Trilhos Serranos

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A ECONOMIA, OS AFECTOS, AS PESSOAS E OS  POVOS

Para este NONO APONTAMENTO sobre a ESTRADA NACIONAL Nº 2  (a futura ROTA TURÍSTICA NACIONAL, ou como lhe queiram chamarescolhi a minha ida para Viseu, em 1958, com 18 anos de idade. Já aludi à minha ida a Lamego, dois anos antes, na companhia de um burro com umas cangalhas em cima, ESTRADA NACIONAL N. 2, abaixo eacima, buscar 40 litros de TRATOL para alimentar o motor LISTER que fazia girar a moagem do meu pai. 


A ECONOMIA, OS AFETOS, AS PESSOAS E OS POVOS

Este é o "oitavo apontamento", melhor diria, o "oitavo andamento" que aqui deixo sobre a «ESTRADA NACIONAL N. 2», aquela (cujo percurso atravessa Portugal de lés a lés, no sentido longitudinal)  que tem para mim um profundo significado histórico e  humano de tal modo vivenciado que me dispensa de compará-la à mítica Route 66 nos EUA.

A ECONOMIA, OS AFETOS, AS PESSOAS E OS POVOS

Tenho vindo a referir as minhas relações afetivas e utilitárias com esta rodovia que, ao longo de séculos, não só mudou de nome, mas também, aqui ou além, foi sujeita a acrescentos e pequenos desvios nos seus elos de ligação ao seu longo percurso CHAVES-FARO.

Artéria principal a rasgar o país de cabo a rabo, os topógrafos modernos, com toda a parafernália de equipamentos ligados à profissão, nunca se desviaram muito das linhas traçadas pelos romanos que, cosendo a Península Ibérica nas mais diversas direções, deram substância à expressão "todos os caminhos vão dar a Roma"  com a qual abri o  QUINTO APONTAMENTO.

A ECONOMIA, OS AFETOS, AS PESSOAS E OS POVOS

No último apontamento mostrei a minha relação afetiva com esta via rodoviária que liga Portugal de lés a lés no sentido longitudinal: CHAVES-FARO. Referi os quilómetros que, há anos, rodei sobre ela vencendo a distância que separa Castro Verde/Castro Daire e vice-versa, ao volante da minha carrinha Citroen Dyane. Ilustrei o texto com uma foto  tirada num momento de pausa, à sombra de um sobreiro no Alentejo. Eram os meus filhos mais bebés do que são hoje os filhos deles: os meus netos.

«Quem tem boca vai a Roma!». «Todos os caminhos vão dar a Roma!» . 

Aos setenta e sete anos de idade (bem perto de usar a bengala) recordo muito bem estas duas  expressões que os adultos me diziam a mim, e aos meninos da minha idade, para incutir-nos confiança e, sem medo, calcorrearmos os carreiros, caminhos e veredas que rasgavam os montes e as serras onde nós íamos guardar gados. Ali, em plena liberdade, sem os cuidados paternalistas e vigilantes dos nossos pais a fazermos as mais incríveis e arriscadas brincadeiras.

ESTRADA NACIONAL N. 2  (QUARTO APONTAMENTO)

Ontem, dia 04 de novembro, repescando os apontamentos que eu tinha feito nos dias 12 e 27 de outubro sobre a tão falada REQUALIFICAÇÃO da ESTRADA NACIONAL n 2, alojados no meu site "Trilhos Serranos" e nesta página, estava longe de pensar que um dia depois, hoje mesmo, voltaria a falar no assunto, ilustrando o texto com um vídeo que alojei no Youtube em 11-10-2012.

ESTRADA NACIONAL N. 2 (TERCEIRO APONTAMENTO)

No dia 12 p.p., num texto que coloquei nesta minha página, aludi ao debate de RESOLUÇÃO que, nesse mesmo dia, teve lugar na ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA sobre a REQUALIFICAÇÃO DA ESTRADA NACIONAL N.2 que liga CAHVES a FARO.

ESTRADA NACIONAL N. 2

Hoje (dia 12 de outubro) estive na Assembleia da República. Assisti ao debate dos PROJETOS DE RESOLUÇÃO (PSD, CDS-PP, PS) sobre a REQUALIFICAÇÃO DA ESTRADA NACIONAL N. 2, a grande via que atravessa Portugal de norte a sul, de Chaves a Faro.

O EIXO DO BEM

"O EIXO DO MAL", programa semanal da SIC NOTÍCIAS foi hoje "ouvisto" e gravado por mim. Um moderador e quatro sábios da política nacional, melhor dizendo, três sábios e uma sábia, botam ali faladura. Sei o nome te todos, mas não digo. Digo apenas que me identifiquei, em absoluto, com as convicções e argumentos de dois participantes e me criou um certo asco o raciocínio e argumentos dos outros dois. Por serem sobejamente subjectivos.

O QUE SOMOS

Ainda pequenino -  quanto tempo já la vai? - agarrado à mão do meu pai, com toda a vida pela frente (que longe estava a velhice! )  era isto que eu ouvia - que chatice, que ameaça feia - na proclamada homilia do cura da minha aldeia, ou na boca do pregador encomendado em dia de sermão e missa cantada, num domingo ou num feriado.


 PELA RUA ABAIXO, 2

Junto ao quelho e estrada, a casa de duas irmãs padeiras. Uma ficou para tia solteira e outra foi a mãe do Padre António Silva, que, inteligente, a deixou, depois, às suas criadas.

PELA RUA ABAIXO, 1

Nascido em  10 de Março de 1907CARLOS EMÍLIO MENDONÇA OLIVA, um dos herdeiros do solar brasonado do cimo de vila, frente à capela de São Sebastião, emigrou para o Brasil com 19 anos de idade. Na década de sessenta do século XX, depois ter visitado pela última vez a terra natal, escreveu um conjunto de QUADRAS nas quais deposita relevante informação histórica sobre CASTRO DAIRE, o seu concelho de origem, poesia sobre a qual tenho vindo a discorrer nestas minhas crónicas. Esta é a nona, uma espécie de decalque do trabalho que me chegou às mãos através do Dr. Jorge Ferreira Pinto, seguro de que eu não deixaria de reflectir sobre  as informações escritas e legadas.

MUNDO DO AVESSO

Ele pensava que ao SÉTIMO descansava. Enganou-se. Com a ideia ferrada na cachimónia de que as pessoas no FACEBOOK não apenas se desnudam, mas se põem do AVESSO, entrei consultório dentro e perguntei: já viu uma pessoa do avesso? Eu não, tenho passado a vida profissional a tentar vê-las por dentro, mas do avesso, isso não. Já tenho visto ideias e pensamentos arrevesados, retorcidos, falsos, meadas difíceis de desenrolar, mas pessoas do avesso, isso não. Pois eu esta noite vi o mundo todo do avesso.

BANDA FILARMÓNICA

Em 2005, no meu livro «CASTRO DAIRE, OS NOSSOS BOMBEIROS, A NOSSA MÚSICA» deixei a «HISTÓRIA da BANDA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS» nas suas raízes designada por "ORQUESTRA",  «BANDA FILARMÓNICA» e «FILARMÓNICA CASTRENSE». Desse livro são as 4 fotos que ilustram esta crónica, com destaque para a de 1957, a preto e branco, pelas razões que mais adiante se entenderão.

O CRUZEIRO

«Trin...trim...trim...» é o telemóvel que toca. Atendo e tenho do outro lado a voz do Dr. Jorge Ferreira Pinto a comunicar-me que já tem mais "versalhada"  do autor anónimo, proveniente dos familiares de Lisboa. Autor  a cuja identificação eu cheguei através do verso em que ele se refere à doação do Jardim das Camélias, em Folgosa, por escritura pública. Lembra-se, amigo leitor? É ele CARLOS EMÍDIO DE MENDONÇA OLIVA.

