Trilhos Serranos

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A INVASÃO 1

Eles aí estão. Às nossas portas. Decididos a entrarem contra as vontades e as forças que se lhes opõem. Não entram a bem, entram à força. 
Mas ... enganam-se os meus amigos se pensam que estou a cogitar na vaga de REFUGIADOS que, nestes nossos tempos conturbados, deixam os seus países de origem e se veem obrigados a buscar paz e vida nesta velha Europa. 

A INVASÃO 2

Ontem, depois de avisar os amigos, de que o meu registo A INVASÃO não se reportava à ONDA de refugiados que, deixando os seus países de origem, procuram na velha Europa "paz e vida", rematei o texto com as seguintes palavras:

A INVASÃO 1

Eles aí estão. Às nossas portas. Decididos a entrarem contra as vontades e as forças que se lhes opõem. Não entram a bem, entram à força. 
Mas ... enganam-se os meus amigos se pensam que estou a cogitar na vaga de REFUGIADOS que, nestes nossos tempos conturbados, deixam os seus países de origem e se veem obrigados a buscar paz e vida nesta velha Europa. 


Pouco inspirado, o Coelho (coitado!), agarrado ao passado velho e e relho (grande disparate!), ontem no debate, cantou  sem brilho, apenas  com refrão, apenas com estribilho, a canção que sabe da Coligação.


Já o escrevi, não sei onde e quando, mas vou repeti-lo hoje, aqui. Quando era menino de escola, e andava pelos montes a guardar gado, havia um penedo "in loco dicitur Riscado", (vejam lá, a escrever em latim que na altura só o cura e o sacristão da aldeia sabiam) que era a atração da pequenada. Saltávamos para cima dele, dávamos um berro e a nossa voz repercutia-se, não sei quantas vezes, naquelas quebradas da serra. Descia de encosta a encosta, ultrapassava o Rio Mau, ía ao Medroso, na vertente oposta do rio, e retornava até nós esbatida, mas muito audível. Era, a bem dizer uma pedra de encanto, uma espécie de púlpito que impregnava um milagre nas nossas almas ingénuas.
CARTAZES E DESDOBRÁVEIS


Ora cá está o resultado do deixa andar. Esta dos CARTAZES de CAMPANHA com FOTOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS e MENSAGENS FALSAS, tem precedentes e eu vou lembrá-los.

Quando me criei, em Cujó, não havia energia elétrica. Mal caía a noite, fosse em trabalho ou fosse para divertimento num qualquer serão, todos nós, os habitantes, novos e velhos, rompíamos os tamancos a dar pontapés no escuro. Não sei se devo a essa realidade o facto de, ainda hoje, ter horror ao ESCURO. Só me sinto bem em lugares bem iluminados e, de certo modo, acompanhado de pessoas que resplandeçam alguma luz.

 

DESABAFO

Solitário, sentado à mesa, espero a refeição da noite. Cumpro a obrigação de me alimentar, para manter a carcaça viva, andante e pensante.


Há muito que tenho denunciado publicamente o aproveitamento que determinadas ASSOCIAÇÕES regionais fazem dos dinheiros públicos em nome do DESENVOLVIMENTO e SUSTENTABILIDADE deste interior serrano. Fi-lo no meu livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura» sobre o desempenho do ICA, com sede no Mezio e fi-lo questionando, fotografando e filmando a colocação de monóculos de grande alcance a serra do Montemuro e arrabaldes, (a coberto de programas ditos de «DESENVOLVIMETO») alguns dos quais foram imediatamente roubados e outros se tornaram inúteis por «embaciamento». Fi-lo denunciando o embuste de «gravuras rupestres» na Fonte da Pedra, arredores de Picão (em texto e em vídeo)  pois é tempo de, por estas bandas, se abrirem trilhos de SERIEDADE e não de OPORTUNISMOS de circunstância, pagos com dinheiros de todos nós.

Como cidadão que passou parte da sua vida a comentar e a divulgar a "história local" , bem como a imaginação e criatividade, individual ou colectiva, que, aqui ou ali, se vão manifestando em honra e dignificação das nossas gentes e da nossa terra (o que tenho feito na imprensa, nos livros e nos vídeos) foi com grande orgulho castrense que, através de um "Alerta Google", a remeter-me para o "Notícias de Resende", vi chegar o "Projecto Bia" ao plenário da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República no passado dia 7 de maio.

ACORDO ORTOGRÁFICO

A partir de hoje, segundo rezam os "ditos" de soalheiro e conselhos governativos e académicos, torna-se obrigatório o uso das regras da escrita estabelecidas no NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO. 

ACORDO ORTOGRÁFICO

A partir de hoje, segundo rezam os "ditos" de soalheiro e conselhos governativos e académicos, torna-se obrigatório o uso das regras da escrita estabelecidas no NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO. 

ANONIMATO OU MEDO DA DITADURA?

Com o título em epígrafa "postei" na minha página do FACEBOOK, no dia 08 de maio de 2013 o texto que se segue e que fui repescar às MEMÓRIAS de um amigo que o PARTILHOU. Ele aí vai tal qual:

 
Já aqui disse que quando me não apetece fazer NADA, nem a ler, nem a escrever, nem a filmar, nem a fotografar, nem a falar, simplesmente disposto a fazer NADA (isto é, tornar-me conscientemente um INÚTIL SOCIAL) meto-me nos meus ARQUIVOS de documentos inéditos e ou PUBLICADOS à procura de inspiração. Navego na Internet à procura do que é DITO E FEITO sobre Castro Daire.

Aquando da publicação do CATÁLOGO DA BIBLIOTECA DE AQUILINO RIBEIRO discorri sobre a obra do MESTRE e publiquei no "Notícias de Castro Daire", de 10-02-2005 e no «Boletim da Fundação Aquilino Ribeiro», no mesmo ano, um extenso texto do qual, muito a propósito, passados todos estes anos, atento às iniciativas sobre a divulgação da sua obra,  destaco o seguinte excerto, adaptado aos dias de hoje. 

25 DE ABRIL

Aproximando-se mais umaniversário do 25 de Abril, resolvi colocar neste meu espaço um texto que alojei no Facebook em 29-04-2014. Aquilo que escrevi há um ano continua a ter actualidade, pois o ANONIMATO é a toca onde se mete todo o cagão armado em valente, sendo que alguns Valentes se chamarão.

CAÇA, QU'É DELA?

Neste tempo digital em que se escreve sem uso de caneta, papel e tinta, tempo em que a minha caixa de correio analógico me aparece atafulhada de folhetos publicitários, avisos das Finanças sobre o EMI, os selos dos veículos, seguros, cartas de pagamento da água e da luz, da MEO a ameaçar-me que cortam televisão, telefone e Internet, se não pagar a tempo, tudo, para mim uma grande chatice, neste tempo dizia, ainda aportam neste meu porto de abrigo, longe do mar, embarcações sobre as quais navego com gosto e nelas vou até outros tempos, outros espaços e outras gentes.

A par do chó, aquela armadilha primitiva muito engenhosa para apanhar perdizes,  toda ela feita com materiais que o aldeão tinha ao alcance do seu braço, o caçador furtivo também fazia uso dos "ferros", uma espécie de ratoeira para caçar coelhos e até outros quadrúpedes de maior parte, nomeadamente raposas, gatos bravos texugos e demais fauna noturna bravia.

Saber armar uma ratoeira dessas resultava de uma aprendizagem que se recebia e transmitia de geração em geração. Para qualquer serrano era tão natural saber desempenhar essas artes, como natural era tapar uma narina com o polegar e atirar para longe o monco que lhe obstruía a irmã gémea, vias respiratórias desentupidas sem recurso aos vaporizadores hodiernos, que, aliás, nem sequer existiam nas boticas da época.

 


O FURÃO

Nos meus tempos de juventude, uma das armas usadas na caça ao coelho era o furão, aquele mamífero carnívoro da família dos mustelídeos. Para caçar com esse animal esguio, pelo aveludado, olhos cintilantes que tudo captavam em redor movidos por uma curiosidade sem limites, era preciso ter licença. 

 

 Contemporânea do chó, da ratoeira e do furão era a arma de carregar pela boca, não raras vezes parceira inseparável do furão e da rede, na caça furtiva. Caçadores havia que nunca a designavam por arma, mas tão somente por "ferro". Geralmente era de um só cano, mas também havia as de dois canos paralelos, predecessoras das de "fogo central" que posteriormente sairam das fábricas.


Acabo de ler no "Jornal do Centro" uma longa entrevista feita pelo seu director, António Figueiredo, ao actual Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, João Cândido. Ali se diz que a "actual direcção vai avançar com uma queixa em tribunal contra os anteriores directores pelos prejuízos causados". Cerca de 79.000€, alguns deles desviados  para a empresa do anterior presidente ANTÓNIO DA CONCEIÇÃO PINTO.
PRIMEIRA PARTE

O provérbio que dá título a esta crónica não tem nada de agressivo. Já larguei a moca há muitos anos. Troquei-a pela caneta.  Nunca fui muito hábil a manejar uma e outra, mas faço-me entender e, neste caso, uso o anexim tão só por uma questão de comodismo, já que a semântica que ele carrega se presta perfeitamente a poupar-me trabalho, se presta a que eu, de uma assentada só, arrume  as leituras que fiz dos livros de dois autores distintos que tiveram a gentileza de me oferecer e me chegaram à caixa do correio no espaço de um mês. Face a tal obséquio,  sem nenhum deles me encomendar o sermão, impus-me a obrigação de sobre eles escrever algumas linhas, dando-lhes assim provas públicas de os ter lido. Então lá vai.

