Trilhos Serranos

RETORNO SAUDOSO 

Prestes a chegar aos meus 84 anos de vida  (v.g. no próximo 10 de junho) quando vejo  ficar, definitivamente, calados, sem voz nem palavra, tantas amigos  que eu ouvia e me ouviam, que me liam e eu lia,  estimava respeitava, sabe-me bem retornar às décadas de 60-70 e, cheio de vigor e vida, entrar no barco que, rasgando as águas do ÍNDICO, tinha ao leme o PROFESSOR ALEXANDRE LOBATO.

ARMÉNIO DE VASCONCELOS 

 

Finou-se.

Foi breve o momento

Que uma estrela cadente

Rasgou o firmamento

Sobre o Montemuro.

 O POETA, O SONHADOR, O VISIONÁRIO

Este meu amigo, recentemente falecido, era um homem de personalidade forte que, em Portugal e no Brasil, venceu adversidades  mil, menos a morte. Era um cidadão irrequieto, das sete partidas. Conheci-o em 1985, quando pôs de pé a  “Voz do Montemuro”, jornal de vida breve. Mas sinto a falta de gente assim. De ganhos e perdas. De vitórias e derrotas. Homem de iniciativa, de “pensar” e de “fazer”, mais de “mandar” do que de  “obedecer”, conciliador, congredador de vontades, mas nem sempre consensual, nada fazia por mal, fosse ou não compreendido, reconhecido e recompensado. Traçado o caminho, o caminho era seguido, levava a dele avante. E, com ou sem risco, nem sempre isento de perigo, mesmo avisado, seguia adiante. Um poeta, um visionário, um sonhador. Sim, faz-me falta este amigo. Com certo pendor egocentrista, mirando-se no espelho, olhos fitos em si,  não perdia, contudo, de vista o mundo em redor e, naturalmente, rodeava-se de  muita gente conhecida e desconhecida. 

PENSAR DÁ TRABALHO

Eis uma “MESA DE CENTRO” com «TAMPO CIRCULAR» apoiado numa «COLUNA ESCULPIDA» que assenta numa base com “TRÊS DRAGÕES”,  à semelhança das mesas “PÉ DE GALO”.

JOGOS FLORAIS EM 1947

Em 1995 tive a felicidade de me encontrar em Castro Daire com José Augusto da Silva Freitas, natural de Vila Seca, a residir em Coimbra, um velho amigo do meu pai, Salvador de Carvalho, desde os tempos em que trabalhava na Câmara Municipal de Castro Daire.

Fiel leitor das minhas publicações no “Notícias de Daire Daire”, fruto das minhas investigações sobre a HISTÓRIA LOCAL, no primeiro encontro pessoal que tivemos, logo se prontificou a fornecer-me fotocópia de algum material que possuía nos seus arquivos, sempre dignos de divulgação e conhecimento.

Com efeito, em 27 de março de 1995, entrou na minha caixa do correio um volumoso envelope com esse material, acompanhado de uma amistosa missiva onde ele se penitenciava do atraso que tivera em satisfazer a sua oferta.