INVESTIGAÇÃO

Tive um professor de liceu, em Lourenço Marques, conhecido entre os alunos pela alcunha "o Carocha". Julgo que na altura desemprenhava as funções de Director ou sub-director do Museu Álvaro de Castro, museu que veio a mudar de nome após a independência para Museu de História Natural de Maputo.
Advinha-lhe a alcunha do facto de ele se dedicar à investigação de tais "bicharocos" e à consequente publicação ilustrada de obras afins. O seu nome próprio, foi engolido pela alcunha e daí a injustiça de me ter esquecido dele, ainda que bem recorde o seu perfil físico e pedagógico.
Pessoa tão sábia, quanto humilde, ele não dava aulas, no sentido geral do termo, isto é, não subia ao estrado e debitava dali para baixo a matéria compendiada e programada. Não. Ele tinha "conversas" connosco e, creio que nessa sua postura informal, estava o encanto que me levou a gostar dos bichos, a mim, homem do campo. Lembro que no rol de fotos tiradas por mim e por mim publicadas no meu espaço do Facebook está uma "vaca loira", com uma cornadura que faz inveja a qualquer ganadeiro, criador de gado bravo. 
Ele tinha por hábito não largar o cachimbo. Sempre com ele entre os dentes, só o tirava da boca para ajustar o tabaco na "fornalha", não me lembro se com o dedo polegar, se com os apetrechos que para isso havia e há, apetrechos que também eu usei, enquanto esse vício me perseguiu. Hoje esses apetrechos são peças decorativas da minha biblioteca. Morreu de cancro, morte que foi sentida, penso eu, por todos aqueles que com ele trataram.
E vem isto a propósito daquele insecto que aparece pintado no busto daquela estatueta da República, publicado no meu livro "Implantação da República em Castro Daire-I", em 2010 (a preto e branco) e, recentemente, no meu espaço do Facebook e também no mural do DOUTOR PROFESSOR Amadeu Carvalho Homem.
Fosse ele vivo e, em 2010, quando fotografei aquela estatueta, dadas as interrogações que me pus sobre aquele insecto pespegado no busto da 
República, ter-me-ia dirigido a ele, a perguntar-lhe que "carocha" era aquela. Não o podendo fazer e ligando a estatueta a um republicano que integrava a ala "democrática" dos republicanos, em terra onde existiam as outras duas correntes (evolucionista e unionista) fiquei-me com a ideia de que se tratava de uma marca distintiva entre os grupos republicanos. E mais nada.
Mas o problema levantado agora pelo PROFESSOR DOUTOR Carvalho Homem fez-me voltar à questão e acho que este PROFESSOR, não sei se ciente disso ou não, ao publicar uma capa de livro com uma estatueta semelhante, levantou uma boa via de investigação que urge desenvolver. 
Cá por mim já fui ver tudo quanto existe na Net sobre bustos da República. E entre tantos, com o tal bichinho ao peito, desenhados e pintados em posições diferentes, só aquela estatueta que faz capa de livro e aquela que eu próprio publiquei. 
Quanto a mim, a primeira coisa a averiguar, seria saber que os dois proprietários pertenceram ao mesmo partido. Se ambos viviam em meio rural, pois tratando-se de um insecto, ele estava ali como símbolo e com um significado tal, que os camponeses apreendiam de imediato. 
Devo confessar que nestas minhas interrogações não descartei a possibilidade daquela joia, pegada assim, solitária (de momento não me lembro do nome que se dá a uma jóia dessas) no peito da República, não era a forma irónica e cáustica de criticar os adornos peitorais da Rainha D. Amélia. A República tinha de ser popular e um adorno silvestre, um besouro bem conhecido por camponeses, ajudava bastante. E mais ainda, a estatueta que eu fotografei tem o tamanho de uma "boneca" daquelas que então se davam às meninas, pelo que também não descartei a ideia de os republicanos, divulgarem a imagem da República, através de um brinquedo, mesmo que sendo de barro.
E mais ainda. Um dos bustos que fotografei está tal qual saiu da cozedura, dando a impressão que os "barristas" coziam a peças e vendiam-nas assim, virgens, deixando ao proprietário a liberdade de pintar a seu jeito e gosto os elementos decorativos que integravam o molde.
Parece que há mesmo muito que investigar e o PROFESSOR DOUTOR Carvalho Homem, assim a modos que não quer a coisa, abre vias de investigação. PROFESSOR É PROFESSOR! E o FACEBOOK É UMA LIÇÃO.

 

NOTA: posto no FACEBOOK em 7 de outubro de 2014

 

PELOURINHO

Uma informação preciosa que se encontra na obra de CARLOS MENDONÇA é a que dá corpo à QUADRA que se refere ao CRUZEIRO que existia no cimo de vila, vizinho do SOLAR BRASONADO que o viu nascer, ali mesmo ao pé da capela de São Sebastião, atualmente levantado do LARGO DO CASTELO conhecido pelo pomposo, mas errado, nome de PELOURINHO. 

«DOIDA NÃO E NÃO»

Quando me dispus a discorrer sobre o texto que me chegou recentemente às mãos entregue pelo Dr. Jorge Ferreira Pinto, disse, logo a começar, que não se tratava de "uma peça literária, do ponto de vista da forma e da métrica" mas, sim um texto onde o nosso concelho nos aparece em "verso humilde celebrado", no qual se regista para a posteridade "informação histórica, geográfica, costumes e até, aqui e além, traços de caracter de alguma gente", aspetos sobre os quais incidiu e se inclinou a lupa o observadora de CARLOS MENDONÇA.

O VELHO CAMINH0 DA SOBREIRA

Nesta minha saga de INTERPRETAR e divulgar o «hino» escrito e cantado por CARLOS MENDONÇA, um dos herdeiros do «brasonado solar» do cimo de vila, onde atualmente funciona o «CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO MONTEMURO E PAIVA» (como já vimos), aquele cidadão que, cirandando pelo concelho, disse ter unicamente a sua «sombra como pagem», hesito em afirmar se eu tomei o lugar da sombra desse cavaleiro andante ou se foi ele que assumiu o papel de SANCHO  PANÇA e se tornou o «pagem» deste D. QUIXOTE, deste «cavaleiro de triste figura» que ainda não desistiu de levar longe o nome de CASTRO DAIRE (através de textos e imagens) mesmo que, aparentemente, isso pareça uma luta «contra moinhos de vento» e, como tal, garantida esteja a batalha perdida. Ou talvez não!

SÃO BENEDITO

No hino, escrito em quadras (provavelmente nos anos sessenta do século XX) que CARLOS MENDONÇA cantou sobre "CASTRO DAIRE" (este é o título que ele deu à sua composição dividida em 13 CANTOS"), vem em primeiro lugar a "magnífica Igreja Matriz, sumptuosa, bela como uma Catedral", com enfoque no seu interior, assim:

 POESIA E HISTÓRIA 

Identificado o autor do texto anónimo que, através do Dr. Jorge Ferreira Pinto, me chegou às mãos dactilografado, autor de seu nome completo  CARLOS EMÍDIO DE MENDONÇA OLIVA, necessário se impõe que diga algo mais sobre tão «ilustre cavaleiro andante» pela vila e pelas aldeias do concelho. Trata-se, tal como já publiquei no meu site trilhos serranos (versão ".com" e versão «.pt» ) do filho mais novo de ANIBAL CORREIA DE MENDONÇA (06.11.1867 a 14.09.1928) e de DONA MARIA CELESTINA DE FRIAS OLIVA (21.01.1878 - ?) que, tal como os irmãos mais velhos, emigrou para o Brasil, onde residia, à data da escritura de doação, do Jardim das Camélias, em Folgosa,   como vimos. 

