A partir de então, todas as vezes que vinha a Castro Daire, era certo o nosso encontro pessoal, para falarmos com entusiasmo das NOSSAS TERRAS e das NOSSAS GENTES. História, cultura e comportamentos sociais, de BEM e MAL DIZER. Evolução e estagnação.
E num desses nossos encontros, sabendo que o PRODUTO DA MINHA INVESTIGAÇÃO, nem sempre agradava a todas as pessoas e instituições visadas, transmitiu-me uma expressão lapidar que ouvira ao seu padrinho, Abade da Ermida, Padre JOSÉ AUGUSTO DE FEITAS MARQUES. Assim; deixasse a «zoeira do carvalhal” e seguisse em frente. É o que tenho feito seguindo tão sábio conselho.
Fiz uso dos seus ensinamentos e de algum material fornecido nas páginas dos jornais onde escrevia e também no meu site “trilhos seranos.com” (site atualmente of line, substituído pelo «trilhos-serranos.pt) e o demais material ficou digitalizado no disco rígido do meu computador.
Aconteceu que o meu filho mais novo, nascido em Beja, filho de pai beirão (eu próprio) e de uma senhora alentejana (a minha esposa) adquiriu recentemente um “ninho” sito na linha divisória das Beiras e do Alentejo, como que fazendo jus à mistura do sangue que lhe corre nas veias. E, assim sendo, mostrou ensejo de fazer uso de uma secretária que me veio da família LANÇA, alentejana, secretária em cujas gavetas eu tinha alguns ARQUIVOS PENDENTES. Que sim, senhor. Era gosto meu que a levasse e nela eu visse confirmado o preceito bíblico: «filho pródigo à casa torna». Só teríamos que esvaziar as gavetas e arrumar os arquivos. Assim fizemos. E, fazendo-o, reapareceu o volumoso envelope com o matérial oferecido pelo meu amigo JOSÉ AGUATO DA SILVA FREITAS.
Manuseei-o novamente e trago hoje a esta minha página «on line» os “JOGOS FLORAIS” que tiveram lugar na PENSÃO ASTÚRIAS, no CARVALHAL, no longínquo ano de 1947.
Jogos abertos a todo o país, o tema versava sobre as TERMAS DO CARVALHAL e os concorrentes deviam expressar-se em QUADRAS DE SABOR POPULAR, sob pseudónimo. Pensado, dito e feito. E terminado o prazo, avaliadas as OBRAS LITERÁRIAS dos concorrentes, as primeiras SEIS mereceram o estaturo de « PRÉMIO» e as restantes de «MENÇÕES HONROSAS»
Digitalizo apenas as QUADRAS PREMIADAS que foram as seguintes:
1º PRÉMIO
Se me curar a preceito
Neste adorável rincão
Hei de erigir no meu peito
Um altar de gratidão.
Pseudónio: “Ninguém” = D. Judite Fialho, Lisboa.
2º PRÉMIO
Carvalhal das casas toscas
Das águas quentes e frias
Se não existissem moscas
O Paraiso serias.
Pseudónimo “Chapeu Alto” = M. Maria José Cardoso, Lisboa
3º PRÉMIO
A deficiência e o mal
Da pele, fígado ou rim
Nas Caldas do Carvalhal
Acham depressa o seu fim.
Psedónimo, Tília= D. Isaura Cardoso, Lisboa
4º PRÉMIO
Salve nobre Carvalhal
Cujas águas milagrosas
Dão a cura radical
Às doenças mais teimosas.
Pseudónimo, “Pim,Pam,Pum”= Caetano Fialho, lisboa.
5º PRÉMIO
Hei de cantar-te, oh aguinha
Das Termas do Carvalhal
Se me curas a pelinha
És uma água sem rival
Pseudónimo, “Castelo” = D. Josefina Antunes, Lisboa
6º PRÉMIO
Carvalhal terra de encanto
Carvalhal, terra de flores
Carvalhal, terra de sonhos
Carvalhal dos meus amores
Pseudónimo “Sécia” = M. Cassilda sousa Meneses Almada, Oliveira do Sul.