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segunda, 01 agosto 2016 10:21

O GARANHÃO

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O FACEBOOK É UMA LIÇÃO


Nesta minha avidez de conhecer e divulgar o mundo, não só apoiado em matéria de "fastigímia" humana, mas também dos actos menos "faustos" para a generalidade das pessoas, não resisto a contar aqui alguns que não o sendo para o comum dos mortais, "faustos" foram para os protagonistas intervenientes nas narrativas que relatam.


Todos nós já vivemos, por certo, momentos faustosos e hilariantes a ouvir fabianos que, depois de um lanche bem comido e bem bebido, com um grãozinho na asa, abrem o livro da vida, real ou imaginária, e narram os seus dotes de macho ibérico, as suas potencialidades de garanhões, aos quais não há fêmea que resista.

Certa vez, um desses fabianos, saiu-se com uma "estória" que arrancou uma estrondosa gargalhada a toda a gente e, por isso mesmo, na esperança de que, por esta via, ela faça rir quem a lê por mim contada, aqui a deixo.

Ele era um desses que tais. As mulheres andavam à sua volta como as borboletas em redor das flores. De longe e de perto. Era funcionário público com obrigação de fiscalizar certos actos administrativos e isso lhe permitia, com guia de marcha à conta do Erário Público, conhecer repartições e gente de todo o país. Arranjava amizades e inimizades. Algumas funcionárias com responsabilidade de chefia, responsáveis pelos serviços, conhecendo-lhe o "calcanhar de aquiles", na mira de ele tapar os olhos a pequenos erros ou atrasos burocráticos, adiantavam-se ...e ele caía que nem um pato. 

Combinavam o encontro e , para não levantar suspeitas, procuravam um sítio afastado do local. Um dia, o local de encontra, foi na torre da Serra da Estrela. Chegados lá no dia e hora combinada, logo escolheram um lugar a preceito. Rodaram por estradas,  trilhos e veredas, até chegarem a um lameiro rodeado de zimbros fora do alcance de mirones terrestres. Respirava-se o ar puro da serra e os seus corpos eram impregnados dos olores eróticos e exóticos da natureza serrana, semi-selvagem. Por perto só o passaredo a gorjear o hino da liberdade e o caniche que sempre acompanhava a dona para onde quer que ela fosse a rebolar-se, feliz, no lameiro.

Escolhido o sítio e a posição franciscana para o acto, ela de peito virado ao céu, ele ao contrário, calças em baixo, joelhos ficados no chão frente ao altar da sua veneração, no momento da investida, sente-se abraçado por trás. Primeiro foi um susto, depois a surpresa.

- Então não é que o caniche, naquele gesto de cão com cio, me abraçou e dava mostras de  me ...(e dizia a palavra adequada, ao momento, acrescentando) levantei-me em três tempos,  puxei as calças a cima e perdi a vontade. Um caniche...logo um caniche, se ainda fosse o Serra da Estrela, mas logo aquele "lambe cricas", era o que faltava!

Rimos todos a bom rir. E ainda hoje, passados tantos anos, sempre que tal episódio me vem à memória, dou uma gargalhada. Por isso me dei ao trabalho de recontar aqui, e deste jeito, as gabarolices daquele garanhão.

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.