POESIA E HISTÓRIA

Há dias, passando eu junto do coreto, alguém, lá do fundo, chamou por mim. Era o senhor General José Agostinho Melo Ferreira Pinto, irmão do  Dr. Jorge Melo Ferreira Pinto.  A finalidade do chamamento era felicitar-me pela autoria do livro «O HOMEM DA NAVE, DEVOTO DE DIANA», que o seu irmão, médico,  lhe oferecera pelos seus anos». 


1 - ESTACIONANDO

 Prometi voltar a esta página com uma «crónica devidamente ilustrada com fotografias» e, com ela,  dar por finda esta ROMAGEM A COMPOSTELA, começada no p.p. mês de maio epenosamente prolongada até este final de outubro. Parafraseando Aquilino Ribeiro, direi que, «esgotado o bornal e esvaziada a cabacinha, vergado sobre o bordão» prometi e cumpri, tal como fez  o senhor Vereador do Pelouro do Trânsito do Município de Castro Daire, Leonel Marques Ferreira, face ao problema que lhe coloquei sobre a falta de um espaço na vila de Castro Daire para estacionamento de motociclos.   

Com efeito, no seguimento do e-mail que me remeteu em 11-08-2016, a dar-me conhecimento de que «em reunião ordinária» desse dia o Executivo Municipal tinha deliberado criar um espaço destinado ao estacionamento para motociclos, ele, no dia 16/08/2016 17:47, remeteu-me novo e-mail informando-me da localização do espaço que foi escolhido pela  sua  «centralidade e fácil acesso». Assim:

UMA LIÇÃO

Pegando nas palavras de Chico Buarque para quem a " solidão é quando nos perdemos nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma", nesta minha postura solitária, mas também solidária (ao contrário de outros que pediram para serem meus amigos, mas nunca mais apareceram, apesar de eu saber que, silenciosamente, me entram porta dentro e bisbilhotam todos os cantos da minha casa) continuo a navegar e a divagar no Facebook, onde todos os dias aprendo algo de novo sobre o ser humano, desde o que ele tem de mais sublime ao mais sórdido, da mais apreciada sabedoria e bom senso, à mais rasa e rasca banalidade. 

Veja só, passados todos estes anos (estamos em 2016 e pergunto, há quanto tempo não nos vemos?) cá estou eu a dirigir-me a si em "carta aberta" publicada nesta minha página que, há tantos anos , mantenho aberta na web.

Por quê só agora? Eu lhe explico: não é  para dirimir-me do pecado de nunca lhe ter agradecido a amável e inteligente dedicatória que lavrou na testada do livro que teve a gentileza de me oferecer, mas para agradecer-lhe, isso sim, algumas informações históricas que nesse livro deixou sobre o concelho que administrou durante vários mandatos que exerceu como Presidente da Câmara.

 

O Executivo Municipal, por proposta fundamentada do senhor Vereador do Pelouro do Trânsito, LEONEL MARQUES FERREIRA, na sua reunião ordinária do dia 11-08-2016, deliberou criar um espaço destinado ao estacionamento de «ciclomotores, motociclos e velocípedes» num local privilegiado pela «centralidade e fácil acesso». Cito:



Para poupar os meus neurónios fui ao GOOGLE e eis o que copiei sobre FRUSTRAÇÃO E FRUSTRADOS. Tudo a propósito de todos os fabianos que anonimamente, sem nome nem rosto (ou mesmo com nome e rosto) se acomodam, anos seguidos, nas ESQUINAS da vila de Castro Daire a lamuriarem-se contra a gestão municipal. Não perco o meu tempo a ler tais lamúrias, ainda que pessoa amiga me diga que algumas dessas lamúrias estão cheias de conteúdo e de oportunidade. E não leio, porque me recuso a "gastar fósforo" inutilmente. A minha bitola crítica, com nome e rosto públicos, visa resultados públicos de interesse colectivo (veja-se o caso do parqueamento para MOTAS deliberado recentemente pelo Executivo Municipal, ao lado das QUATRO ESQUINAS) e renega a projecção pura e simples de "egos" frustrados e frustrantes, por inúteis que eles são. É que a CIDADANIA exige nome e rosto, exige credibilidade, exige comportamentos que conjuguem LIBERDADE/RESPONSABILIDADE cívicas. Tão só. Mas, vamos ao GOOGLE:


I - RODANDO

 1 -  Decorre o mês de agosto. E, como bem se lembram aqueles que me seguem nesta minha página, no dia 24 de maio p.p., (repito, maio p.p. ) após o pagamento de uma multa de  €60 euros no Posto da GNR local, por alegadamente ter a mota de que sou proprietário «estacionada na praça de táxis», redigi e dirigi, devidamente ilustrada com fotografias,  uma exposição de protesto ao Exmo. Senhor Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana, em Lisboa, via e-mail, texto que, igualmente, e pela mesma via, remeti, de imediato, ao Exmo. Vereador do Pelouro do Trânsito do Município, senhoLeonel Marques Ferreira.

 

O FACEBOOK É UMA LIÇÃO


Nesta minha avidez de conhecer e divulgar o mundo, não só apoiado em matéria de "fastigímia" humana, mas também dos actos menos "faustos" para a generalidade das pessoas, não resisto a contar aqui alguns que não o sendo para o comum dos mortais, "faustos" foram para os protagonistas intervenientes nas narrativas que relatam.


Com o título em epígrafe, assinado pelo Dr. JOAQUIM DUARTE, cidadão que não tenho o prazer de conhecer (ou se conheço, não estou, de momento, a associar o nome à pessoa) foi publicado no último número do "Notícias de Castro Daire", de 10 de julho do corrente ano, um pequeno-grande e honesto "comentário" alusivo ao que se vai passando no nosso concelho, terras e gentes.

A MÍSTICA DO FUTEBOL E DOS NÚMEROS

No meu livro "Mosteiro da Ermida" publicado em 2001, acerca das misteriosas SIGLAS inscritas nas pedras daquela igreja, concelho de Castro Daire, discorri sobre o significado aquela que aparentemente, tem a forma de um 9.

Creio não ser despropósito revisitar esse texto, pois nele podemos encontrar alguma explicação para ser o EDER a arrumar, de vez, a "mala-pata" que os portugueses tinham com os franceses no domínio do futebol. Ora vejam o que escrevi nesse livro:

 

O texto que deixei nesta página relativo à multa de €60 euros que tive de pagar recentemente por presumivelmente ter infringido  o« artº tal e tantos» do Código da Estrada, levou a que me aconselhassem a recorrer para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), conselhos que me recusei a satisfazer por dever de princípio que, qual «chip» de identificação, me foi introduzido sob a pele e faz parte da minha personalidade e do meu carácter.

 

A LOUCURA

Não sabeis, mas neste ano de 2016, em hora e dia não fixado, entrou na órbita terrestre uma sonda vinda de planeta não identificado, perdido no espaço sideral. Repercutidos de onda em onda, de estrela em estrela, de planeta em planeta, cometa em cometa, todos os meteoritos que vagueiam  sem destino no espaço infinito, a cada um deles chegaram marcantes e sonoros sinais. E apesar da lonjura, os cientistas siderais intrigados, usando ciência certa, física e matemática ignoradas por nós, construíram uma sonda, enviaram-na em direção à Terra e, terminada a viagem, ali anda ela em missão de espionagem.

 

DESABAFO

Solitário, sentado à mesa, espero a refeição da noite. Cumpro a obrigação de me alimentar, para manter a carcaça viva, andante e pensante.

Ali ao lado, meia dúzia de amigos, bebericando o seu copo de vinho, picando a moela com o palito, falam alto, discutem, bebem, copo sucede a copo e, em cada gargalhada avinhada, eu confirmo a felicidade rural que via nos homens dos meus tempos de criança, encostados aos balcões das tavernas, tampos salpicados de rodas vermelhas, desenhadas pelos copos virados ao contrário, código que o taberneiro entendia como "encher de novo", pois a rodada continuava.