 

 

O PROFESSOR DOUTOR AMADEU CARVALHO HOMEM, com página aberta no Facebook, vai colocando naquele seu espaço temas de reflexão e, inteligentemente, vai levando os seus amigos e/ou visitantes a servirem-se e a degustar o que ele põe na mesa, assim como quem não quer a coisa. Um dos últimos acepipes foi colar-se à postura de António Arnaut, defendendo (como ele) que todos os maçons se deviam assumir publicamente, o que logo levantou opiniões PRÓ, CONTRA e OUTRAS, provando assim a pontaria certeira do ARQUEIRO.

 

Ansioso de informação, ávido em compreender este meu país e as suas gentes, abanquei frente ao televisor e aguentei horas seguidas a ver e ouvir os interrogatórios sobre o caso BES (canal 219) e também os ESPECIAIS do CANAL 8 a esmiuçar as contas do AMIGO de SÓCRATES e os empréstimos que ele lhe fez.
Depois de tanto aguentar e de ler, ouvir e ver ali o meu país, comecei a sentir náuseas. Primeiro, uma espécie de vómitos, logo seguidos de uma flatulência intestinal que, com receio de levantar voo como um balão e bater com a cabeça no tecto, resolvi AREJAR (fixem bem o verbo), não a ver o CANAL 4 (casa dos segredos) onde me perderia no paradoxo irresolúvel de ouvir professores universitários dizerem que os alunos chegam à Universidade sem saberem ler e escrever e os políticos a chorarem a perda da "geração mais qualificada" de todos os tempos.   

CANTE ALTENTEJANO: «PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE»

Pouca gente saberá o prazer que teve um beirão de nascimento (eu próprio) regozijar-se com a notícia de ver elevado a «Património Imaterial da Humanidade» o «Cante Alentejano». E ninguém saberá também o trabalho que tive para «repescar» o texto que transcrevo mais abaixo, publicado em 1993, aquando da representação do Grupo Coral de Odemira, na Feira de S. Mateus em Viseu.

Em 22 de Outubro de 2008, publiquei no meu velho site «trilhos serranos» um artigo com o título «CASTRO DAIRE - O ORGULHO DE TER SIDO PROFESSOR», artigo esse suscitado pelos currículos académicos de dois ex-alunos meus, na Escola Preparatória de Castro Daire.
Eles, e mais uns tantos, integravam uma turma que não raro, em Conselhos de Turma, eram apelidados de «rebeldes e insuportáveis» por parte de alguns colegas meus, mais acostumados a debitarem as matérias do que a explicá-las. Em tais circunstâncias sempre chamei a mim a sua defesa, fazendo ver aos colegas que não podíamos chamar «rebeldia» à «exigência e ao interesse» que eles manifestavam em querer saber mais, puxando pelo professor, obrigando-o a reformular as questões e, quantas vezes, a dar novo rumo à aula planificada.

Nestes tempos de auto-estradas, vias rápidas e bólides de alta cilindrada, preferencialmente de marca alemã que atravessam o país em poucas horas (ainda anda no ar um certo aroma a troikas e baldroikas, a mercados, a mercancias e merklancias);  nestes tempos de esqueléticas mensagens de escrita e leitura rápidas, sem necessidade de papel, nem caneta, nem tinta; nestes tempos de «sms» nas quais as vogais «lastiram p’ra forates» e o K, nesta novel república digital voltou a ser rei, entronizado à revelia de qualquer Acordo Ortográfico (para gosto ou desgosto dos que, respectivamente, vêem a Língua Portuguesa viva ou fossilizada)  estava eu em sossego, estendido num sofá, em minha casa, em Fareja,  aldeia sita entre Viseu e Lamego, a reler «O Homem da Nave» de Aquilino Ribeiro e a degustar a descrição que ele faz da chegada a Lisboa da diligência onde viajaram o fidalgo de Tabosa, o ostrogodo Almeida de Vasconcelos, e o seu escriba, Padre José Aniceto, descrição que partilho com os meus leitores, para melhor juízo e paladar. Assim:

No momento em que o Presidente da República e mais governação portuguesa se desloca à China, com os propósitos expressos de intercâmbios de interesses comuns, achei por bem transcrever para aqui um texto que, em 2003, publiquei no meu velho site e no "Notícias de Castro Daire". Assim:

"OS CHINESES EM CASTRO DAIRE

"Quatrocentos anos após os português Leonel de Sousa ter firmado com os chineses o primeiro tratado comercial visando a fixação de gente lusa na península do Kwangtung, a troco de 10% dos direitos comerciais, eis que a História dá a volta. Neste princípio do século XXI, os chineses descobrem a Europa, Portugal inteiro e, em fins de Julho de 2003, chegam também a Portugal.Estabelecidos na vila, chegaram 450 depois dos portugueses terem feito pela vida lá pelas terras do Oriente, incluindo as costas da china.

Enclausurou-se na sua própria moradia, ainda jovem. Foi no Alentejo, na aldeia de Entradas, sita a 10 quilómetros de Castro Verde. Mocidade vivida, família abastada, «clic», de um dia para o outro, muito novo ainda, fechou-se em casa e dali não mais saiu, senão no caixão, em idade avançada. Sempre sentado à janela num cadeirão de almofadas gastas e renovadas, lia todos os dias e jornal e a telefonia, sempre ao seu lado, levava-lhe as notícias fresquinhas noite e dia. Homem do princípio de século XX, chamava-se Manuel Mestre Brito e era tio da minha mulher. Rondaria os 70/75 anos de idade quando o conheci.
Visitei-o algumas vezes. Era um conversador nato, que dava gosto ouvi-lo, pois estando fisicamente fora do mundo, dava mostras cabais de estar dentro dele, todo  vivido, visto e ouvido dali, da sua janela, afora a experiência vivida fora, antes de lhe dar aquela «maluqueira», como diziam alguns.
DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (20)

 11 – CUSTAS:

 
PAGAMENTOS

 
AUTORES

RÉUS

ENTRADA

PARA

CUSTAS

REEMBOLSO

DAS

CUSTAS

HONORÁRIOS

DO

ADVOGADO

 

APOIO JUDICIÁRIO

 
€ 869.40

€ 703.80 (a)

€ 1.535,00 (b)

€ 734.40 (c)

 
(a) Este montante seria de € 1.407,00, não fora a situação de «Apoio Judiciário» concedido aos RR.
(b) Este montante inclui 23% de IVA.
(c) Neste montante não estão incluídos os honorários dos advogados.
DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (19)

Recorrer ou não recorrer da decisão, eis a questão.
Ora, não estando eu preparado para esmiuçar o sentido técnico das leis, seja na sua letra, seja no seu espírito, nem por isso me escapam as contradições e dúvidas contidas num qualquer texto escrito, seja ele de ordem jurídica ou de outra ordem qualquer. E vistas as contradições e dúvidas patentes na sentença, não segui o parecer do meu mandatário, não apresentei qualquer RECURSO, assumindo as consequências da minha opção.
DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (18)

 Definidas as modalidades: «aqueduto», «escoamento», «presa», «aproveitamento para uso doméstico» e «para fins agrícolas», a Magistrada quedou-se na modalidade «aqueduto» por ser, in casu , no seu entender, o que estava em discussão.
E escolhido o ângulo de abordagem em «matéria de direito» (a «matéria de facto» tinha sido dada como «provada»), rebuscou saberes, estudos e jurisprudência afins, remetendo para as fontes, e assentou:
DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (17)

 10 – ÁGUA E REGO

10.1 – Esta matéria da água e do rego faz-nos voltar ao princípio e justificar porque é que terminei o antecedente artigo com o adágio popular: «não há bela sem senão».
Já vimos que, por escritura pública, lavrada no Cartório Notarial de Castro Daire, me tornei proprietário de uma moradia em Fareja, com serventia às traseiras da casa, logradouro e quintal, pelo espaço designado nos autos por «eira», nome que lhe advém da serventia sazonal de ali, em tempos idos, se malharem e secarem os produtos agrícolas,  espaço também com a função permanente de caminho de carro, tractor, a pé e  a água de regar.
DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (16)

 10  - PEDIDO DE RECONVENÇÃO

 Tribunal-casaNascente-antes e depoisRezGuardei para aqui a matéria que fez transitar o processo para o Circulo Judicial de Lamego, a fim de, neste Tribunal da Opinião Pública, em que cada cidadão é um juiz, possa dizer da justeza e da justiça do pedido que passou o crivo do «despacho saneador» já que o Meritíssimo Juiz do Tribunal da Comarca de Castro Daire, que o assinou, não estranhou nem se interrogou se teria cabimento e faria vencimento o pedido dos RR. pretendendo chamar a si um prédio comprado em ruínas e recuperado com assinaláveis benfeitorias, há mais de 20 anos. As fotos que se seguem mostram, do lado esquerdo,  o seu estado em 1985, à datada compra, e em 2010, ano em que a acção entrou no tribunal.
DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (15)

 9.3- A EIRA/CAMINHO

Tudo isto porque, tantos anos depois dos AA fazerem uso do caminho através da «eira» para o logradouro e quintal existentes nas traseiras da sua moradia, os RR acordarem da profunda hibernação e, com APOIO JUDICIÁRIO, não obstante possuírem os bens materiais que se enunciaram em tempo próprio, resolveram, mais rigorosamente, o R. marido resolveu opor-se à passagem com a ameaça reportada nos autos: «quem passar qui sem a minha autorização, cai».

