Desacreditada que foi, pela HISTÓRIA, a concepção do DIREITO DIVINO atribuído aos HOMENS DO PODER (de momento excluo os líderes do Califado Islâmico) parece que ele ficou acantonado no ramo socio-profissional dos JUÍZES e daí a BANDEIRA muito agitada ultimamente por juristas, políticos e comentadores encartados para não se misturarem ALHOS COM BUGALHOS com a categorizada expressão "à política o que é da política, à justiça o que é da justiça".
Vem isto a propósito do receio expresso nas palavras da actual Ministra da Justiça ao sublinhar que, caso o PS ganhe as eleições, a JUSTIÇA passe a estar politizada: “Temo pela separação de poderes se o PS ganhar as eleições"
Apetece-me perguntar se a Ministra de Justiça ainda acredita no DIREITO DIVINO dos GOVERNANTES (políticos e religiosos) e se a doutrina preconizada por Montesquieu, a SEPARAÇÃO DOS PODERES, implica que o HOMEM deixe de ser HOMEM em função do cargo que desempenha ou da profissão que escolheu ou das circunstâncias o obrigaram a escolhê-la.
O princípio é válido, deve ser praticado, mas com a clarividência de que a natureza do ser humano não muda com um diploma passado por qualquer Universidade e/ou Escolas especializadas no Direito.
Lidei, explorei e comentei alguns PROCESSOS JUDICIAIS HISTÓRICOS. Ganhei recentemente um litígio judicial. Comentei no meu site TRILHOS SERRANOS a Sentença, apesar de me ser favorável, e, em todos os casos, vi nos JUÍZES os seres humanos que são, com os seus erros, as suas falhas, as suas fraquezas humanas. Até, a influência da sua vida particular, política e familiar, no retardamento ou aceleração dos processos. E sei lá se na decisão?
CATEQUESE? Onde é que já vai o meu tempo de CATEQUESE?
Abílio/2015
NOTA: texto publicado na minha página do Facebook em 07/02/2015