Solitário, neste meu comportamento urbano (digamos que quase bisonho) atento a todos àqueles jeitos e trejeitos, neste minha posição de espectador, das coisas, dos tempos e das gentes, vejo-os virados de costas para a TV, alheios totalmente ao noticiário, às informações, às intervenções inflamadas dos políticos, uns a contradizerem outros, a propagandearem as formas diferentes de resolverem a crise, o desemprego e a fome já entrada em alguns lares do país.

"JUÍZES, TREMEI DO HOMEM..."

Nos tempos que devorava livros, passou-me pelas mãos "Breve Notícias de Sines" de Francisco Luis Lopes, editado em 1850. Dele destaco as linhas que dedica aos presos do tempo, dentro da cadeia daquela vila. Será que o texto tem algum sentido nos tempos que correm em Portugal, nas cadeias e fora delas? Assim: 

SETENTA E SETE = 77

Tantos anos! Tantos quilómetros de «blá...blá...blá...», em prosa e versos dispersos pelos jornais e pelos  livros...eu pouco atreito a comemorar aniversários (tão pouco lembrá-los)  era o que faltava passar esta capicua em silêncio - 77 - quem é que a repete?-  correndo, embora, o risco de alguns "amigos" me acusarem de já pender para o   gá...gá... apetece-me discorrer sobre o significado que os entendidos na matéria atribuem ao número SETE.

 

ARTESÃO DAS LETRAS

Como bem me lembro daquela expressão de Ramalho Ortigão que deu título à lição "Mãos que prestam, mãos que não prestam". Iniciava eu os meus estudos de liceu.  E essa lição fez-me remontar aos tempos de menino e ver a minha mãe a fiar, a transformar a rocada de lã ou  de linho em fio, à custa de muita saliva, à de força saber e jeito a rodar o fuso entre os dedos, aquele objeto oblongo, para mim um pião suspenso por um fio a rodar, sempre a rodar, cada vez mais barrigudo, mais atraente, graças ao jeito, torce que torce, dos dedos médio e polegar. 

«AS FRAGILIDADES DO NÓ CEGO» -  um livro do Padre Costa Pinto

26-02-2013 16:42:36

Em 1996, estava eu e mais a família de férias no Parque de Campismo da Penha, arredores de Guimarães, acabava de sair do teleférico que liga a cidade ao Santuário, aquela descida e subida acentuadas, quando soube, por telefone e pela boca da minha esposa, que o meu pai tinha falecido.

 

GNR EM CASTRO DAIRE

Sou proprietário de um veículo de duas rodas desde 2002. Sempre estacionei junto do Jardim Municipal de Castro Daire, ao LADO da PRAÇA DE TÁXIS (e não nela) todos estes anos, tal como fazem os demais motociclistas que ali afluem no seu quotidiano.

 Respeitador das instituições e dos elementos que as servem, fui ontem surpreendido com uma carta registada com aviso de recção, proveniente da GNR. Estando os Correios fechados e, eventualmente, a carta ainda na mão do carteiro, corri ao Posto da GNR a fim saber do que se passava. Chegado ali e exposto ao que ia fui  CORDIALMENTE informado que só depois de receber a carta e conhecer o seu conteúdo me podiam ajudar. Às tantas da tarde fui levantar a missiva e qual não é o meu espanto quando, dentro dela, tinha a informação de que fui «multado» por ter a mota «estacionada na Praça de Táxis de Castro Daire» (sic) multa assinada pelo senhor agente de giro, devidamente identificado na exposição a que seguidamente me refiro

 

Pombal-1OPERAÇÃO MARQUÊS

Tenho vindo a postar alguns textos com o título em epígrafe. Estou seguro de que nem todos os amigos tem feito as devidas e necessárias correlações políticas, económicas e culturais que subjazem à sua escolha. Entendi, por isso, aditar algumas linhas, bem a propósito da ONDA AMARELA que atravessa o país sobre EDUCAÇÃO.
É sabido que o MARQUÊS DE POMBAL,  empenhado em arejar a Universidade de Coimbra, procedeu à REFORMA DO ENSINO, valorizando as ciências exactas em detrimento da TEOLOGIA, CÂNONES E LEIS. Mas eis que, D. Maria, aconselhada pelos defensores da "velha ordem",  imprimiu a VIRADEIRA e...era uma vez uma REFORMA.

 

AS ALIMÁRIAS

Quando eu era jovem (há quanto tempo foi isso, senhores!) os feirantes e os romeiros chegavam ao seu destino a pé, "pedibus calcantibus", ou montados em alimárias. Nem todos tinham um asno, um burro paneleiro ou um garrano ibérico (daqueles que ainda hoje restam selvagens na serra do Gerês) para neles se transportar ou carregar as mercadorias de venda ou de compra. E eu bem me lembro da feira/romaria anual da Senhora da Ouvida, freguesia de Monteiras (Castro Daire), no dia 3 de agosto, onde acorria o mundo das redondezas a mercadejar e onde se assistia aos concursos de corridas de cavalos a "passo travado".

AS CRENÇAS

Referindo-me à "MEDICINA CIENTÍFICA" e "VETERINÁRIA"  aplicadas em Cujó, numa relação estreita entre "terra, homens e animais", naqueles tempos situados no meio do SÉCULO XX,  divaguei para outras aldeias e afirmei que as pessoas, para sobreviverem nestes meios adversos de clima e riqueza/pobreza, se especializavam em certos ramos de saber e daí o surgimento dos "endireitas", das "benzedeiras", das mulheres "bentas", das "bruxas" e dos "entendidos" nisto ou naquilo, prontos a porem o seu saber à disposição de quem os procurasse. Subjazia ali um sentimento de pertença à mesma tribo, da mesma família, o espírito de entreajuda, a pontos de se tratarem todos por "tios" ou "tias" mesmo sabendo que o seu ramo familiar direto era outro. 

 

VETERINÁRIA

Não se pense que o nosso "veterinário doméstico", ( o senhor Esteves, se a memória me não atraiçoa)  como referi no apontamento anterior, tratava os animais às cegas.

 

 VETERINÁRIO CASEIRO

Falei no papel desempenhado pelo meu pai Salvador de Carvalho no que respeita aos primeiros socorros disponíveis em Cujó, nos meados do século XX.

 

CUJÓ 

Paralelamente à prática de rezas, atalhes e benzeduras, conhecimento e uso de plantas em chás e curativos de superfície, em simultâneo com outros recursos pouco ortodoxos no âmbito da saúde, a população de Cujó passou a ter à sua disposição, sobretudo a partir da década de trinta, com caracter permanente, os instrumentos da medicina curativa científica, ao nível dos primeiros socorros, na casa e na pessoa de Salvador de Carvalho, regressado da vida militar, em 1927.

 

PEDAGOGIA

 A não ser um ou outro espírito vesgo e provinciano, qual o Português de lei que não se regozija com a “Expo’98”, acontecimento que decorre em Lisboa 500 anos depois da chegada de Vasco da Gama à Índia? Qual o professor que, ciente, embora, dos desmandos que os nossos navegadores, incluindo Vasco da Gama, praticaram sobre os íncolas (cala-te boca, não fales nisso!) se não orgulha do momento áureo que os nossos indígenas maiores registaram nas páginas da História Universal?  Pois é. Foi devido a este espírito patriótico, universalista e humanista que eu e os meus alunos do 6ºE, aproveitando o momento que passa,  desembarcámos noCais do Oriente desejosos de conhecer a Europa e o mundo, ávidos por saborear os grandes  cozinhados lusos, condimentados com gindungo e pimenta que baste.