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (14)

 9.2  – CAMINHOS E REGOS

A mandatária da ré esposa, pelas intervenção que acima referi, bem tentou saber «quantas vezes» a testemunha Maria José vira passar os AA na eira. Já conhecemos a resposta e vimos o sabonete que, em plena audiência, uma pessoa humilde e de poucas letras, deu a uma jurista encartada, tal como estava segura  da verdade vista e vivida, durante muitos anos. 
O outro mandatário do réu marido, depois de negar liminarmente, na suas contestações/reconvenções, como vimos na grelha acima, que nem os AA, nem ninguém, fazia uso de tal caminho, apesar de na acção posta os AA terem referido e anexado, desde o início, uma sentença transitada em julgado, mostrando que os RR deviam caminho à D. Conceição para uma pequena hora contígua, esse mandatário, dizia eu, admitindo agora, a existência dessa sentença, tentou, em plena audiência, montar a tese de que essa senhora, enganava os RR e a sua antecessora, fingindo ir para o terreno dela com as vacas, mas indo efectivamente para o quintal dos AA.

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PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (13)

 9- TESTEMUNHAS (2)

 9.1 – A LIÇÃO

 Depois do tribunal estar mais do que informado, através dos depoimentos das testemunhas, que a «eira da Dona Nazaré»  devia «caminho e rego», como se alegou na petição inicial, para o «logradouro e quintal», sitos nas traseiras da minha casa, caminho e rego usados pelos AA e seus antecessores, directamente ou por terceiros, sem quaisquer obstáculos, os advogados mandatários dos RR persistiam em saber, pela boca das testemunhas arroladas pelos AA, se tinham visto passar por ali «professor Abílio».

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (12)

 8 – AS TESTEMUNHAS

 Mas o contributo que um simples cidadão pode dar ao melhor funcionamento da nossa Justiça, escalpelizando passagens do Processo Judicial em que foi forçado a litigar, não se faz apenas num reporte aos trâmites do Processo e seus intervenientes: AA., RR. Juízes, advogados e funcionários judiciais. Também se faz com as testemunhas, aquelas que se dispõem a ir ao tribunal dizer a verdade e aquelas que são arroladas por imperativo processual e se prestam a ir mentir, a dizer coisa nenhuma ou a dizer coisas convenientes à causa de quem as arrolou. E até nisso os Meritíssimos Juízes, quer na primeira instância, quer na segunda, estiveram atentos, analisando e valorando os testemunhos prestados
É justo, pois, que aqui fiquem registados para a posteridade os nomes dessas testemunhas, tanto as que foram arroladas pelos AA, como as que foram arroladas pelos RR:

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PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (11)

 7  - TRIBUAL DA RELAÇÃO DO PORTO

Claro que os RR, com APOIO JUDÍCIÁRIO disponível (da forma como já vimos concedido e declinado) não se conformaram com a sentença. Deram de barato as fundamentações da Magistrada, deram por inútil a sua visita «in loco» para melhor ajuizar a situação real e objectiva e recorreram para o Tribunal da Relação do Porto.
Mais argumentação, mais papéis apresentados pelos RR/recorrentes e pelos AA/recorridos, mais dinheiro para custas e honorários por parte dos AA/recorridos. Soma e segue,  pois os RR/recorrentes, a esse respeito, tinham as «custas» garantidas pelo Estado, essa «coisa» abstracta em que nos diluímos todos nós, os contribuintes. Mas desta vez os RR estavam representados apenas por um só mandatário, o Dr. Adriano Pereira, de S. Pedro do Sul. Manifestamente de algo serviu o «reparo» feito pela Meritíssima Juíza, relativamente aos dois advogados na mesma causa de um casal com «apoio judiciário». Há coisas que,de tão broncas, não se aceitarem num Estado de Direito.

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (10)

 6 - CÍCULO JUDICIAL DE LAMEGO

.Posto o que disse, entra em acção Meritíssima Juíza do Círculo Judicial de Lamego, Drª. Maria de Fátima Cardoso Bernardes.
Juntou-se ao processo tudo o que foi, administrativa e juridicamente, solicitado, a par das custas e honorários exigidos, aos AA. pois nestas coisas,  tudo soma e segue,
Os RR, com apoio judiciário (obtido e declinado pela forma como já vimos) podiam dormir descansados. Os seus mandatários estavam atentos e sabiam muito bem que diligências teriam de fazer e como pagar-se dos serviços prestados.

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (10)

 6 - CÍCULO JUDICIAL DE LAMEGO

Posto o que disse, entra em acção Meritíssima Juíza do Círculo Judicial de Lamego, Drª. Maria de Fátima Cardoso Bernardes.
Juntou-se ao processo tudo o que foi, administrativa e juridicamente, solicitado, a par das custas e honorários exigidos, aos AA. pois nestas coisas,  tudo soma e segue,
Os RR, com apoio judiciário (obtido e declinado pela forma como já vimos)podiam dormir descansados. Os seus mandatários estavam atentos e sabiam muito bem que diligências teriam de fazer e como pagar-se dos serviços prestados.

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PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (9)

4.6 - RESPOSTA ÀS EXCEPÇÕES E RECONVENÇÕES

Reconvenções aceites, alterado o valor da acção, processo sumário transformado em processo ordinário, o caminho está aberto para o Circulo Judicial de Lamego. Mas não antes do meu advogado, Dr. Aurélio Loureiro, em substancial articulado, ter dado a devida resposta às «execepções e reconvenções» assinadas pelo Maritíssimo Juiz da Comarca.
Desse substancial articulado transcrevo, apenas, os «pontos» mais significativos a tal respeito, não vá o leitor ficar com a ideia de que o meu mandatário não cumpriu os seus deveres profissionais, ou que o fez de forma incompetente. Assim:

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (8)  

4.5 - DESPACHO SANEDOR (2)

Apreciada a forma e a linguagem usada pelas partes, em 1831, retornemos ao meu processo.Quando tomei conhecimento do «despacho saneador» proferido pelo Meritíssimo Juiz da Comarca, em 05-05-2011, Dr. Lino Daniel Ramos Anciães, como já vimos mais acima, fui eu que tive de «sanear» imediatamente um «lapso» nele incluso. Digo lapso com a tolerância com que um ancião, de 71 anos de idade, vê, presumivelmente, um magistrado no início de carreira, que um ancião vê com a complacência que encerra a máxima latina «errare humanum est», apesar de saber muito bem que, na gíria forense, se tratou de uma «choca» e na gíria informática, hoje tão em voga e em moda, se trata de «copy/paste».

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PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (7)

 4.3 – DESPACHO SANEADOR (1)

 Depois do tempo suficiente a «marinar, a cozer ou em banho-maria» lá veio o «despacho saneador» proferido pelo Meritíssimo Juiz da Comarca, Dr. Lino Daniel Ramos Anciães, em 05-05-2011.
Ora, como a própria palavra indica, trata-se de «sanear» o que o Meritíssimo Juiz considerou não essencial, isto é, usando nós uma linguagem de camponês, limpou algumas folhas da ramada para tornar mais visíveis as uvas em crescimento e se apurar melhor o vinho. Enfim, uma forma de simplificar a «coisa» e certamente lhe imprimir mais rapidez.Mas deixemos a sua análise para mais tarde e, para melhor se entender a diferença entre a linguagem usada pelos agentes da justiça de outrora e a que usam alguns agentes de agora, como deixei nas grelhas acima, façamos as seguintes considerações e transcrições, dado não haver pressa em terminar a crónica, pois pressa também não houve na resolução da causa em apreço.

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PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (6)

 4.2. CONTESTAÇÃO/RECONVENÇÃO

Os réus ANA PAULA DE JESUS CORREIA DE ALMEIDA e seu marido, ANTÓNIO MANUEL  LOURENCÇO DE ALMEIDA, notificados que foram, apesar de possuírem duas casas, quase contíguas, dois carros, dois tractores, charruas, respectiva galera, equipamento acoplado para rachar lenha, bem como uma mota de alta cilindrada usada pelo filho mais velho, como ficou expresso nos autos, pediram ambos APOIO JUDÍCIÁRIO, apoio esse que foi concedido ao casal, pela Segurança Social.

