PRIMEIRA PARTE
«GOVERNO JÁ DISTRIBUIU MILHÕES PARA TNS
No dia 07/07/99, na presença do senhor Secretário de Estado da Administração Local e Ordenação do Território, Dr. João Augusto de Carvalho, teve lugar, no Governo Civil de Viseu, o acto de assinatura de 30 protocolos relativos aos TNS (Trabalhos de Natureza Simples), isto é, tantos quantos foram seleccionados daqueles que, através de uma candidatura, se submeteram ao “Financiamento Para a Execução de Equipamentos de Utilização Colectiva”.
Com efeito “complementando os investimentos das autarquias na construção de equipamentos no âmbito das suas atribuições, também o Estado comparticipa entidades privadas de interesse público, sem fins lucrativos, para a instalação de equipamentos urbanos de utilização colectiva e equipamentos religiosos. Este programa pelas suas características e regras de funcionamento, para além de constituir um importante instrumento da política de ordenamento do território, acompanha e dinamiza mesmo iniciativas locais da sociedade civil na melhoria das condições de vida das pessoas”.
Segundo informações que obtivemos, o subprograma 2 -Trabalhos de Natureza Simples (TNS), “absorveu no triénio de 1996 a 1998, cerca de 82% do esforço financeiro de todo o programa, tendo-se concedido cerca de 10,1 milhões de contos, para o financiamento de 1.880 pequenas obras dispersas por todo o território nacional”. A grelha que se segue exemplifica o comportamento do programa desde 1995:
Equipamentos de Utilização Colectiva
Subprograma 2 “TNS”
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1995 |
1996 |
1997 |
1998 |
T.Cresc.98/95 (%) |
Total96/98 |
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Número de Protocolos |
293 |
387 |
638 |
855 |
191,8 |
1.880 |
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Montante de comparticipaçãoprotocolada - 1.contos) |
1.555 |
2.069 |
3.379 |
4.661 |
199,7 |
10.109 |
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Voltando ao acto de assinaturas: abriu a sessão o senhor governador Civil de Viseu, Dr. Inês Vaz, que começou por dizer quanto aquele acto significava relativamente a um Governo que “tinha apostado nas pessoas e no desenvolvimento do interior através de incentivos como este voltados para a preservação e recuperação do património, nomeadamente Igrejas e Capelas. Tudo através do diálogo mantido com as Câmaras Municipais e Associações, em estreita coordenação com os deputados, com destaque para o deputado Dr. José Junqueiro”.
Seguiu-se no uso da palavra o senhor Secretário de Estado que saudou o Senhor Governador Civil, (representante do Governo no Distrito),os senhores presidentes das Câmaras (responsáveis por 40% do financiamento das obras contempladas), o deputado José Junqueiro, os dirigentes associativos (aos quais se deve a dinâmica cultural e recreativa dos meios mais periféricos), a Comunicação Social (sem a qual muito do que se faz no País não existiria, pois só seria conhecido pelos beneficiários directos). Sublinhou a dimensão humanista das Entidades e Associações que se preocupam com as pessoas, a sua entrega, a sua generosidade, o seu voluntarismo, sendo, portanto, de inteira justiça que o Governo lhes desse alguns incentivos para a consecução dos objectivos que se propõem. E os incentivos, dados através do subprograma 2 “TNS”, não eram tão insignificantes assim, pois, já se gastaram cerca 12 milhões de contos, que, postos em alcatrão, talvez fossem mais visíveis do ponto de vista político. Evocou algumas palavras do senhor 1º Ministro, António Guterres, relativas à postura que cada português deve assumir enquanto cidadão: ser ambicioso, isto é, inconformado, ser exigente e responsável. E acrescentou: o País só anda para a frente com a colaboração de todos, pois em democracia não há gente nas bancadas, todos estamos dentro do rectângulo de jogo”.