Já lá vão uns anos. No Café que frequentava, todos os dias depois do almoço, a fazer horas para retorno ao trabalho, numa roda de colegas professores e de amigos relacionados com a educação, falávamos de tudo. Havia entre nós, um colega do Ensino Primário, com carreira firmada no Escotismo, da base ao topo, católico praticante. E por isso também vinham à baila as questões religiosas, as práticas da Igreja ao longo da História, o seu poderio político, religioso e económico, as suas reformas no fio do tempo e até o papel desempenhado por S. Francisco, contra o fausto, etc. etc. E longe estava eu de adivinhar que, muitos anos depois, um PAPA, tomando o nome Francisco, viria a dar respaldo a muitos desses meus reparos.

ESTRANHA FORMA DE VER

É isso. No dia em que a Igreja põe mais dois santos nos altares, dá-me para filosofar. 
Quem não se lembra daquele vagabundo do porto de Piréu, felicíssimo por tudo o que via em redor ser seu? 
Era um louco. 

PEDAGOGIA

Aquele dia, a memória não o perde, foi na vila Castro Verde como bem prova a fotografia. Ao lado esquerdo, coisa linda, uma criança, que naquelas ruas salta, que naquelas ruas pincha, junta-se à malta e pede uma trincha, quer entar na festa, ignorando o significado dela. quer borrar a parede de tinta, no vazio que dela resta.. A mãe está por perto, o pai não está afastado, atento. Ela orienta o trabalho, ele produz este documento. 

 

O "ÁS"

Numa sociedade de tabus, onde é pecado falar de sexo, mamas e cus, foi assim mesmo que, levantada a pino, torre sem sino, do chão erguida, no meio da penedia espalhada a esmo na serra da Nave, um dia, descobri  um penedo e ledo corri a observá-lo. 



JOÃO DA CRUZ

M. Lourenço Mano, no seu livro "Entre Gente Remota, Crónicas e Memórias Históricas de Moçambique", editado no ano de 1962,  com a chancela da "Minerva Central, de Lourenço Marques", em resultado das diligentes pesquisas, concluiu que o ferrador João da Cruz, referido por Camilo no "Amor de Perdição" é tão somente o João da Silva, ferrador, de Armamar, que foi degredado para Moçambique, em 1858, para cumprir pena de quinze anos de presídio, por morte de homem. Cidadão de mau feitio, zaragateiro, esfaqueou até à morte um "macua" às portas da fortaleza de S. Sebastião, na ilha de Moçambique,  pelo que foi desterrado para o presídio do Bazaruto. Evadiu-se de lá, refugiou-se em terras de Sena, onde casou com uma degredada por ter evenenado o marido. E por ali viveu até morrer a negociar escravos, marfim e ouro. (pp. 73-79)


Aníbal Correia de Mendonça (06-11-1867 ?) filho de José Correia de Barros Coelho e de Diana Carolina de Mendonça Pinto de Sousa Balsemão, casou com Dona Maria Celstina de Frias Oliva (21-01-1878 ?) de quem teve os seguintes filhos: José de Mendonça Oliva (08-09-1898 ?) e João de Mendonça Oliva (13-01-1900 ?) que emigrara para o Brasil; Maria Diana de Mendonça Oliva (30-05-1901 ?) e Carlos Emílio de Mendonça Oliva (10-03-1907 ?)que seguiu os passos dos irmãos mais velhos. Este cidadão, o último patriarca do solar dos Mendonças, em Castro Daire, no século XX, para além de viver das rendas dos prédios de que era proprietário, encontrou na arte do tricô, isto é, a fazer «rendas» forma de arranjar uns trocos para satisfação das suas necessidades e vícios entre os quais se contava o do «fumo».  E era frequente as senhoras da vila recorrem à sua pessoa para «tirar a amostra» de rendas que apareciam nas revistas da moda que se publicavam ao tempo, algumas delas vindas de França.


Aqui há um bom par de anos fui abordado por um senhor, de Arcas, que se dizia herdeiro da casa que foi do ferrador João da Cruz, protagonista no romance «Amor de Perdição» de Camilo Castelo Branco.

Ele tinha intenção de recuperar o edifício e com vista a «turismo rural». Como os responsáveis pelo licenciamento disso e correspondentes subsídios a atribuir para o efeito lhe tivessem solicitado o «histórico» da casa, pedia-me para eu o ajudar nessa tarefa, já que me sabia envolvido na pesquisa e divulgação da História Local. 

Não satisfiz o seu desejo e informei-o de que não tinha nada em mãos que fundamentasse historicamente o que se dizia no romance, fazendo-lhe ver a diferença entre história e obra de ficção.(*)

 

COMÉRCIO TRADICIONAL

Relacionadas com os «posts» que tenho vindo a publicar sobre o COMÉRCIO TRADICIONAL, para além dos «COMENTÁRIOS» e «GOSTOS» colocados neste meu «mural», subscritos pelos respectivos «amigos», chegaram-me algumas mensagens particulares a perguntar se eu estava envolvido nalguma campanha eleitoral para as próximas eleições autárquicas. Afirmo, categoricamente, aqui e agora, que não e acrescento: deixei, há muito tempo, as lides políticas locais por entender que era mais útil à minha terra fora do APARELHO PARTIDÁRIO, (PS) do que dentro dele, isto é, por entender que devia fazer o que nunca nenhum munícipe fizera anteriormente, ou seja, investigar, publicar e divulgar a história do concelho. Com essa atitude, exclui-me, antecipadamente, de poder vir a integrar a lista dos condecorados no «DIA DO AUTARCA» tão justamente instituído para homenagear alguns daqueles políticos que prestaram relevantes serviços à causa pública. 

CACIFO DE FURÃO

Os meus dois filhos cresceram rodeados do carinho e dos afetos que lhes eram devidos pelos pais. Mas também cresceram a ver os progenitores, ora agarrados aos livros, ora a corrigir os testes dos alunos, ora a restaurar velharias, quaisquer que elas fossem: desde uma seitoira (foice) que gastou os dentes a segar erva e centeio, ou um podão, cujo fio se tornou rombo a cortar silvados à beira de um caminho ou de leiras de semeadura.


Pessoa amiga, sabendo-me ligado uns anos a Moçambique, sempre interessado no tema COLONIZAÇÃO/GUERRA COLONIAL/DESCOLONIZACÃO e vendo o que eu escrevi sobre OS PRAZOS DA ZAMBÉZIA e suas DONAS (na página PICADAS DE TETE) e bem assim o que deixei escrito nesta minha página sobre o CONDE DE FERREIRA, referindo-me à primeira escola primária implantada na vila de Castro Daire, com o seu título e data da sua morte, 1866, teve a gentileza de comprar e oferecer-me o livro de José Capela, com o título «Conde de Ferreira & Cª, Traficantes de escravos», portanto,  ligado ao comércio negreiro, do qual ele foi um protagonista histórico. Tenho andado a lê-lo e a cotejar o seu conteúdo com matéria conexa que deu corpo à minha licenciatura em HISTÓRIA. Ontem à tarde não fiz outra coisa.


Nos fins de fevereiro, p.p. chegou-me à velha caixa do correio mais um livro de Manuel Lima Bastos. Mais um que ele  teve a gentileza de me oferecer e enviar com a costumada e amável dedicatória. Li-o com a avidez e o prazer com que li todos os anteriores. Desta vez tem o título «Mestre Aquilino, Caçador e a Gaitinha do Capador». 

Mais um, o oitavo, carpinteirado, apaixonada, paciente e sabiamente com a matéria-prima extraída dos soutos e carvalhedos plantados pelo Mestre Aquilino Ribeiro, o nosso (de ambos) escritor de eleição. E o que posso eu acrescentar mais ao que já disse sobre este louvável e incansável labor de Lima Bastos? O que me falta dizer para corroborar nesta sua tarefa de divulgação da obra e do nome deste escritor beirão que pôs em letra redonda a vida dos meus avós, dos meus pais e a minha própria vida?