Os advogados nomeados foram para a ré esposa, a Drª Joana Sevivas e para o réu marido, Dr. Fernando Oliveira. Mas, vá lá saber-se porquê, depois das nomeações feitas o marido desistiu do apoio solicitado e concedido e constituiu advogado, a saber, o Dr. Adriano Pereira, pagando-lhe, certamente, os honorários respectivos. Tudo isto, ao que parece, muito normalíssimo na Secretaria do Tribunal de Castro Daire e Ordem de Advogados, por onde, necessariamente, todos estes papeis passaram. Apresenta-se documentação justificativa do APOIO JUDICIÁRIO solicitado e concedido. Apresenta-se documentação a desistir do apoio judiciário concedido. Desiste-se do advogado distribuído para o efeito. Constitui-se advogado próprio e tudo isto não suscita interrogações aos Serviços de Secretaria do Tribunal. Está-se mesmo a ver a Troika entrou em Portugal por muitas brechas.  Digamos que isso era tudo com a Segurança Social e a Ordem dos Advogados. A secretaria do Tribunal não tinha, nem tem nada a ver com isso. Quer dizer, o Tribunal de Castro Daire já era uma «extensão» da Segurança Social e da Ordem dos Advogados, antes de o ser a «Secção de Proximidade»  em que foi convetido pela nova reforma Judiciária.

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (5)

 3.8 - EXPLIQUEMOS:

Em 26/9/1986, por escritura pública outorgada no Cartório Notarial de Castro Daire, adquiri o prédio urbano com logradouro e quintal anexos, sito no lugar de Fareja, em cujo documento oficial ficou declarado que a aquisição do prédio incorporava «uma passagem de pé e carro, através de uma eira anexa a este prédio pertencente, à data, a Nazaré Cardoso, e também uma servidão de aqueduto sobre a mesma eira para condução de água do povo vinda de Vila Pouca e que se destina à irrigação do quintal anexo a esta mesma casa».

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (4)

Resumidamente: discorri a partir do volumoso processo arquivado na Capela de S. João de Fareja, que nos dá a saber que os moradores desta aldeia obtiveram, no ano de 1755, uma sentença favorável à sua causa no tribunal de 1ª instância de Castro Daire, confirmada depois pelo Tribunal da Relação do Porto, em 1759 e por aí não há de ficar, como veremos.  
Por essa sentença era-lhes reconhecido o direito às águas que desciam desde o Porto Meal e Vale de Vila, junto da povoação de Vila Pouca, para irrigação e outros usos, não podendo os moradores de Baltar de Cima desviá-las da Levada de Fareja, sob a pena cominatória de 6$000.

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (3)

3 - Os autos seguem os seus trâmites, mas paremos um bocadinho a reflectir no texto deste Meritíssimo Juiz. Ele diz «ignorar a querela» a que alude o Ministério Público, e isso não nos parece plausível, nos tempos que então se viviam. Num meio pequeno como era Castro Daire e dado o alarido público do crime que levou à morte do Arcipreste, como podia o Juiz ignorar tal querela? E o facto de constantemente se arrolarem novas testemunhas ao processo faz presumir que havia a intenção clara de o arrastar indefinidamente, situação a que não seria alheia influência dos brasonados João e José de Melo, a desempenharem altos cargos na governança, desde 1820. (assunto que trato no meu livro inédito «Castro Daire, Clero, Nobreza e Povo»)

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (2)

 3 – A REALIDADE

3-1 - Tudo isto, muito antes da tão reclamada reforma da Justiça em Portugal; tudo isto, muito antes dos casos mediáticos que puseram na rua da amargura um dos pilares do Estado de Direito: o Poder Judicial; tudo isto, antes da tão badalada justiça com dois pesos e duas medidas, uma para ricos e outra para pobres, uma a prender os «pilha-galinhas» e a deixar em liberdade e em «vida boa» os corruptos, os burlistas e os falsários; tudo isto antes de existir um programa televisivo «Justiça Cega», cujos intervenientes (um deles Meritíssimo Juiz Desembargador) não deixam dúvidas quanto ao mau funcionamento dos nossos tribunais e até a suspeita de que algumas fugas de informação para a imprensa sobre determinados processos judiciais, partem exactamente dos agentes que os manipulam.

DA FICÇÃO À REALIDADE

PARA UMA MELHOR JUSTIÇA (1)

1 - INTRÓITO

 Para este comecilho de novelo, a fim de melhor se entender como, no exercício da minha cidadania, encarei o processo judicial, a audiência e as sentenças decorrentes de um  «julgamento real» que tiveram lugar no Tribunal Judicial de Castro Daire, Círculo Judicial de Lamego e no Tribunal da Relação do Porto, no qual fui protagonista como AUTOR e AUTOR/RECONVINDO da acção, impelido por razões e fundamentos que, no que a mim respeita, nada tinham de ficção, antes pelo contrário, nada melhor do que transcrever do meu livro «Julgamento», romance histórico editado no ano 2000, o seguinte excerto. Assim:

Claro que o texto colectivo redigido sobre o MANEL DA CAPUCHA nas minhas aulas de Português, inspirado no conto «O Búzio» de Sophia de Mello Breyner, se submeteu aos tópicos que cada aluno escreveu, no quadro, sobre aquele pedinte caminheiro que, a pedibus calcantibus, conhecia todos os poviléus, aldeias, vilas e cidades implantadas nas encostas e pregas das serras do Montemuro, da Nave, da Lapa e, sei lá, se do Marão.

Tenho pautado a minha postura de cidadão, atento à nossa TERRA e às nossas GENTES, por falar e escrever de pessoas que, por uma razão ou por outra, se tornaram senão figuras públicas, conhecidas, pelo menos, por muita gente.

Evadido do presídio do Fontelo, em 1928, Aquilino Ribeiro procurou refúgio nos «andurriais da serra da Nave» na companhia de uma ‘mannlicher’ e um saquitel de 125 cartuchos», material fornecido pelo seu amigo, Luís Figueiredo, de Lamas, «detentor de algumas armas de guerra provenientes do último e abortado levantamento».
Conhecedor da zona e sabendo que a sua aldeia de Soutosa era como que um dédalo de «ruas enrodilhadas, cheias de cotovelos e quelhos, as casas encavaladas umas nas outras» qual madrigueira de raposa, interrogava-se sobre «quem o iria desentocar daquele labirinto celtibérico».

Como professor que fui de História e de Português na Escola Preparatória de Castro Daire, sempre preocupado em ligar a História e a Literatura à vida, seleccionei, propositadamente, para leitura o conto de Sophia de Mello Breyner Andresen que tem por título «O Búzio».E qual a razão desta minha escolha? Vejamos alguns excertos desse conto, a fim de melhor podermos estabelecer a ligação que ele tem com o título deste meu registo. Assim:

SERRA DA NAVE

Disse há dias, e mantenho hoje, que o léxico oral campestre apetrechou o meu linguajar antes do léxico dicionarizado, usado por professores, padres e doutores, que, de cabo a rabo, não distinguiam uma enxada de um exchadão, nem a relha de um arado da sua rabiça. Não Aquilino Ribeiro que conhecia tudo isso muito bem, e disse ser desejo seu «morrer com a enxada na mão, como o cavador da sua aldeia». 

CARTA ABERTA AO SECRETÁRIO-GERAL DO P.S.

FUTURO 1º MINISTRO

Nas eleições autárquicas deste ano, o candidato do PARTIDO SOCIALISTA à Junta de Freguesia da Mões, concelho de Castro Daire, MARCO ANDRADE, num folheto de campanha eleitoral, atribuiu-me uma MENAGEM DE APOIO feita à revelia do meu conhecimento e vontade. 
No dia 28, vésperas das eleições, o candidato deu-me pessoalmente conhecimento do caso, mostrando-me o folheto na convicção de que o texto lhe tinha sido enviado (ou reenviado, não sabia bem) por e-mail, um texto genérico a que ele acrescentara o seu nome na condição de candidato. Neguei, de imediato, que lhe tivesse remetido tal mensagem, que era FALSA e algumas horas depois, fiz-lhe chegar, o e-mail, cujo «PrtScn» se anexa, e se pode ver mais abaixo, para leitura total da mensagem, do endereço electrónico do destinatário e do remetente e do dia e hora em que ela foi remetida. Não gosto nem aceito equívocos com esta gravidade.