É verdade. E é porque o modesto escriba desta crónica também assim o entende, porque esteve presente no acto das assinaturas, de posse dos dados relativos aos milhões distribuídos pelos TNS, aqui deixa a lista das instituições contempladas, neste ano, no distrito de Viseu, e o montante, em contos, que foi distribuído por cada uma delas:
EMPREENDIMENTO |
COMPARTICIPAÇÃO (contos) |
Const. Espaço Social Poliv. de Vila Pouca, Castro Daire |
5.985 |
Const. Sede Ass.Recr. e Cultural de Fareja, Castro Daire |
5.946 |
Conserv. Ext. Igreja Paroquial de Travanca, Cinfães |
6.000 |
Arranjos Ext. da Associação Filarmónica Cultural e Recreio de Tarouquela, Cinfães |
6.000 |
Rep. Interior do Edifício do Seminário Maior de Lamego |
5.997 |
Rep. Exterior da Igreja Paroquial de Cambres, Lamego |
6.000 |
Ampl.Centro Paroq. de Póvoa de Cervães, Mangualde |
5.970 |
Conc. Sede do Centro Social, Cult. Recr. e Desp. de Mortazel, Mortágua |
5.995 |
Remod.Igreja do Sobral, Mortágua |
5.998 |
Arr. Adro da Igreja Paroq. de Carvalhal Redondo, Nelas |
2.564 |
Const. Capela Mortágua de Vilar Seco, Nelas |
6.000 |
Rep.Interiorda Igreja Matriz de Soutelo do Douro, S. João da Pesqueira |
5.812 |
Conc.Sede da Ass.Cult.Recr.e Desp. de oliveira de Aveloso, S. Pedro do Sul |
5.997 |
Recup.Centro Paroq.de Sul e, Aveloso, S. Pedro do Sul |
6.000 |
Cobertura do Polidesportivo de Treixedo, Stª Comba Dão |
5.988 |
Arranjo Ext.Recinto e IgrejaMatriz de S. Joaninho, Stª Comba Dão |
5.988 |
Ampl. Centro Social e Paroq. da Silvã de Cima, Sátão |
5.950 |
Restauro da Igreja do Convento da Fraga, Sátão |
5.790 |
Rep. da Capela da Senhora dos Prazeres em Mondim da Beira, Traouca |
5.400 |
Rep. da Capela de Alcacima, Tarouca |
5.910 |
Const. Balneários do Parque de Jogos do Clube Cruz Maltina, Doranense, Tondela |
5.998 |
Cons. Rest.Arr.Igreja Paroq. de Alhais, V. Nova de Paiva |
6.000 |
Rep. Capela de S. Francisco, V, Nova de Paiva |
6.000 |
Acab. Sede do GrupoDesp.Cult. Recr. Tourense, V. N. Paiva |
3.900 |
Rep. Igreja Paroq.Freg. de Bodiosa, Viseu |
6.000 |
Acab. anexos a Capela de Nª Srª do Parto, Viseu |
6.000 |
Benef.Igreja de Corvos a Nogueira e Arr. Ext. - Viseu |
6.000 |
Const. Capela em S. Martinho Orgens, Viseu |
5.999 |
Concl.do Edif. Sede da Ass.Cult. e Desp. de Paraduça, Viseu |
6.000 |
Rest. Capela de Nª Sª Piedade, Vouzela |
3.171 |
TOTAL |
170.358 |
Conhecidos os nomes, as obras e os números, verificamos que das 30 candidaturas contempladas, no distrito de Viseu, 23 são da Igreja (130.529 contos) e as restantes 7, Associações Recreativas e Culturais (39.829 contos). Vertidos os números para um gráfico, a fim de se visualizar melhor como ficou repartido o bolo, bem pode o leitor ajuizar do dinamismo e/ou influência das forças vivas locais que, ano após ano, vão atingindo o desiderato que se propõem. Ora veja-se:
Logo que foi conhecido o resultado das candidaturas e constatado o desequilíbrio das verbas distribuídas pela Igreja e pelos Outros não faltou quem, entre dirigentes associativos - exigentes, responsáveis e inconformados - perguntasse, com ironia, se se estava na presença da Igreja Maná ou se o subprogama 2 “TNS” era o Maná da Igreja.
Desta vez, no concelho de Castro Daire,(*) como se vê na grelha, foi contemplada a “Construção do Espaço Social Polivalente de Vila Pouca”, (Vila Pouca, bem como, praticamente, todas as nossas aldeias, bem precisam de um ESPAÇO SOCIAL POLIVALENTE) ea “Associação Recreativa e Cultural de Fareja”. Os protocolos foram assinados, respectivamente, pelo Abade de Castro Daire, Reverendo Carlos José Gomes Caria e pelo Presidente da Associação, Joaquim Almeida Ferreira da Silva.