NO MINÉRIO TRABALHAVA, TRABALHA...TODOS GANHAVAM SÓ EU NÃO GANHAVA NADA...


No pós-guerra a febre do volfrâmio não deixou as gentes da serra.
O meu pai, a viver em Cujó, negociava em minério e um dia, ao cair da noite, dois supostos amigos seus da vila de Castro Daire, vindos de Almofala, dado o adiantado da hora, diziam, pediram-lhe para pernoitarem em nossa casa. Outros tempos em que sendo as distâncias curtas, longas as tornavam os difíceis acessos, carreiros e caminhos existentes.

PRIMEIRA PARTE

O meu novo livro "O HOMEM DA NAVE, DEVOTO DE DIANA", editado pela PCPUBLIARTE, ( Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ) com sede em CASTRO DAIRE, empresa gerida por LINO MENEZES, homem ligado ao teatro (actor e encenador que foi das "GIESTAS DO MONTEMURO"), está prestes a sair  do prelo. 

São 135 páginas de formato 15x21 e 64 fotografias (sépia) relativas aos assuntos tratados. Será posto à venda nas livrarias e poderá também ser adquirido pelo correio eletrónico acima referido. É só contactar a firma.

CASTRO DAIRE

No meu livro «Julgamento», editado no ano 2000, aludo a uma árvore hibrida de cedro/carvalho que existiu ao lado da capela do Calvário, na Cerca das Carrancas. Assim:

TUDO É ÓBVIO E BÁSICO

Na década de setenta do século XX, eu e a minha mulher éramos professores de História e Geografia em Lourenço Marques (hoje Maputo). As turmas eram uma mistura de alunos brancos, negros, mulatos, indianos e alguns chineses, uma amálgama das etnias que, ao tempo, habitavam aquela cosmopolita cidade do Índico. Os compêndios eram iguais aos usados nas escolas de Portugal Continental, pois portuguesa era tida aquela cidade e portugueses quase todos os seus habitantes. De acordo com os programas oficiais de História e Geografia (unidas no mesmo compêndio) os professores debitavam para os alunos, em geral, as características do relevo de Portugal, altitude das serras, riquezas mineiras e vegetais, rios, clima, linhas férreas, demografia, desequilíbrio demográfico entre o LITORAL/INTERIOR, apesar de SER ÓBVIO E BÁSICO que isso dizia pouco ou nada aos alunos negros, mestiços e indianos.

 

Mais uma vez interrogo o Dr. Damásio, o Dr. António, conhecedor que é da função de cada neurónio, aquele que da neurociência está seguro,  sobre os relâmpagos que rompem o escuro do meu pensamento e, num repente, sem esperar, me transportam a tempos passados, momentos vividos, esquecidos e assim lembrados. Acontecerá com toda a gente? Estou a pensar fazer um  "testamento vital" e, de forma legal, num qualquer hospital, permitir fatiar o meu cérebro pelos cirurgiões, tal como o carniceiro faz no talho e fatia fiambre ou salpicões para vender ao primeiro cliente que chega. Talvez assim, em cima da mesa, a ciência explique a essência, o caso insólito de eu escrever simultaneamente com as duas mãos e, com a naturalidade com que a noite sucede ao dia, deixar no papel, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda,  a mesma caligrafia, coisa que nunca vi em colegas e amigos (eles foram tantos!) com quem convivi. Para mim, natural, para eles um espanto!

 

A LAMÚRIA

Penso que toda a pessoa normal (e no seu juízo perfeito) se lembra bem do clima político PRECIANO apregoado pela DIREITA portuguesa durante a campanha eleitoral para as últimas legislativas e a agitação que fez da bandeira do medo, pois estava aí a chegar novamente o COMUNISMO.



Sou daqueles que sempre me interroguei sobre o DIREITO DIVINO atribuído aos reis e chefes religiosos. Nunca levei a sério o divórcio amigável entre POLÍTICA e a JUSTIÇA e muito menos a vida me ensinou que os JUÍZES, só porque o são (e às vezes não poderem ser outra coisa) são homens providenciais que pensam, agem e decidem como que insuflados por INSPIRAÇÃO DIVINA e, por isso, colocados acima do cidadão comum, esse, coitado, não bafejado com o halo da infalibilidade e da clarividência.

PRAXES ACADÉMICAS

A saga das "praxes" continua no carril do " soma e segue", expressão que um amigo meu (já falecido) traduzia, em linguagem popular, por "rompe e rasga, sempre em frente".
Ontem OUVI e VI nas televisões (situação que, contra a vontade dos gramáticos, pode legitimar o particípio OUVISTO, no caminho EVOLUTIVO da Língua), ouvi e vi, simultaneamente, dizia, uma senhora falar da morte do seu filho, convencida que ela ocorreu numa situação de PRAXE, essa coisa ESTÚPIDA que encontra defensores por esse país abaixo e arriba, quase todos fincando os seus argumentos nas TRADIÇÕES ACADÉMICAS.

 

Lino Menezes, um homem ligado ao teatro, actor e encenador que foi das «Giestas do Montemuro» tem vindo a publicar no seu mural do Facebook algumas fotos das peças que foram levadas a palco nos anos 90 do século XX.. Como eu assisti a algumas e escrevi sobre elas , aqui deixo cronica que publiquei, em 1993,  no «Notícias de Castro Daire».  As fotos que a ilustram foram extraídas do mural de Lino Menezes e creio não se relacionarem com o drama. Mas, «quem não tem cão, caça com gato». Nesse tempo não era qualquer bicho careta que andava por aí com câmara fotográfica integrada nos telemóveis a registar os eventos culturais da terra. A fotografia era feita com letras, em crónicas, como esta.


    Há dias uma pessoa amiga que, pelos vistos, se quer dedicar à investigação no concelho, atitude digna de louvar, veio ter comigo a perguntar-me se eu já tinha escrito algo sobre a «história» da «Radio Limite» de Castro Daire, uma vez que vira no meu "curriculum vitae" a minha colaboração naquela Rádio e Presidente que fui da Assembleia Geral. Que não. Não tinha historiado essa instituição. Remeti-a para o senhor António Gonçalves, um dos seus fundadores nos tempos das RÁDIOS PIRATAS,  seu locutor durante anos e eu iria ver o que tinha  escrito, publicado no «Notícias de Castro Daire» e guardado nos meus arquivos. O «disco rígido» do velho CP, talvez mantivesse algo em memória. E manteve mesmo. Aqui vai a crónica publicada em 1991.  


Em 2005, na contracapa do meu livro "Castro Daire, Os Nossos Bombeiros, a Nossa Música" (um livro de 514 páginas, com muitas, muitas e muitas horas de investigação e de estudo) escrevi o seguinte, à laia de resumo:

No dia 15 de outubro do ano passado realizei e alojei no Youtube, com imagens minhas a voz de Almeida Santos, um vídeo com a balada "Lá longe, ao cair da tarde". O seu falecimento transportou-me, agora, a Moçambique e, por conseguinte, a Lourenço Marques, onde o conheci, ele já com carreira consolidada no foro e eu a começar a carreira de trabalhador-estudante. 


Anda por aí uma CRIATURA (sem chip, nem chapa de identificação, ou melhor, creio que no seu "perfil" do Facebook apresenta um <<ZERO>>, já de si significativo) muito incomodada com a nomeação que o Presidente da Câmara, Fernando Carneiro, fez da sua filha para assessora, no GAP. Faz eco disso nos blogues e no Facebook e, se calhar, cansada de não ser ouvida, por falta de CRÉDITO e MÉRITO público (coisas difíceis de alcançar) não hesitou em querer envolver-me no assunto, questionando o meu silêncio. Ao proceder assim, queria fazer, tal qual fez o candidato nas listas do Partido Socialista à Junta de Freguesia de Mões, que usou a minha imagem pública num folheto de propaganda política nas últimas eleições autárquicas para disso tirar proveito. E tirou. Sem o meu consentimento.

