa, concelho de Moimenta da Beira, no dia 15 de Junho do corrente, junto da velha morada de Aquilino Ribeiro, atualmente património da Fundação com o seu nome uma cerimónia comemorativa da edição do livro citado.
NÓS E A NATUREZA
No texto que aqui deixei, há tempos, sobre o meu NASCIMENTO, aludi às MEZINHAS usadas na época para facilitarem o PARTO, entre as quais o CHÁ DO CORNELHO. A ele retorno, acrescentando, lá mais para diante o uso que nós, pastorinhos de escola, fazíamos da DEDALEIRA, planta conhecida também por CAÇAPEIRO. Pretendo, ao fim e ao cabo, vincar a relação estreita que o camponês era forçado a ter com a NATUREZA e dela tirar proventos, proveito e conhecimento.
ASINUS ASINUM FRICAT
É isso. Nesta sociedade moderna, século XXI, que se pretende seja inclusiva, os “velhos”, os “idosos”, cada vez mais numerosos, mais longa vida, devido ao avanço da ciência, associados à hodierna dinâmica familiar, migração e/ou emigração, filhos separados dos pais, netos longe dos avós, impõe aos governos medidas políticas e obrigações sociais nunca pensadas nem sonhadas em gerações passadas, tempo de comunidades rurais em definhamento, por força da desertificação e abandono dos campos, volvidos com o tempo polos de repulsa. Os empregos e “melhor vida” estão nas grandes urbes, volvidos, com o tempo, polos de atração e de encanto.
O BEM E O MAL
Anda o diabo à solta, mesmo à porta da igreja. Ele pertencia à escolta do Criador, mas, por inveja, querendo ser também SENHOR, revoltou-se contra o pai e este, num ai, estava-se mesmo a ver, vingativo, de castigo sem igual, em modos pouco ternos, fez dele Lucifer, senhor do mal e dos infernos.
LIVRO NOVO COM TEXTOS VELHOS
Estamos em 2021. E nestes tempos de PANDEMIA, que se pensa estar já ultrapassada, mas cujas sequelas físicas e mentais todos ignoramos efetivamente, quero deixar, nesta minha página, o esboço da CAPA e CONTRACAPA do livro que tenho na forja por sugestão do meu filho mais velho - NURO, e anuência tácita do mais novo - VALTER.
FORASTEIRO EM FAREJA
Devo dizer que, serrano de gema, só na vida adulta tive a oportunidade de ver um MOSTAJEIRO. E anoto agora, depois dos vídeos que publiquei sobre ele, ser desconhecido por muita gente. Eu sabia da existência dessas árvores através dos livros de Aquilino Ribeiro que, reportando-se a elas e seus frutos, me faziam lembrar os meus tempos de infância quando, juntamente com outros meninos de escola, qual bando de estorninhos, vindimávamos uma cerdeira enquanto o diabo esfregava um olho.
INFORMAÇÃO
Sem carteira profissional de jornalista, a bolsa que, quotidianamente, uso a tiracolo e o colete com muitos bolsos que, há muitos anos, faz parte da minha indumentária, a par dos trabalhos que vou publicando nos espaços digitais, abandonados que foram os espaços analógicos (E ALGUÉM VAI LENDO E AGRADECENDO) devem dar-me o aspeto caraterístico de um profissional de COMUNICAÇÃO SOCIAL, pois só assim se percebe por que razão as pessoas anónimas me procuram e pedem para ir aqui, ali ou acolá fazer notícia daquilo que julgam de INTERESSE PÚBLICO.
O PAPA
21-05-2005 – 19:47:18
Passado que vai algum tempo sobre a eleição do novo Papa, o que mais se poderá dizer sobre o assunto, ouvidas que foram as palavras sábias de tantos e tão inspirados eclesiásticos e jornalistas especializados em questões religiosos, destacados em Roma ou com assento nos media portugueses?
CAMPANHA ELEITORAL
O atual EXECUTIVO MUNICIPAL (presidido pelo Dr. Paulo Almeida) nos folhetos de campanha eleitoral de 2017, PROMETEU que iria REQUALIFICAR o espaço da PRAÇA DE TÁXIS, fazendo ali uma PARAGEM para AUTOCARROS DE TURISMO, visando, com isso, revitalizar ao CENTRO DA VILA, donde nunca deveriam ter saído esses mesmos autocarros.