MÕES

a) - Passados todos estes dias após as eleições autárquicas, realizadas no dia 29 de Setembro p.p. e ignorando eu, até hoje, dia 8 de Outubro, qualquer tomada de posição pública por parte da COMISSÃO POLÍTICA CONCELHIA DO PARTIDO SOCIALISTA DE CASTRO DAIRE, de apoio, repúdio ou de desvinculação do EMBUSTE praticado por um elemento das suas listas - o candidato à Junta de Freguesia de Mões -  isto é, ele ter usado o meu NOME, a minha FOTOGRAFIA e um TEXTO em seu apoio a mim atribuído (texto que nunca escrevi, nem subscrevi) facto que me apressei a denunciar aqui, nos «trilhos-serranos», onde já foi lido centenas de vezes (presumo que por centenas de pessoas), volto ao terreno do ESCLARECIMENTO por saber que o autor do EMBUSTE persegue na senda de dizer aos seus eleitores que o texto publicado no meu site é FALSO e que ele era «incapaz de fazer coisa daquelas». Procedendo assim, o INTELIGENTE nem se dá conta de que, segundo as suas conveniências, em bem pouco tempo, converteu em MENTIROSO, o fabiano que tinha PRESTÍGIO e notoriedade pública bastante para, sem o seu consentimento, dele se servir na decoração de um folheto de propaganda política apelativo ao voto em si. (CONTINUA)

 MÕES

1 - O meu currículo público reza que fui militante do Partido Socialista em Castro Verde e em Castro Daire. Que fui membro das comissões políticas concelhias locais, até me retirar voluntariamente do aparelho partidário, por razões que tornei públicas na imprensa local. Saído assim do aparelho, nem por isso deixei de sofrer com as derrotas do meu partido e de me alegrar com as vitórias dele, ao nível local, ou nacional. E os quilómetros de escrita dispersos pela imprensa confirmam esse ideário político assumido por convicção, assente nos valores doutrinários preconizados, onde cabem a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a Seriedade e a Ética Republicana. Mostram que, abdicando eu de possuir um cartão com o símbolo do punho fechado, plastificado ou não, não me descartei, por não ser descartável, desse ideário que, com raízes alma transpira à flor da pele ao longo dos anos

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 3013

Dá licença senhor Doutor. Entre, o sofá livre está. O que o traz por cá, não o esperava tão cedo. Nem eu, mas de há uns dias para cá ando borrado de medo. A minha caixa de correio está atafulhada de pedidos, muitos pedidos, de conhecidos e desconhecidos, todos a pedirem entrada no meu rol de amigos. Eu, que nunca fui de indecisões, sem saber fico, se digo sim, se digo não à revoada. A uns, analisados os perfis (será real o que neles se diz ou somente virtual) dou entrada com mensagem de boas vindas, "já que o deseja e pede, a casa é sua, bom proveito". Alguns agradecem, gentilmente, parece que são mesmo gente, outros surdos, quedos e calados devem ser máquinas automáticas, computadores avariados, sem memória para respostas prontas de marca humana, de amizade. Outros ficam em lista de espera, à espera que eles preencham o contorno vazio da figura humana disponível, pois é minha opção e gosto (com rara excepção) dar somente entrada a gente com nome e rosto.

1 -  BRASÃO DA FREGUESIA

Disse ontem na minha página do Facebook que «em tempo de eleições autárquicas, deixo à nova Junta da Freguesia de Cujó que vier a ser eleita, a sugestão que fiz, há anos, ao actual presidente da Junta e que ele não realizou, talvez por não achar interessante ou necessário. A sugestão, feita em sessão pública, foi que as «armas» da freguesia feitas no chão, em cubos pretos e brancos, junto à parede dos Vicentes, onde ninguém as vê, fosse feito na calçada antes do Cruzeiro da Independência, no sentido de quem sobe. Assim, sendo a calçada inclinada, quem entrasse em Cujó, ido de São Joaninho, tinha uma recepção informativa que agora não tem. E basta chegar à entrada da Várzea da Serra para ver a diferença de como o autarca daquela freguesia se preocupou em informar e receber os visitantes.
Também já tinha dito noutro sítio e a propósito de outro candidato a uma união de Freguesias do concelho de Castro Daire, que «na política, para lá das amizades e da seriedade, é preciso algo mais» e que «há quem erradamente pense que só se pode exercer a cidadania em benefício dos interesses públicos integrando uma qualquer lista partidárias concorrente às eleições, locais ou nacionais. Eu tenho demonstrado há muitos anos que não é assim».

LIÇÃO DE HUMILDADE

 Do Facebook e do que penso sobre este espaço, já dito em crónica anterior,  nunca exclui a minha pessoa, como já dei provas sobejas com a polémica extraída da página do PSD, resultante de uma pergunta que nela fiz (que ficou sem resposta) acerca de um candidato seu à «UNIÃO DE FREGUESIAS MAMOUROS, ALVA, RIBOLHOS».
Ora, não ficando aí tudo esclarecido, retomei o assunto na minha página que teve o desenvolvimento que aqui se repõe, não antes sem eu dizer que, entretanto me chegou a casa, por correio tradicional, mais um livro do aquiliniano confesso e provas dadas, Dr. Lima Bastos, com o título «O Retrato de Aquilino» e subtítulo «Pintura Sobre Palavras». Com dedicatória pessoal amistosa, o autor, em «nota preambular», informa os leitores tratar-se de um trabalho que junta a prosa dos seus quatro primeiros livros «num volume com certo aparato gráfico – parece que até lhe dão o nome de «edição de prestígio», arre diabo!». 

TRADIÇÃO E A MODERNINDADE -1

Se é citadino, se, de quando em quando, ciranda por estes «trilhos serranos» se ainda não se cansou do uivo solitário deste lobo ibérico em vias de extinção, suba cedinho ao topo da serra do Montemuro e verá levantar-se, lá para os lados da serra da Nave, o Sol num resplendor de cor, de energia e de vida.
E quando esse braseiro de Vulcano tomar altura a iluminar o mundo verá também as velhas muralhas, verá o que resta do Muro que, implantado neste Monte, não se sabe desde quando, deu o nome à serra: monte do muro, mais tarde,  Montemuro.

HISTÓRIA LOCAL - POLÍTICA LOCAL

O Facebook tem sido para mim uma plataforma de leituras, de estudo humano, dúvidas, interrogações e algum entretenimento. Sobre isso já disse q.b. no texto específico, colocado no meu site «trilhos serranos», com o título «FABEBOOK -1». Cabe agora trazer aqui o exemplo no qual eu próprio sou protagonista, por virtude de ter feito uma pergunta no «momento certo e no lugar certo», pergunta que ficou sem resposta e, em vez disso, deu origem ao «bate-papo» que se segue, transcrito integralmente da página que o PSD mantem no Facebook e, cujo remate, hoje mesmo, é o «comentário» de António Martinho dos Santos Teixeira. Outros que, eventualmente venham depois, já não podem integrar esta crónica.

O Facebook tem sido para mim uma plataforma de leitura, de estudo humano, de dúvidas, interrogações e algum entretenimento. Espaço democrático e amplo, ágora grega dos nossos tempos, onde toda a gente pode exprimir livremente a sua opinião e os seus gostos e desejos. Autêntico confessionário onde os crentes correm a expor os seus pecados e virtudes diários. Desnudam-se todos, gente exótica de povos ditos «civilizados», gente aborígene de povos ditos «primitivos». Coexiste aqui gente livre e libertina com puritanos que gritam aqui d'el Rei em defesa dos valores instituídos e quase perdidos.  Mortos-vivos fechados em catacumbas, grupos secretos, iniciados e treinados para dizerem mal dos ausentes, impossibilitados de ripostarem aos mexericos contra eles que dão felicidade aos iniciados admitidos na seita. Coexistem igualmente surdos-mudos com seres bem falantes, oratória fácil, tribunos encartados no saber político e/ou académico, no saber das ciências e das letras, relação de professores com alunos e vice-versa, banca de trabalho de poetas e escritores, onde todos expõem, escutam e auscultam assuntos sérios, bibliotecas de sabedoria, como marca distinta de estantes vazias ou recheadas de banalidades e coisas fúteis. A felicidade está ao alcance de cada mão, segundo o seu desejo, a sua opção.

COMÉRCIO LOCAL

Há uns tempos, fui à histórica loja «Ferreira Pinto» (perto do coreto) e comprei tecido bastante de serrubeco para umas calças que mandei fazer a um alfaiate local.  Próprias para me protegerem do frio nas viagens de mota, quis mandar fazer outras, mas o José Carlos (Carlinhos para toda a gente amiga) disse-me que já não vendia esse tecido. E, aproveitando a sua experiência sobre tecidos, uns que acabaram e outros que surgirem, contou-me uma «estória manhosa» digna de nota.
Antigamente, disse-me ele, as peças de fazenda eram todas de «pura lã»  e quando a indústria passou a fornecer o mercado com peças metade de lã e outra metade de polyester ou similar, nem todas os clientes aceitavam a novidade. Exigiam «pura lã» e mais nada. O «fioco» não teve saída. Tecidos feitos a partir da tosquia dos animais que conheciam na serra, traziam selo de garantia, os outros sabia-se lá de que eram feitos.
Não. Tecidos, só de «pura lã», que os serranos conheciam desde a tosquia à tecelagem.
Nisto, como em tudo, sobretudo nos meios rurais, cientificamente pouco atreitos a mudanças, as novidades não têm o caminho facilitado.