Há pessoas que, às vezes, perdem boas oportunidades para ficarem caladas.  Sem terem a mínima ideia dos trambolhões que um livro dá até chegar à versão final, às mãos do leitor, ignorando quantas vezes ele é revisto por forma a evitar erros e gralhas,  sem terem ideia nenhuma da peregrinação que ele faz do autor para a tipografia e vice-versa, sem nunca terem posto os olhos nas provas tipográficas revistas de autores credenciados, sem nada disso saberem, se apanham um erro ou gralha num livro de 500 (quinhentas) páginas, aqui d'el Rei que «está aqui um erro».

Ora essas pessoas eu remeto-as, agora mesmo, para o texto que serviu de introdução ao meu livro «Lendas de Cá, Coisas do Além», publicado em 2004, ilustrado com uma página do meu livro «Castro Daire, os Nossos Bombeiros, a Nossa Música» em fase de revisão de provas, tal qual se segue:



Numa tertúlia de café, já lá vão muitos anos, um colega meu estudante, quando andávamos em redor das dinastias, da cronologia dos reis, da hierarquia como estava organizada a nobreza e o clero, da queda da Monarquia e da implantação da República, defendeu, convictamente, que todo o português era MONÁRQUICO, mesmo os que se diziam REPUBLICANOS. E o mesmo acontecia com os que se diziam ATEUS, pois também eles, lá no fundo, eram bons CRISTÃOS. 

No tempo das vacas gordas, digamos que nos anos em que chegava a Portugal dinheiro a rodos, fundos da CEE, governava o país o actual Presidente da República, corria, na TV, um anúncio publicitário sobre "jips". Aparecia um carro desses a subir e a descer ravinas, mas um dos condutores, por inexperiência, deixou o carro, vai que não vai, prestes a cair por uma ribanceira abaixo. Era então que surgia a frase crítica publicitária: "hoje qualquer chouriço tem um  jeep.

Quando, na minha infância, andava pelos montes a guardar gado, tal como os pastorinhos da minha igualha, todos conhecíamos as FONTES onde íamos beber e dar de beber aos animais a nosso cargo. Eram elas os locais de encontro onde todos saciávamos a nossa sede física, mas também a nossa insaciável sede de novidade e brincadeiras próprias da idade. Não havia na serra ser vivo, velho ou novo, que resistisse atracção telúrica das FONTES espalhadas por aqueles vales e montes. 

 

HISTÓRIA VIVA

Os Três Mosqueteiros desta narrativa nunca usaram capa, nunca manejaram espada, nunca dispararam mosquetes e nunca vestiram camisas com golas e punhos de renda. Não foram pessoas de cortes monárquicas, não pertenceram à nobreza fidalga, não cresceram nem viveram em salões de sobrados cobertos com alcatifas de damasco e de reposteiros aveludados nas amplas janelas viradas para jardins com plantas e árvores exóticas. Nada disso.



PRIMEIRA PARTE

Ali, naquela praia da costa da Caparica, ele era sempre o primeiro a chegar. Nem um relógio suíço, da mais reconhecida marca, indicava, tão certo, as horas do dia.  Mal chegava, espetava uma vara no chão,  certificava-se da sua firmeza aprumada, punha-lhe no topo uma toalha, atirava os ténis, a roupa e outra toalha para a base dela e ei-lo a correr e a desaparecer no fundo do areal que se estendia por quilómetros de ambos os lados. Por algum tempo o centro do mundo era aquela vara ali espetada que nem estaca de feijoeiro em solo arável e produtivo.



Quem, como eu, tem queimado as pestanas na investigação e divulgação da HISTÓRIA LOCAL, só podia regozijar-se com a iniciativa que tiveram os atuais responsáveis pela Santa Casa da Misericórdia, no sentido de deixarem, em livro, a colaboração dada às FESTAS LOCAIS de S. Pedro, integrando as MARCHAS POPULARES.

Fiquei a saber pelo telefone (iniciativa sua) que o meu amigo algarvio, colega que foi de liceu em Lourenço Marques, de seu nome completo Bertino Sequeira Nunes, hoje professor de História aposentado,  vinha fazer a PASSAGEM DE ANO no HOTEL ASTÚRIAS, no Carvalhal, integrado num grupo de 50 pessoas. Andariam por Lamego, por Viseu e arredores de Castro Daire.


Agora, que no Facebook se lembrou o INDEX, agora que não estou muito disposto a pensar, agora que o sucessor de Bento XVI, por Francisco I conhecido, veio dizer sobre o CAPITALISMO aquilo que todos nós sentimos, apetece-me transcrever parte de uma CRÓNICA que publiquei na imprensa local e no meu velho site, em 2005, no rescaldo da eleição de Ratzinger. Assim:

COM NOME E ROSTO

Não. Não é Manuel Amorim o autor desta crónica. A "Voz de Faifa" há muito que se calou devido a perda de vista do seu autor, a residir em Lisboa.

 

COM NOME E ROSTO


Na crónica "A CEGARREGA (1)" mostrei o gozo que tive, o prazer que senti, assistir de bancada, via TV, à tomada de posse do XXI Governo Constitucional, LEGITIMADO pela MAIORIA DE ESQUERDA dos deputados eleitos pelo POVO com assento na ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, de acordo com a nossa Lei Fundamental, a Constituição abrilina



1 - Passando os olhos pela imprensa diária online, constata-se que a cerimónia de posse do XXI Governo Constitucional dá «pano para mangas». Do «Diário de Notícias», de hoje mesmo, transcrevo:

 

Se houve coisa que me deu gozo, neste ano de 2015, foi assistir, via TV, à cerimónia da tomada de posse do XXI Governo Constitucional, no dia 26 de novembro, Governo LEGITIMADO pela maioria de deputados eleitos, com assento na Assembleia da República.

Quase tão certo como um relógio suíço de marca,  "O CAMPANIÇO" entra-me número, após número, na caixa do correio.  Fundado em 1989, depois de eu ter saído de Castro Verde, não me lembro por que linhas me tornei colaborador dele e deixar nas suas páginas algumas crónicas. Lembro aquelas onde reportei as telas gigantes expostas na Igreja dos Remédios, pintadas, no século XVIII, por Diogo Magina (pintor algarvio) com motivos alusivos à Batalha de Ourique.

 

CORRELIGIONÁRIO


No artigo com o título "IRMÃOS ASSIMÉTRICOS" usei a palavra CORRELIGIONÁRIO no plural. Pessoa amiga, tendo-me por pessoa que escreve bem (e julgo ser sincero naquilo que me diz) apressou-se a telefonar-me, advertindo-me para um eventual erro ortográfico, pois entendia que a palavra se escrevia CORRELEGIONÁRIO, com "e" e não com "i", como eu escrevi. 

RICARDO COSTA

O texto que se segue foi escrito no dia 12-11-2015 e ficou em "stand by" até hoje propositadamente. Ei-lo, tal qual foi rabiscado:

"Num "EXPRESSO DA MEIA NOITE " Ricardo Costa, na sua jornalística sabedoria, disse TER A CERTEZA de que nunca se formaria um GOVERNO DE ESQUERDA. 

FACEBOOK 9

Esta é a nona vez que me refiro ao papel do Facebook. O Facebook é uma lição. E como é a nona vez, aproveito o momento para tornar público que o número NOVE me persegue. Nasci no ano 1939. Na tropa atribuíram-me o número NOVE. E NOVE é o número da minha morada. TRÊS NOVES se ligam assim à minha pessoa e, como nos ensinavam na escola primária, nas contas de somar, 3+3+3=9, FORA NADA, concluo que nada valem as reflexões e os posts que aqui vou colocando, no Facebook.