TURISMO
O primeiro contacto que tive com as “CASCATAS DA POMBEIRA”, no concelho de Castro Daire, foi através dos POSTAIS ILUSTRADOS (a preto e branco) que correram mundo, divulgando tudo o que de notável e pitoresco existia no município. Isto, graças à iniciativa de alguns comerciantes locais que, procedendo assim, levavam longe, via CTT, o nome da sua FIRMA, mas também o que de mais atrativo havia turisticamente em redor de nós, fosse património natural ou fosse património edificado.
Chamaram-lhe um ESCÂNDALO, um PRETO, um JOGADOR DE FUTEBOL, um HOMEM COM SAIA e até um LADRÃO a fugir do templo, depois de praticar um assalto. Tolo. Com duas janelas ao lado e atravessou a parede sem a esbarrondar. Um milagre, por certo.
Já disseram quase tudo sobre a novel ESCULTURA de JOSÉ LUIS LOUREIRO posta no rosto da sacristia da IGREJA MATRIZ DE CASTRO DAIRE.
O TER E O SER
Em 2017 a RTP1 tranmitiu o DOCUMENTÁRIO com o título HUMANOS. Fiz um apontamento escito que publiquei neste espaço, mas, por razões que me são alheias, não pude localizá-lo na linha de “pesquisa”.
Porém como também o alojei no meu mural do FACEBOOK, fui lá repescá-lo novamente hoje para aqui e daqui poder remeter todos os que me seguem com um cibo de HUMANIDADE dentro de si para os retalhos alojados no YOUTUBE.
COGITO, ERGO SUM
Eu, que cogito e invejo a homérica e indomável vontade de Marco Polo, medindo, à cancha, a rota da seda em busca do desconhecido oriente longínquo. Eu, que cogito e invejo a homérica coragem de Fernão Mendes Pinto, enfrentando as náuseas do mar salgado e a doçura e deslumbramento de coisas nunca vistas, nem ditas, lá longe, muito longe, em terras e gentes ignotas. Eu, que cogito e me delicio a navegar no mar da Odisseia junto de Ulisses e dos seus companheiros de regresso à ucha, depois daquelas aventuras vividas e cantadas por Homero, em tempo que lá vai. “Filho da Ucha, para ela pucha”, assim me dizia o meu pai.
O FACEBOOK É UMA LIÇÃO
Na página facebookiana com o título LITERATURA E POESIA, de que é fundador e administrador o PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, AMADEU CARVALHO HOMEM, grupo privado para que tive a honra de ser convidado, deixei, hoje mesmo, dois COMENTÁRIOS suscitados pelo texto que ali publicou JOÃO VALENTE que titulou “CANTO DAS SEREIAS” referindo-se a ULISSES e ao seu regresso a Ítaca.
EU E ELA
Quando, com 22 anos de idade, tirei a carta de mota em Moçambique, (Lourenço Marques, lá no outro hemisfério ) antes de subirmos para o selim desse veículo de duas rodas, o instrutor obrigou-nos a olhar para ele e informou todos os instruendos das vantagens e desvantagens que resultavam de conduzir um veículo assim, na cidade e fora dela.
Perdi a conta aos textos que escrevi e publiquei com o título em epígrafe. Em pricípio numerei-os. Depois deixei-me disso e, porque lhe perdi a numeração, fiquei-me preguiçosamente pela designação simples de tudo o que escrevi reportando-me a este espaço de estudo e entretenimento, espaço que, em meu juízo, é o “mais democrático” dos espaços disponíveis onde se colocam fotografias, onde escrevem e onde se expõem ideias e emoções, coisas elaboradas de sabor e saber académicos, de interesse colectivo e futilidades pessoais que, não interessando sequer ao Menino Jesus, são de grande relevância psicológica para os seus autores. Por exemplo: quanto não vale partilhar com os amigos reais ou “virtuais” uma flor do nosso jardim, ou colhida algures no campo? Quanto não vale “parabenizar” um amigo em dia de aniversário? Quanto não vale mostrar que existimos e que estivemos nas Caraíbas, em Cuba, em Punta Cana ou nos PASSADIÇOS que viraram moda por este Portugal enfora?
ARTES E LETRAS
Centenário (sei lá se milenar) ele, o velho castanheiro da LEVADA DE FAREJA, acusando as mazelas das muitas IDADES MÉDIAS que testemunhou no TRIBUNAL DO TEMPO, repelindo as mazelas da lepra tão frequentes nas épocas que atravessou, está a cair aos bocados, podre de velhice. Não tarda nada dele restarão somente as fotografias e os vídeos que eu pus no mundo.