«É FRAQUEZA DESISTIR DE COUSA COMEÇADA»
Luís Camões

 Na saga da preservação das fontes e águas públicas perdidas entre silvedos e barrocais, à semelhança da Fonte de Nossa Senhora, no Alto da Lapa, e também a Fonte da Lavandeira, de que já falei em artigos anteriores e vídeos colocados no Youtube, começo esta crónica com as mesma palavras que escrevi sobre a Coluna Secular e o Cruzeiro de Alminhas, à entrada da Sobreira, palavras que levaram à alteração da obra feita e, com isso, à salvaguarda do nosso património material e imaterial histórico. Assim:

Acabei de ler um texto no Facebook  cujo autor se lamentava de haver gente que só se lembra dos Bombeiros como da Santa Bárbara: dos Bombeiros quando há fogo e da Santa Bárbara quando troveja. Esse texto não deixou de «bulir» comigo e levou-me a  transcrever para aqui parte do capítulo «NA HORA DO RESCLADO» do meu livro «Castro Daire, Os Nossos Bombeiros, A Nossa Música», editado em 2005. Isto para que o autor do texto, escrito num momento muito dramático para as corporações dos soldados da paz,  saiba que há quem se lembre dos BOMBEIROS não apenas nos momentos de aflição, pois (em Castro Daire)  também há quem tenha consumido anos a estudá-los e a oferecer-lhes «grátis» uma obra que, como foi notório e público na imprensa local, em vez de ser lida, e acarinhada pouco faltou para acabar numa fogueira. Mas isso é «fogos» de outros tempos. Ora façam o favor de ler e calculem as horas, dias e anos dedicados à investigação de uma obra de 500 páginas, assim rematada:

A COERÊNCIA 

1 - Em tempo de campanha eleitoral convém ter memória, para lembrar aos candidatos aquilo de que falaram, do que prometeram, do que cumpriram e não cumpriram. E quando memória se não tem, não há outro remédio senão recorrer-se a documentos, artigos e crónicas publicadas ao tempo e assim sermos fieis às ideias e aos factos que se prestam a comentar quatro anos depois. Dito isto, à semelhança do que já fiz trazendo a terreiro a serra do Montemuro como bandeira turística partidária de todos os partidos concorrentes às cadeiras municipais, hoje transcrevo do meu velho site para este novo (actual e activo) parte da minha primeira crónica que teve por assunto principal o PROGRAMA do MIC, que no acto da sua apresentação, no Largo do Coreto, cujo apresentador  sintetizou os seus objectivos colocados a seguir entre aspas.

DEBATES ENTRE CANDIDATOS

1-1 - O PRIMEIRO DEBATE

Estive a ouvir com atenção o debate entre o candidato do CDS-PP e do PSD que teve lugar na Rádio Limite, hoje, com início às 19 horas. Felicito o moderador e os candidatos pela forma cordata e civilizada como eles apresentaram as suas ideias para o concelho. Prestei especial atenção ao capítulo da CULTURA e ambos falaram do Grupo de Teatro do Montemuro e, quanto baste, dos grupos folclóricos e das bandas filarmónicas que existem no Município. E por se ficarem por aí, lembrei-me de transcrever algumas palavras que o Presidente da Câmara de Castro Verde (Alentejo) escreveu no editorial de "O Campaniço", o Boletim Municipal daquele concelho, que me é remetido sempre que sai. Assim diz ele: «temos um município que não confunde formação, cultura e educação com foguetório, apitos e flautas». 
Claro, que eu penso como ele. A formação, a CULTURA e a educação, não se podem confundir com «FOGUETÓRIO, APITOS E FLAUTAS». Transcrevo estas palavras pois elas vem mesmo a calhar para mostrar o conceito de CULTURA que os dois candidatos apresentaram. Só para reflectirem.
Nota: este texto foi colocado nas páginas do CDS-PP e do PSD, (dos dois candidatos em presença) logo após o término da primeira parte do debate. 

DEBATE NA RÁDIO LIMITE

1 - CULTURA

Estive a ouvir com atenção o debate entre o candidato do CDS-PP e do PSD que teve lugar na Rádio Limite, hoje, com início às 19 horas. Felicito o moderador e os candidatos pela forma cordata e civilizada como eles apresentaram as suas ideias para o concelho. Prestei especial atenção ao capítulo da CULTURA e ambos falaram do Grupo de teatro do Montemuro e, quanto baste, dos grupos folclóricos, das bandas filarmónicas que existem no Município. E por se ficarem por aí lembrei-me de transcrever algumas palavras que o Presidente da Câmara de Castro Verde (Alentejo) escreveu no editorial de «O Campaniço», o Boletim Municipal daquele concelho, que me é remetido sempre que sai. Assim diz ele: «temos um município que não confunde formação, cultura e educação com foguetório, apitos e flautas».

1 - Numa altura de eleições autárquicas (neste ano de 2013), após o primeiro debate feito na Rádio Limite pelos candidatos do CDS-PP (Carlos Rodrigues) e do PSD (Luís Alberto da Costa Pinto), explanado que foi o seu conceito de CULTURA, circunscrito aos Grupo de Teatro do Montemuro, ranchos folclóricos e bandas filarmónicas, injusto seria eu para com o antigo presidente da Câmara João Matias e presidente da Assembleia Municipal, Dr. João Duarte de Oliveira, não trazer à colação as palavras por eles proferidas, em 1995, na sessão de lançamento do meu livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura». Faço-o tão-somente para produzir um documento histórico, já que a história não se faz sem documentos e eles nos revelam o que pensam os homens e os conceitos pelos quais guiam os seus procedimentos, pessoais e políticos. 

Na ordem cronológica da «Imprensa Local» de Castro Daire, entrou um jornal que tinha por título «Castro Daire». Nasceu em 30 de Novembro de 1917 e era seu Director e Editor Alfredo Semedo. Dizia-se «Órgão mensal, independente, defensor dos interesses locais».

Creio ser de inteira justiça repor aqui, na integra, o texto que, em 1997, publiquei  no «Notícias de Castro Daire», referente ao bate-chapas, Victor Amando Monteiro dos Santos, vulgarmente conhecido por ZAPA, agora falecido e cujo óbito referi no meu «estado» do facebook, no dia 17 do corrente. Às vezes marginalizado, senão mimosedado com dichotes devido às suas excentricidades, é em memória dele que o faço e também para divulgação do fabuloso poema que ele recitou, servindo-se do martelo e do tais como instrumentos musicais a marcar ritmo do trabalho e da recitação. Assim:

Neste ano de 2013, ano de eleições autárquicas, reportando-me ao entrecruzar de objectivos programáticos dos vários partidos concorrentes às cadeiras dos órgãos municipais e de freguesia, em 8 de Agosto do corrente ano, escrevi o seguinte na minha página do Facebook, com remissão para o meu site:

«(…) como as intenções e objectivos genéricos expressos nos programas se entrecruzam e misturam, à semelhança dos elementos que integram as listas do PSD, do CDS, do PS  (em eleições passadas e presentes), seria bom que se aclarassem ideias e valores, já que os partidos políticos, em geral, e em Castro Daire, em particular, deixaram, há muito, de serem instituições agremiadoras de pessoas identificadas com o mesmo ideário político e social, para serem unicamente trampolins de pessoas que deles se servem para atingir os seus fins e interesses pessoais. Depois queixam-se da Democracia Representativa chegar ao que chegou e do descrédito dos políticos».

Há uns anos, por força de integrar uma Associação Recreativa e Cultural concelhia, fui convidado a participar num jantar de aniversário, tal como ouros sócios. Entre eles estavam dois amigos que comigo se sentaram à mesma mesa. Comemoração bem comida e bem regada, nesta, como em todas as festas, os convidados, barriga cheia, vão desaparecendo sorrateiramente e com eles se vai o alarido do convívio, dos odores e efeitos etílicos que preencheram a sala. Eu e os meus dois amigos, ficámos. E notei que, à medida que passava tempo e o tinto mudava de vasilha, aumentava a alegria e a eloquência. Eu destoava claramente do trio. Eles bebiam e falavam e eu somente ouvia. A conversa entre eles variava de assunto para o outro com a rapidez com que uma borboleta se move de flor em flor, resultando daí que muitas dessas conversas não tivessem sentido, nem conclusão. O que não era para admirar!

Hoje, estava eu nos sanitários do  Jardim Público, em Castro Daire, quando entraram dois amigos a cavaquear sobre algo que metia uma mulher aposentada, com choruda reforma. Eles iam ao que se sabe e, lado a lado, virados para o WC, diz um para o outro:

- Alguém anda a comê-la!

- A quem, à reforma?

- Não, a ela.

- Que chatice, já não a encontro

.- Quem a reformada?

- Sim, sim, ela está reformada, mas não é aquela de que falávamos.

- Quantos anos tem, ó ti Jaquim?

- Oitenta e nove. É por isso que ela se me escapa. Mas não desisto, hei de apanhá-la.

- Com essa idade, é melhor desistir, ó ti Jaquim.

- Não desisto, não. Nem que tenha de arranjar um alicate de pontas, senão mijo nas calças.

Saí. Eles lá ficaram a falar das duas "reformadas" e vi-os, mais tarde, sentados num dos bancos do jardim. O herói, de oitenta e nove anos, fazia jus ao tempo. Bigode e pêra à António José de Almeida, suspensórios, bengala, estava ali, uma figura da Primeira República, arrancada aos álbuns de fotografias da época.  E, ainda por cima,  a falar pelos cotovelos. Republicanos? Gente tesa, gente tesa. Lembrei-me da conversa ouvida pouco tempo antes e perguntei-me a mim próprio o que pensaria e faria eu quando chegasse aquela idade de reforma.