No que toca ao vizinho concelho de Vila Nova de Paiva, para além das obras contempladas este ano, já em anos anteriores outros equipamentos de utilização colectiva e religiosos foram agraciados com verbas do subprograma. Ora veja-se:
Rep.da Igreja Parq. de V. N. de Paiva |
3.000 |
1990/95 |
Rep. da Cobert. e Rest. do Tecto da Igreja de Fráguas |
3.000 |
1990/95 |
Const. Capela Lage Gorda |
5.100 |
1990/95 |
Const. do Court de Ténis do C.C.P. |
2.100 |
1990/95 |
Const. Bancadas Campo Fut. do Paivense |
3.000 |
1990/95 |
Salão Paroq. Vila Cova à Coelheira |
3.600 |
95/98 |
Adro Igreja Matriz da Cova à Coelheira |
6.000 |
95/98 |
Rest. da Sede da Ass. As Capuchinhas de Pendilhe |
5.100 |
1º semestre/96 |
Rep. Igreja Matriz |
5.790 |
1º semestre/96 |
Rest. Igreja Paroquial de Alhais |
6.000 |
2ª semestre/96 |
Acab. Centro Paroquial da Queiriga |
6.000 |
2º semestre/97 |
Rep. Igreja Paroquial de Pendilhe |
5.880 |
1º semestre/98 |
Remod.Adro e Rest. I.Matriz V.N. Paiva |
6.000 |
1º semestre/98 |
Arruamento Adro Igreja de Lage Gorda |
3.416 |
1º semestre/98 |
Const. Rest.Arranjo ext. Igreja Parq. Alhais |
6.000 |
2º semestre/98 |
Rep. Capela de S. Francisco |
6.000 |
2º semestre/98 |
Acab. Sede Grupo Desp. Cult. Recr. Tourense |
3.900 |
2º semestre/98 |
Os protocolos correspondentes ao presente ano foram assinados pelos Reverendos Justino Lopes (Igreja de V. N. Paiva), Manuel Ramos (Igreja dos Alhais) e dr. Alfredo Lacerda (Grupo Desportivo do Touro). Vê-se que a Vila Nova de Paiva está a mexer. Tanta obra, é obra! E não falta quem veja aqui a cumplicidade do actual presidente da Câmara e do deputado José Junqueiro. Agora se entende melhor agradecimeto que o engº Diogo Pires fez a este deputado (cito) “sempre que solicitado se mostrou receptivo, compreender e fazer sentir junto do Governo os anseios das gentes de Vila Nova de Paiva”, aquando da presença do senhor Secretário das Obras Públicas naquela vila em 19 de Abril p.p.
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(*) Sobre as obras e financiamentos relativos ao concelho de Castro Daire faremos, em devido tempo, um artigo à parte. Para já registe-se o facto de muitos milhões terem destino diferente que não o alcatrão, como disse o Senhor Secretário de Estado.
SEGUNDA PARTE
Muitos anos passados, acabei de oferecer à Associação Recreativa e Cultural de Fareja, os meus últimos dois livros, a saber «RODA ENJEITADA» e «PEGADAS MINHAS» com AUTÓGRAFOS dirigidos aos seus associados, na convicção de que uma ASSOCIAÇÃO deste género, da qual fui PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL em mandatos sucessivos, para além de RECREATIVA e de levar a efeitos eventos que dão corpo ao título, é também uma ASSOCIAÇÃO CULTURAL e na CULTURA cabe, naturalmente a HISTÓRIA.
E sobre isso, bem andariam os atuais dirigentes dos corpos sociais se recolhessem e fizessem um BANCO DE DADOS de todos os textos e vídeos que eu já publiquei relativos a ASSOCIAÇÃO que vi crescer com muito esforço e suor de alguns dos seus sócios, pois, para além do dinheiro dos SUBSSÍDIOS (cujos pedidos passaram pelo meu computador) não foram poucos os que, agarrados à enxada, à pá e ferramentas de pedreiro e carpinteiro foram a «mão de obra grátis» que levantou o edifício que hoje honra a aldeia e o concelho.
Já publiquei um resumo histórico da aldeia e dos nomes sonantes da pessoas que a habitavam em 1258 (Inquirições de D. Afonso III) e que eu saiba esse texto, bem como os vídeos que alojei no Youtube sobre as três fases ligadas ao ritual do PINHEIRO DE SÃO JOÃO (CORTE E TRANSPORTE, DESCIDA DA VELHO e ERGUEDELA DO NOVO) não constam dos ARQUIVOS DA ASSOCIAÇÃO.
Deviam constar. Aqui fica o alerta com a pretensão exclusiva de contribuir para que a que a designação que incorpora o «RECREATIVO» não ponha de lado o «CULTURAL E HISTÓRICO»..