SEGUNDA FASE
Depois de muito trabalho, tanto exercício físico como mental, o timão velho, apodrecido e partido pelo reumático sofrido da velha charrua, cá da casa, foi substituído por um novo, rijo como ferro, de castanho velho, obra tomada em mão por um velho artesão que não é, nem nunca foi, carpinteiro de profissão, apesar de se ter familiarizado com as ferramentas ligadas à carpintaria, à agricultura, à pastorícia e à pecuária, desde que, em Cujó, então freguesia de São Joaninho, entrou no rol de ser gente.
PRIMEIRA FASE
Perteceu a esta casa e nela ficou quando por mim foi comprada e reconstruída. Em fim de vida, fora de uso, pelo trator substituída, em mau estado, o senhor Leonel, seu senhor, sabendo-me professor, no pátio a deixou ficar para museu. Mas eu, deixando-a exposta aos rigores do tempo - chuva, neve e vento, ao sol e ao luar - todos juntos, vendo-me descuidado, pois outros cuidados tinha, encarregaram-se de pô-la no estado avançado de degradação, para vergonha minha.
OS MORTOS MANDAM
"Nada demonstra melhor as dimensões coletivas do individuo do que o estudo das mentalidades; na verdade, analisar uma mentalidade é analisar um coletivo. Uma mentalidade não consiste apenas no facto de que vários indivíduos pensam a mesma coisa: esse pensamento em cada um deles, está, de diversas maneiras, marcado pelo facto de que os outros o pensam também”.
VEYNE (Paul) - Historia Conceptualizante" ín "Fazer Historia" (I) , Bertrand, 1977, pp. 97.
“A autobiografia e o romance autobiográfico”
por Gabriel Moreira Faulhaber
“A diferença na leitura recai então sobre o seguinte aspeto: na autobiografia o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação. No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado. Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
Conclusão.
O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à receção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
(in “https://www.ufjf.br/darandina/files/2012/09/A-autobiografia-e-romance-autobiográfico.pdf”
por Gabriel Moreira Faulhaber
“A diferença na leitura recai então sobre o seguinte aspeto: na autobiografia o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação. No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado. Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
Conclusão.
O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à receção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
(in “https://www.ufjf.br/darandina/files/2012/09/A-autobiografia-e-romance-autobiográfico.pdf”
NATUREZA
Não tenho crenças, mas se tivesse e acreditasse na REENCARNAÇÃO teria, por certo, ser leão numa das vidas idas. Aceitaria o pensamento do pensador e historiador grego HERÓDOTO que, na ANTIGUIDADE, alegava que a REENCARNAÇÃO" se dava instantaneamente após a morte, passando a alma para uma criatura que estava nascendo (que poderia ser da terra, da água ou do ar), percorrendo todas as criaturas em um ciclo de três mil anos”. (Wikipedia). REENCARNAÇÃO? Ver Heródoto e Platão.
OS AMIGOS DA ONÇA
Como professor que fui, nunca me cansei de puxar pela imaginação e criatidade dos meus alunos. E tive algumas surpresas nesses meus “impertinentes” incentivos.
Entre outras coisas, de ordem metodológica e didática, eu exigia que eles, no caderno escolar, fizessem um resumo da matéria dada na aula e, para ajudá-los, dava o exemplo com um esquema previamente elaborado por mim.
OS AMIGOS DA ONÇA
Não estou a falar daqueles que correm atrás dos sobejos - ditas sobras - e, à má fila, por cunhas e influências, procuram passar a perna aos que, de boa fé e crentes nas instituições de saúde e seus agentes, não deslizam sobre tais carris e, civicamente, se deixam ficar à espera da sua vez.
Foi o que aconteceu comigo, confiado que estava na informação dada pelo SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE veiculada pelos órgãos de comunicação social. E foi isso mesmo que aconteceu.
RECEITUÁRIO ELETRÓNICO
Em 14 de janeiro de 2017, alojei no meu site «TRILHOS-SERRANOS.PT» um texto relativo ao Dr. Sertório Dias, que para aqui respigo hoje mesmo, assim:
PANDEMIA
JOAQUIM ROCHA passou grande parte da sua vida como motorista de autocarros de turismo, profissão que o levou a correr todas as estradas da Europa, a conhecer nações e pessoas das mais diversas linguas e culturas e, cidadão ilteligente e atento que era às diferenças verivicadas entre pessoas e povos, a mundividência adquirida nesse seu vai-e-vem foi um contributo assinalável para a maneira de ser humana e sociável como o conheci.