Abílio, 12/08/2013

REQUALIFICAÇÃO DO JARDIM PÚBLICO

Em 14 de Fevereiro de 2012, partilhei na minha página do facebook o desenho que ilustra este apontamento, com a devida explicação e razão de ser dadas nessa altura. A partilha recebeu, de imediato, vários comentários de «amigos», e de munícipes atentos, sempre interessados naquilo com que vou preenchendo nessa minha página, bem como de alguns esclarecimentos meus suplementares.
Ora, como estamos em tempo de eleições autárquicas, achei oportuno relembrar o assunto aqui, neste meu site (outro espaço de comunicação que mantenho com o mundo) para o caso de algum dos candidatos interessados na requalificação do Jardim Público, aproveitarem algo da ideia publicada ou a rejeitarem por terem outra mais consentânea com os tempos e com a dinâmica e vida que aquele espaço merece, tirando de lá aquele mamarracho a que chamam «quiosque». Aí vai, tal qual:

PERGUNTAR NÃO OFENDE

1  - Tenho lido os textos produzidos pelas candidaturas dos pretendentes às cadeiras do Município. Mas, por razões óbvias, tenho-me focado mais nas palavras de Luís Alberto da Costa Pinto (também conhecido por Aveleira) publicados no desdobrável que me foi metido na caixa do correio e no jornal «Notícias de Castro Daire». Tenho feito isso pela simples razão de, não obstante ele ter sido presidente da Junta da Freguesia de Pinheiro, há uns anos atrás, ter agora emergido nas hostes do partido da chaminé (PSD), que só nas últimas eleições autárquicas, depois de muitos anos à frente do Município, com o Dr. César da Costa Santos, o senhor João Matias e a Engª Eulália Teixeira, à cabeça,  viu fugir-lhe o poder para Fernando Carneiro, cabeça da lista do PS.

FONTE DA NOSSA SENHORA – OUTEIRO DA LAPA

 No meu livro «Lendas de Cá, Coisas do Além» editado em 2004, escrevi, entre outras, a «Lenda da Nossa Senhora» e refiro o penedo a que ela se ligava, sito no outeiro do alto da Lapa, entre Lamelas e Vila Pouca. Publiquei nesse livro uma foto tirada em 1999, aquela que também aqui publico hoje (foto 1),  onde vemos a água a esguichar do penedo, terreno baldio, não muito distante da EN2. Chega-se lá, ainda hoje, a partir desta estrada, por um caminho rural perdido entre pinheiros, silvedos, giestas  e mais abundante vegetação natural.
O penedo original com as «covinhas»  e as marcas das ferraduras do burrinho (ver vídeo alojado no Youtube com o título «Penedo de NSenhora» em Lamelas) desapareceram.
Foi dinamitado nos anos sessenta do século XX e, em 1999, apresentava ainda o aspecto que mostra esta foto de que sou autor.  Mais uns anos passados e a autarquia, a fim de melhor explorar a água como suplemento ao abastecimento domiciliário de Vila Pouca, procedeu à necessária captação e canalização, desde a nascente até ao destino.
Foi aproveitamento de pouca dura. A água foi abandonada e não tardou que os matagais do outeiro, hoje sem a pastorícia de outrora, tudo engolissem, fazendo desaparecer, temporariamente, as obras e a lenda, com as águas a correrem nos canos subterrâneos ou em céu aberto, até se perderem na valeta da EN2.

O ANCIÃO E  «A MOLEIRINHA»

Estava eu, no dia 18 do corrente,  à  volta de um prato de sardinhas assadas na brasa, quando se aproximou de mim um ancião, pediu licença pela interrupção, e perguntou-me se eu era aquele senhor que escrevia no jornal. Que lia sempre os meus artigos e tinha notado a  minha ausência, nos últimos tempos. Que sim, senhor, era eu mesmo, gosto em conhecê-lo. Quem é?
Um pouco marreco, voz insegura, notoriamente mouco, olhar vivo e penetrante, sorriso desdentado, estava à minha frente uma carrada de anos em forma de homem muito magro e visivelmente de letras gordas.
Eu queria oferecer-lhe um livro. Sim, senhor, obrigado. E meio assustadiço, colocou-me ao lado do prato das sardinhas um opúsculo com o título «A MOLEIRINHA», capa decorada com uma pequena e tosca figura de barro, saída, seguramente, de um ignoto barrista que molda imagens à proporção da sua imaginação e engenho. Voltou a pedir desculpa pela interrupção e foi sentar-se numa mesa próxima. Ouvi-o pedir o almoço e vi o esforço da empregada para fazer-se ouvir a informá-lo dos pratos do dia.

DE CABO A RABO

Num tempo em que as palavras perdem sentido na boca dos políticos e de alguns eruditos facebookianos, lembrei-me, vejam só, de dois diálogos ocorridos numa loja de ferramentas agrícolas, entre vendedor e clientes.

1 - A GADANHA

Um desses diálogos ocorreu em torno do cabo de uma ganhanha de segar feno, das antigas, cabo de madeira que terminava em bisel, onde a gadanha se lhe unia por meio de um aro metálico mais  uma cunha de madeira. Dizia uma senhora, na sua condição de mulher sozinha em casa:

- Compro-lhe este, é jeitosinho, tem um perno à medida de minha mão,  mas tem de ir a minha casa encabá-la, que eu sozinha nãofaço isso.

- Está bem, onde é que mora? Eu vou lá encabá-la, mas só o faço a si, pois já viu o que seria de mim, se fosse atender todas as clientes que me pedissem para ir a sua casa encabá-la?
- É um grande favor e só lhe peço isso porque o meu marido está na França, pois se cá estivesse quem a encabava era ele.

2 - A ENXADA

Um outro cliente regateava o preço de uma enxada e, mirando-a daqui e dali, a largura da pá, a medida do olho, qualidade do aço, acabou por dizer ao comerciante:


- Eu levo a enxada por esse preço, mas tem de me dar o rabo.

- Ora essa, dar-lhe o rabo, isso é que não dou.

- Pronto, se não me dá o rabo, fique lá com a enxada. Agrada-me, tem bom olho, mas para que a quero eu, se não me dá o rabo?

O cliente desandou porta fora e comerciante ficou a murmurar:

 Dar-lhe o rabo, era o que faltava!

Este comerciante de ferragens e ferramentas agrícolas, com loja aberta em Castro Daire, era um homem espirituoso, sempre pronto a aproveitar e fazer piada com o que "viesse à mão" no quotidiano da vida. Daí, ter-se virado para mim e dizer-me:

- Já visto isto? Aquela mulher, com o marido em França, pediu-me para eu ir a casa dela encabá-la. Este agora, queria que eu lhe desse o rabo. Se isto continua assim, vou mas é mudar o ramo de negócio.

Não mudou, não senhores. Aposentou-se fazendo piada com os ditos, com as expressões genuínas  e sãs, saídas da boca da gente simples do campo, mais preocupa em ter ferramentas boas e seguras para granjearem o pão, do que com a polissemia das palavras. Isso é para gramáticos e linguistas que, sabendo de cor todas as parónimas, antónimas e sinónimas, não sabem o que é uma gadanha, um engaço e uma enxada. Em boa verdade não sabem, nem sonham, o que é lavrar um campo de semeadura da cabo a rabo. Isso é para políticos que somam leis e mais leis a esmifrar impostos de rabo a cabo. Nisto, é tudo a eito. Comem todos.

É por tudo isso que me agrada passar a letra redonda estes dois diálogos, ocorridos numa vila rural, e mostrar a pobreza e a riqueza da língua, ora na boca dos eruditos, ora na boca dos simples.

Abílio/2013

A SUA VIA SACRA

Saído das berças sitas nas «terras quentes» de Mirandela, gerado no útero de onde saíram, espaçados a compasso das estações do ano,  mais sete irmãos, entenderam os pais que o caminho daquele rebento, escola primária feita, seria o Seminário de Vila Real (somente Seminário, sem distinção de Menor ou Maior) onde, no dizer do actual homem adulto inconformado por ter sido expulso, se «entrava porco e saía salsicha», pronta para entrar no mercado.

HORIZONTES DA MEMÓRIA
 
Num dos programas que vi  "Horizontes da Memória" do professor Hermano José  Saraiva,  ele tratou da figura de Alfredo Keil. O homem e o seu tempo. Aproveitando uma exposição que teve lugar no Palácio da Ajuda,  relativa à sua vida e arte dessa figura histórica, destacou as sua volumosa e diversificada obra de pintura, as óperas que escreveu e levou a palco em Portugal e no estrangeiro, e, sobretudo a importância de «A Portuguesa», nascida de um entusiasmado e fulgurante fôlego contra o Ultimatum inglês, de 1890, letra e música numa  correspondência harmónica e calorosa com os ânimos nacionais que, contra tal política de Sua Majestade, se levantaram no país inteiro.
 
Aconteceu que, estando a Monarquia Portuguesa no seu estertor, "A Portuguesa" (que viria a ser o Hino Nacional) foi imediatamente aproveitada pelos Republicanos, cantado em tudo quanto era reunião, comício, ajuntamento, taverna e colectividade, a pontos do autor desse, então,  Hino Subversivo, que tinha sido acarinhado pela Coroa e vendido, até, alguns dos seus quadros aos membros da família real, de protegido passou a perseguido e, no dizer do professor, cito de memória, Alfredo Keil, por «não ser aderente» deixou de  «passar na via verde da auto-estada do poder», sendo obrigado a «pagar portagem» e sujeito às consequências que sofrem os perseguidos.
 
