Trilhos Serranos

No dia 25 de fevereiro de 2025, encontrei no chão da varanda da minha moradia uma borboleta caída, aparentemente morta, em vida.. Apressei-me a fotografá-la, e, na fotografia, reparei que  na ponta das antenas ainda alumiavam dois faróis, dois sóis, tal como versejo na segunda parte dos versos que se seguem:

PROF. CELSO MATOS

À maneira antiga, que era o hábito das pessoas de Castro Daire se juntarem na Farmácia, no alfaiate e/ou num ou noutro lugar de convívio para falarem na sua terra e da gente dela, há dias, na oficina de sapataria do senhor Abel Ferreira, junto aos Paços do Concelho, o último lugar desse tipo de tertúlia que resistiu à modernidade, veio à conversa uma informação interessante.

TAVERNA-ESTALAGEM-CASA DE PASTO-RESTAURANTE

Em recente crónica publicada neste site, aludi a uma TAVERNA sita em Casével, Castro Verde, Alentejo, onde, entre amigos e parentes, fiz um registo audio de algumas parcelas da CULTURA POPULAR ORAL ALENTEJANA. Foi no tempo que exerci a docência no concelho de Castro Verde.

CULTURA POPULAR ALENTEJANA

As minhas andanças por terras de CASTRO VERDE - de 1976 a 1983 - mal chegado de Moçambique (RETORNADO), visando conhecer o meio sócio-económico, histórico e cultural onde fui colocado, seguindo aquele primcípio pedagógico de que “antes do conhecimento do professor chegar ao aluno, deve primeiro o conhecimento do aluno chegar ao professor”,  fui ouvindo e falando com as pessoas que se dispunham a colaborar comigo no trabalho que resolvi levar por diante.

CULTURA POPULAR ALENTEJANA

Uma das DÉCIMAS de que muito gostei, produto da recolha da CULTURA POPULAR ALENTEJANA levada a efeito quando exerci a docência em Castro Verde, foi aquela que, numa Taverna de CASÉVEL, prolongamento separado, nas traseiras, da mercearia que dava para a rua, espaço retangular, chão inclinado, mesa comprida ao meio, clientes sentados nos bancos corridos que a ladeavam, ao fundo duas bilhas gigantes de vinho, daquelas bilhas que são o “ex-libris” das tavernas alentejanas, o taverneiro/merceeiro encheu a jarra, distribuíu os copos por todos nós, retirou-se para a mercearia, dizendo:

- Sirvam-se, façam um risco na bilha, todas as vezes que encherem o jarro.