Chegou a comprar um apartamento na Espanha para dar descanso ao corpo depois de tanto quilómetro andado. Não eram as estradas que hoje ligam a Europa toda. Não foi vida fácil. E depois de se reformar não foi romper os fundilhos das calças para os bancos de jardins públicos a jogar a bisca lambida. Agarrou-se à enxada e, num pedaço de terreno emprestado, próximo do seu apartamento, em Santo António dos Cavaleiros, cultivava as hortaliças e mais produtos da terra que no lar se consumiam. Uma vida ativa em jovem e em adulto e uma vida ativa no envelhecimento.
ARTES E LETRAS
Toda a BIBLIOTECA é um templo. Lugar, supostamente, de silêncio, meditação, leitura, elevação do espírito, dos afetos e do pensamento. E, sendo isso, a sua entrada deve anunciar ao crente (a toda a gente), por legenda ou por imagens, o espaço simbólico que vai pisar e o respeito que lhe merece...se lá entrar.
0 PEIDO DE LOBO
Os dois textos que se seguem foram colocados no meu mural do FACEBOOK, ,nos dias 25 e 26 do corrente, e resolvi colá-los neste meu espaço online para melhor os encontrar futuramente e livrar-me, assim, de mergulhar naquele poço sem fundo, onde é difícil encontrar algo ali posto, através da porta “REGISTO DE ACTIVIDADE”. Por essa via, para encontrarmos algo ali posto, até parece que estamos a descer as voltas do INFERNO DE DANTE.
Isto porque, em qualquer tempo futuro, próximo ou distante, estou disposto a emendar a mão e a reconhecer que não tenho mesmo nada a ver com as profecias do BANDARRA e outros profetas que começam a proliferar entre nós, aconselhando-me muito afoitos: “espera e logo verás!”.
PRIMEIRA PARTE
PEIDO DE LOBO (1)
25-01-2021
Há coisas que, para sabê-las, não é preciso ir a Coimbra. Aprendem-se a pisar a serra, um souto, um pinhal ou um sargaçal. Um simples camponês. Refiro-me, claro está, aqueles cogumelos, solitários ou agrupados, de cor branca, cabeça aproximadamente esférica, pequeninos, aos quais o povo chamou, muito apropriadamente, PEIDO DE LOBO.
Em criança, primeiro, e depois, em adulto, sempre que encontrava algum por onde quer que andasse, pisava-o e...PUM...o som mostrava que estava ali a razão do seu nome de batismo.
Não resistindo ao pontapé, cheio de ar, esfoirava-se num instante e largava, em redor, um pó malcheiroso, como que a justificar a designação. E... PUM...era uma vez um peido.
Tão ilustre figura veio-me à lembrança, após as eleições presidenciais de ontem. Os comentadores políticos e os políticos que integram o novel partido CHEGADO à cena nacional, abrem a boca de espanto, face aos resultados obtidos. O seu lider, de peito feito, fala alto e, arrogantemente, ameaça que chegou para crescer e ficar. Cuidem-se, pois, os restantes partidos. Pois não haverá governo em Portugal sem ele.
Atendendo à geografia dos votos que obteve, maioritariamente localizados nos meios rurais esuburbanos (isto diz muito!) estou em crer que sim, a não ser que nas próximas eleições, não resista ao pontapé do povo e se “esfoire” como o PEIDO DO LOBO... e era uma vez...
COMENTÁRIOS E PARTILHAS
Francisco Matos Brito
Vou partilhar pró Alentejo.
Abílio Pereira de Carvalho
Fazes muito bem, ó primo. Nem sei que te diga.
Fernando Martins da Silva
Professor, também vou partilhar, só para reforçar a partilha do Francisco Matos Brito, aqui por terras alentejanas.
Fernando Martins da Silva
Força, amigo!
Manuel Ferreira
Bem analisado, mas também sabemos de alguém que tem culpa.
Paulo Sérgio Ferreira
Mas afinal não é o povo quem mais ordena?
Abílio Pereira de Carvalho
Pois é, ó Sérgio. Eu bem o entendo. Mas por acaso já ouviu falar na “bisca samarreira”. Não. Eu lhe explico. É a “bisca lambida” assim designada por Aquilino Ribeiro, muito jogada nos meios rurais e suburbanos, nas mesas de jardins e largos públicos, por idosos reformados, sempre a “protestar” (com razão) contra os partidos que não os retiraram da miséria e situaçào de pobreza. Muitos deles ignoram Aquilino e o Peido do Lobo que incha lentamente e depois se esfoira num instante. Quem se lembra do PRD e dos seus líderes?