Pois bem, caiu a Monarquia, veio a República, chegou a Democracia, passou muito tempo,  e esse exemplo dos «não aderentes à via do poder», isto é, os que se excluem intencionalmente do grupo dos «compadres e amigos» são obrigados a pagarem a «portagem», tudo  por não alinharem com as asneiras do PODER, serem críticos do PODER, avessos que são a fazer vénias, ajoelharem, pôr as mãos, gestos tão próprios dos crentes, e, ipso facto, se recusam a dizer «que sim, que sim», a imitar aquela imagem de Santo Hilário que, numa igreja  ali para os lados do Minho, abana afirmativamente a cabeça, respondendo convenientemente à pergunta do pregador mancomunado com o sacristão que puxa uma corda corrediça  sob manto do Santo, para surtir os efeitos desejados e deixar embasbacados e convencidos os crentes, ignorantes de toda a marosca.
Vejam só o tempo que passou! E vejam como tão pouco se mudou!
Castro Daire, tá bonito, tá!
 

Dos muitos quilómetros de linhas escritas que, durante anos, deixei impressas nos jornais e nos livros sobre a história local,  cultura, usos, costumes e  gentes montemuranas, são poucas aquelas que envolvem a minha pessoa, ainda que, por vezes, tenha ilustrado o tema sobre que discorri com a minha experiência pessoal e os conhecimentos que advêm da universidade da vida, tal como fiz nos meus últimos "estados", respondendo à bisbilhoteira pergunta da máquina: "que estás a pensar?"

Neste  meu afã de lidar com letras e com pessoas de letras (tão raras por estas bandas), as letras que mais gostei de escrever, envolvendo a minha pessoa, foram aquelas que, há bem pouco tempo, "postei" no mural de um amigo, aqui, no Facebook com o título GRATIDÃO, um sentimento que muito prezo, pois acho a INGRATIDÃO uma atitude humana execrável. Eu, aos 74 anos de idade, senti-me muito feliz a escrever esse texto, pois eram palavras há muito sentias e devidas publicamente a esse amigo, PROFESSOR da Universidade de Coimbra, que, há muitos anos, não nos conhecendo nós pessoalmente de lado nenhum, ele, sem me perguntar quem eu era, donde vinha e para onde ia, produziu publicamente  "juízos académicos" sobre alguns livros meus, valorizando-os,  o que muito me sensibilizou e honrou.

Julgo até ser essa a dimensão humana que dá distinção e gabarito a uma pessoa de "pensamento", uma pessoa que não banca a intelectual e que, servindo-se das LETRAS, reconhece o mérito onde o há, incapaz de  cometer a INGRATIDÃO de ignorar, ou fingir ignorar, os créditos e os méritos que encaixam na bitola de valores pela qual afere o trabalho alheio e o seu próprio.

Semelhantemente, nessa linha de pensamento e acção, atento ao meio que me rodeia, senti-me igualmente feliz e humano, quando, há muitos, muitos anos, deixei em letra redonda, o mérito que vi nalguns trabalhos publicados, a falarem do Montemuro e suas gentes,  sem olhar ao nome e assinaturas dos seus autores. Aconteceu ter escrito até algumas dessas minhas apreciações valorativas, antes de conhecer pessoalmente alguns deles, o que,aliás, releva a objectividade da minha análise. Valorizei o trabalho pelo seu valor intrínseco e não empurrado pela subjectividade da amizade, esse sentimento humano sempre traiçoeiro,  capaz de empurrar para o elogio fácil e enganador,  que bem pode surtir efeito contrário ao "reforço positivo" de Skiner, no sentido de ajudar as pessoas a ganharem confiança em si próprias e aperfeiçoarem os trabalhos que produzem.

MÉDICO-sines0000Procedi assim impelido pela honestidade intelectual que, por caracter e formação, me impus a mim próprio. Não o fiz para ser agradável com os seus autores, pois não sou nada dado a palavras e discursos de conveniência, destituídos de verdade e autenticidade, tão ao gosto de pessoas que incham com elogios fáceis, hipócritas, sacristas, cruz alçada, desvanecidos com loas e ladainhas que anunciam à distância a procissão que passa.

Pois é, dos muitos quilómetros de linhas escritas que, durante anos, deixei impressas nos jornais e nos livros, falando da minha terra, da sua cultura e das suas gentes, diferentemente de outros que por aí se passeiam e perdem na flora montemurana, nunca confundi " toda a planta com orégãos"  para usar a ironia daquele médico de Sines, em 1850, Francisco Luiz Lopes, referindo-se aos clínicos da capital,  dizendo que eles ignoravam completamente as plantas medicinais que os rodeavam e com as quais se faziam os fármacos. (cf. «Breve Notícia de Sines», 1850, pp. 78)

É tudo uma questão objectividade, de estatura, moral, humana e ética  (não só poética) face ao nosso semelhante e à qualidade da produção intelectual publicada. As LETRAS não são TRETAS e o papel delas é estarem viradas para CULTURA dos povos, do crédito e mérito dos trabalhos produzidos e não apenas para o CULTO do umbigo daqueles ou daquelas que com letras lidam e, numa atitude narcísica, mais não vêem que a si próprias.

 

 

 

1 -AUTO DO VAQUEIRO

 Pavoneando-se no palco do país, os protagonistas que todos conhecemos, desunham-se para convenceram a plateia que são insubstituíveis e que a farsa  está para ficar e durar. Sem eles é o fim do mundo.

A plateia não acredita nisso, apupa-os, dá pateadas no soalho, exibe cartazes mandando-os para a rua. Face ao pateado,  um deles, muito a custo, bate em retirada, reconhecendo em testamento, feito no seu juízo perfeito e "atempadamente", que não podia continuar no auto, pois não acertava uma no papel que lhe foi distribuído. Com "gag" atrás de "gag"  deixou o lugar vago que foi imediatamente ocupado por alguém especialista em finanças, que não podia alegar virgindade nos contratos "swaps". Foi então que, num repente, outro dos protagonistas, sabido que se farta,  habituado a contorcionismos vários, bateu com a porta, recusando-se a representar ao lado de tal figura. A triste figura. Foi o aqui d'el Rei. Era o fim da farsa. 

No dia 16 do mês passado "postei" aqui, neste meu espaço, um texto sobre  a CENSURA, texto que tinha publicado no mensário "Lamego Hoje" do mês de Setembro de 1987. Fi-lo  por razões que respeitam ao que se vai por aí dizendo e praticando, nestes tempos,  relativamente à expressão livre e responsável do pensamento.

Também já deixei neste meu espaço uma referência à urticária que me causam aqueles que, nos blogs, se refugiam no ANONIMATO para exprimirem as suas opiniões, com o receio, diz-se por aí, se serem perseguidos, caso se identificassem com os nomes próprios.

Mas já mostrei, também aqui, que começava a compreender e a ter uma certa simpatia por esse seu resguardo, uma vez que, conhecendo eles a MENTALIDADE dos que detém o poder, das duas, uma: ou recorrem ao anonimato para poderem dizer o que pensam sem receio de serem perseguidos, ou ficam calados, surdos e mudos, para não serem incomodados.

1 - Já começaram a aparecer nos lugares estratégicos da vila, nos cruzamentos das estradas e aldeias, os CARTAZES com as palavras de ordem e as fotos dos candidatos autárquicos. E também já começaram a achegar às caixas dos correios dos munícipes alguns "desdobráveis" com as "promessas" que eles dizem cumprir, caso venham a ser eleitos.

2 - Como ainda não desisti do exercício da minha cidadania, que não apenas meter o voto na urna de 4 em 4 anos, quero deixar aqui matéria para reflexão de todos os candidatos, a fim de nenhum deles poder dizer que a ignoravam. É matéria que eu já trouxe a público, quer através de escritos, quer através de vídeos colocados no Youtube, mas nunca é demais "bater em ferro frio", tanto mais que se trata de matéria de relevante interesse para o concelho. Matéria de interesse público. De que se trata?Aí vai:

PRIMEIRO

P'ra que toda a gente veja
O pinheiro de S. João
Esta velha tradição
Que se mantém em Fareja

Esta quadra, que figura, anónima, no painel de azulejos colocado na sede da Associação Recreativa e Cultural de Fareja, é da minha lavra e sintetiza uma velha tradição desta aldeia.

Ontem, dia 23 de Junho, cumpriu-se, mais uma vez, parte dela. Foi a «erguedela do pinheiro». Essa tradição está dividida em três partes, que são a) corte, derrube e transporte do pinheiro; b) descida do pinheiro velho; c) erguedela do novo. Toda ela consta no Youtube, em três vídeos que lá coloquei. Neles poderá o leitor «admirar» o volume do pinheiro e as técnicas artesanais utilizadas na tarefa.

De currículo público lacrado, recostado nesta minha cadeira da terceira idade, eu mantenho-me sempre atento às gentes que me rodeiam e comigo falam. Esporadicamente leio os "textos" anónimos que falam tanto da política e políticos locais, que nem todos os galos do campo a anunciarem as manhãs. 

Leio e reflito sobre os NOMES e a razão da sua existência. Não é preciso fazer grande pesquisa para sabermos que os "nomes" servem para identificar as COISAS e as PESSOAS

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