 

Já lá vai um bom par de anos que, baseado nos livros de «fiados» ditos «borrões» das casas de comércio, deixei no meu velho site «trilhos-serranos.com» o texto que se segue. Parece-me nunca ser demais difundir, por todos os meios, a história das nossas gentes, estas que, realmente, considero os genuínos «CONQUISTADORES e POVOADORES» deste Portugal que somos e estamos prestes a NÃO SER.

Os recentes acontecimentos perpetrados contra a HUMANIDADE, levados a efeito por um grupo de terroristas fundamentalistas, em nome de um deus e de uma religião (esquecido o que, há muitos anos, estudei sobre o Médio Oriente, entre Israelitas e Palestinianos)  fez-me estender o braço, retirar da estante o "Paradigma Perdido" de Edgar Morin, (Publicações Europa-América, segunda edição,1973) e retomar a caminhada da "NATUREZA HUMANA", no ponto onde ele estancou e disse:


Já lá vão muitos anos que vi um filme, a preto e branco, cujo protagonista era um médico de província. Aparecia sentado a matraquear numa máquina de escrever esquecido das horas das refeições. Ouvia-se uma voz feminina, vinda dos fundos: «vem, a comida está na mesa». Uma, duas, três vezes e eis a resposta: «já vou, estou a acabar um artigo para o jornal local e se eu não faço isto, quem o faz?». Mais palavra, menos palavra, nunca me esqueceu este exemplo e foi o que fiz a vida inteira: escrever para os jornais locais/regionais, esquecido das horas das refeições, tudo sem «carteira de jornalista». São anos e quilómetros de «notícias», de «comentários críticos», de «história» «usos, costumes» etc. etc. e tudo o mais que julguei de interesse informativo e cultural. Na imprensa, na Internet, no meu site e agora no facebook. 

 

Saio da cama, abro a janela e com ela aberta vejo um corvo empoleirado mesmo em frente. Reparem. Ele agita a cauda, faz leque dela, sacode as asas, baixa e levanta o pescoço, abre o bico quá...quá...quá.. e junta o seu grasnar ao da mais família alada que traça os ares, sozinhos ou aos pares, num matinal alvoroço.

OLHE QUE SIM, SENHOR DR., OLHE QUE SIM...

Setenta e seis anos de vida. ASSISTI ao discurso de António Costa, via TV, a dar conta à COMISSÃO NACIONAL das negociações que fez à ESQUERDA. ASSISTI, em beleza, regalado e contente por saber, seguramente, que ainda há políticos da craveira de António Costa com a lucidez de interpretar sem tabus, nem reticências os tempos históricos e, com isso, fazerem a diferença entre o que é um CHEFE e o que é um LIDER. Rebuscou afirmações suas, ditas nas DIRECTAS, no CONGRESSO, na PRÉ-CAMPANHA e na CAMPANHA sobre a rejeição consistente do velho e relho conceito do ARCO DA GOVERNAÇÃO, sublinhando a inclusão de todas as forças políticas com assento no PARLAMENTO. 


Tem sido um deleite ver e ouvir as nossos adivinhos (pitonisas/bruxos) a debitarem palpites depois das eleições legislativas. A classificação ajeita-se conforme se queira tratá-los com mais erudição ou mais terra-a-terra, isto para não nos BALDARMOS totalmente do léxico nativo que se presta a jogos de palavras e pensamentos que servem todos os gostos alguns deles ao sabor dos ventos.

Anda o diabo à solta, mesmo à porta da igreja. Ele pertencia à escolta do Criador, mas, por inveja, querendo ser também SENHOR, revoltou-se contra o pai e este, num ai, estava-se mesmo a ver, vingativo, de castigo sem igual, em modos pouco ternos, fez dele Lucifer, senhor do mal e dos infernos.

 

PRISÃO versus LIBERDADE (1)


Assim mesmo, no cumprimento de uma sentença ditada por um juiz, ele aí vai a cainho da prisão, protestando a sua inocência. Preso que foi começa a saga infernal da luta pela LIBERDADE, sair daquele reduzido espaço de paredes sujas e marcadas pelos prisioneiros que o antecederam na cela. Incomunicável, vai digerindo as refeições e magicando a melhor forma de recuperar um bem perdido: A LIBERDADE.



Passada a lufa-lufa das eleições legislativas que, no domingo passado, tiveram lugar nesta nossa REPÚBLICA,  é tempo de retomar o assunto que deixei pendurado, lá para trás, ligado ao tempo da MONARQUIA. Sei que, na voracidade e sobreposição de tanta futilidade facebookiana,  os amigos já esqueceram o que eu disse sobre o nome PELÁGIO,  nome esse que tão vulgar foi, entre nós, em tempos de RECONQUISTA CRISTÃ/MONARQUIA e depois se afastou das nossas pias baptismais. Nos tempos actuais, dele se esquecem os abades, curas, padrinhos, frades e pais,  pois os nomes honrados dos heróis dignos de perpetuarem, nos filhos e afilhados, os "fastos pátrios", são outros.

A minha netinha mais nova (quatro anos de vida)  sentada nos meus joelhos (coisas de crianças...só mesmo delas), afaga-me a barba branca e, olhos esbugalhados, grandes como os do pai e da avó Mafalda, muito querida, de uma vez só, pergunta-me de rajada, carinhosamente: "porque tens as barbas, as sobrancelhas e os cabelos brancos ... assim tudo branquinho?" Respondi prontamente: "por ser teu avozinho. Todos os avozinhos (eles são tantos) têm a barba e cabelos brancos, se não forem carecas. "Como o Pai Natal?" interpela ela, pertinente, mãos irrequietas, aquele pingo de gente, naquela  sua idade de perguntas sem fim e infinita curiosidade. "Tal qual", respondi sorrindo, brincando e concordando com a imagem bonita aninhada na sua mente infantil. 


Invadido pelo sentimento de REPUGNÂNCIA que me deixam algumas palavras e atitudes que se vão espreitando nas redes sociais (e não só) contra o acolhimento dos REFUGIADOS (palavras e atitudes, mais ou menos primárias, mais ou menos esclarecidas, mais ou menos cínicas, mais ou menos pacíficas, mais ou menos inflamadas e guerreiras) nomeadamente as daqueles que, brandindo a bandeira do MEDO, veem neste DRAMA HUMANO, pura e simplesmente, o retorno à Europa dos Mouros (tal foi a tirada daquele PATRIOTA que me desafiou a dar guarida a um casal desses, trazendo à colação a heroica ação dos CRUZADOS, seguramente sem ter lido os meus textos sobre a GLOBALIZAÇÃO, as nossas andanças por terras do Índico e Pacífico, num movimento migratório em sentido inverso daquele que presenciamos atualmente, também ele não isento grandezas e misérias, de humanidade e desumanidade), apraz-me recuar alguns séculos e, antes de prosseguir na nossa saga da EXPANSÃO DE QUINHENTOS, colocar nesta página algumas pinceladas históricas ligadas à RECONQUISTA CRISTÃ, na sequência daquele excerto da "História de Portugal" de Oliveira Martins, sobre aqueles soldados que, de espada na mão e de cruz ao peito, ajudaram Afonso Henriques a conquistar Lisboa, cidade tornada TERRA SANTA depois se satisfeitos os apetites dos conquistadores, cidade donde partiriam, mais tarde, as caravelas e as naus para darmos "novos mundos ao mundo".



Tenho para mim que as palavras por nós ditas e/ou escritas, em qualquer circunstância, são os elos de ligação do nosso pensamento íntimo com a realidade exterior, concreta, visível e mensurável. São os sinais exteriores da estrutura da nossa personalidade e caráter, a saliva que, sem necessidade de laboratório, conduz os especialistas ao nosso ADN.