Paulo Sérgio Ferreira
Abílio Pereira de Carvalho
O PRD, salvo erro, foi fundado pelo ex Presidente Ramalho Eanes, não vingou, eu devia ter 12/13 anos, ainda não jogava à bisca.
Abílio Pereira de Carvalho
Paulo Sérgio Ferreira
Ora aí está uma coisa para refletir, ó Sérgio, se é que aprendemos algo com a HISTÓRIA. Se o PRD inchou de repente e não vingou com as figuras (muitas) credíveis que o lideravam, só mesmo alguém investido de PODER DIVINO pode vir a satisfazer os EGOS rurais e suburbanos, descontentes, esperançados num MILAGRE . E já agora, porque somos amigos há muito tempo, permito-me a fazer-te uma pergunta galhofeira. Disseste que nessa altura ainda não jogavas a BISCA. Então, pergunto eu, agora já usas samarra? Um pouco de humor, neste tempo de CONFINAMENTO, é um excelente TÓNICO para descomprimir. Certo? Abraço.
Paulo Sérgio Ferreira
Dr. Abílio Pereira de Carvalho
Não uso, mas já tive uma, com uma gola que parecia um rabo de uma zorra.
Abílio Pereira de Carvalho
Bem me parecia que tinha visto com uma. Sempre pronto, atento e vigilante, como convém a um cidadão de DIREITO. Não esqueço isso.
Antonio Julio Fonseca Brito
Professor, sem dúvida estou de acordo, é um peido de lobo.
SEGUNDA PARTE
PEIDO DE LOBO (2)
26-01-2021
Retomo o assunto, depois de alguns COMENTÁRIOS e PARTILHAS que recebeu o meu primeiro texto aqui publicado e também depois do que tenho ouvido, em discurso direto, pela boca dos COMENTADORES ENCARTADOS sobre o resultados eleitorais das últimas presidenciais.
Já tenho dito, mais do que uma vez, que tudo quanto escrevi na imprensa e nas redes sociais, ao longo da vida, foi sempre sem o respaldo da CARTEIRA DE JORNALISTA. Não posso, pois, ser acusado de “usurpador de funções”. E bem sabem os que me acompanham, há anos, qual a postura que tenho face à CORRUPÇÃO, AO COMPADRIO, AO AMIGUISMO E CAPELINHAS DE CONVENIÊNCIA. E a cultura, a convivência de muitos anos com povos de etnias e religiões diferentes colocou-me na posição HUMANISTA de respeitar todos eles.
Como RETORNADO que sou de Moçambique, a propósito da DESCOLONIZAÇÃO, escrevi, em 2005, in «MEMÓRIAS MINHAS»:
“Como professor, tendo ensinado e avaliado negros, brancos e mestiços, constatei que a inteligência não tinha cor, mas só agora senti na pele que também a não tem a raiva, o ódio e a dor”.
Pois, mas, em tempo de CONFINAMENTO, tenho-me entretido, com gosto, a ouvir os comentadores encartados, quer na rádio, quer nas televisões, quer na imprensa escrita. Todos muito espantados com o resultado das eleições e a alvitrar que vem aí o LOBO MAU.
Ora, se eles conhecessem o país e soubessem que é nos meios RURAIS e meios SUBURBANOS onde toma assento a velha alma portuguesa, o Portugal profundo (semianalfabeto, trauliteiro, tipo MALHADINHAS) espelhado nos idosos descontentes (com razão) com os partidos do ARCO DA GOVERNAÇÃO, todos ali sentados nos bancos e mesas existentes nos largos, praças e jardins públicos, a gastar o resto das suas calejadas vidas a jogar a “sueca”, a “bisca lambida”, a mesma que Aquilino Ribeiro chamou “bisca samarreira”, se tais comentadores soubessem isso, não estranhariam que o MESSIAS emergente, palavroso e prometedor da salvação da PÁTRIA, recebeu maioritariamente os votos desse descontentamento e protesto. O voto SAMARREIRO.
Mas, feito isso, numas próximas eleições, quando o tear fia mais fino, toda a petulância e arrogância manifestada por esse “enviado de Deus” para salvar a PÁTRIA, se ESFOIRA num instante, tal qual o PEIDO DE LOBO.
Isto, num país em que “é o povo que mais ordena”, enquanto outros mamam e engolem tudo o que ele “ordenha”.
Lobo mau? Era uma vez...«ou já chegamos à MADEIRA?».