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quarta, 25 setembro 2013 12:43

CUJÓ - LARGO DO CRUZEIRO

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1 -  BRASÃO DA FREGUESIA

Disse ontem na minha página do Facebook que «em tempo de eleições autárquicas, deixo à nova Junta da Freguesia de Cujó que vier a ser eleita, a sugestão que fiz, há anos, ao actual presidente da Junta e que ele não realizou, talvez por não achar interessante ou necessário. A sugestão, feita em sessão pública, foi que as «armas» da freguesia feitas no chão, em cubos pretos e brancos, junto à parede dos Vicentes, onde ninguém as vê, fosse feito na calçada antes do Cruzeiro da Independência, no sentido de quem sobe. Assim, sendo a calçada inclinada, quem entrasse em Cujó, ido de São Joaninho, tinha uma recepção informativa que agora não tem. E basta chegar à entrada da Várzea da Serra para ver a diferença de como o autarca daquela freguesia se preocupou em informar e receber os visitantes.
Também já tinha dito noutro sítio e a propósito de outro candidato a uma união de Freguesias do concelho de Castro Daire, que «na política, para lá das amizades e da seriedade, é preciso algo mais» e que «há quem erradamente pense que só se pode exercer a cidadania em benefício dos interesses públicos integrando uma qualquer lista partidárias concorrente às eleições, locais ou nacionais. Eu tenho demonstrado há muitos anos que não é assim».

1-cruzeiroTextos puxados agora para aqui só para esclarecer que não me saem da boca palavras de ocasião. São palavras ditadas pela formação e pelo2-Cruzeiro sentir e palpitar das coisas, bem feitas, menos bem feitas, ou que nunca deveriam ter sido feitas.
A foto que aqui ontem postei, da minha autoria, foi tirada ao «brasão» implantado no passeio ao lado do murro dos Vicentes, aquando da requalificação do Largo da Independência, mais conhecido pelo Largo do Cruzeiro. 
Ora, eu, como sou de Cujó, ainda que não resida lá, sempre me interessei por tudo o que ali se tem feito, foi nesse sentido que fiz a sugestão acima referida, na sede da Junta de Freguesia. A ideia era viável, a execução não era muito cara, ficava bem ali e o bilhete de identidade da freguesia ficaria à vista de QUEM PASSA e não apenas de quem ali mora ou pára. 

Para facilitar o trabalho aos autarcas que vierem a tomar conta da gestão da freguesia e como digo acima que, em política, não bastam amizades e seriedades, mas é preciso também ter ideias, para que ideia não fique mais uns anos em banho-maria,   aqui anexo uma fotomontagem dela mesma a partir de duas fotos minhas.. Faço-o aqui, por saber que, depois de uma ideia publicada, vem sempre a geração do «copy/paste» (políticos, professores e alunos) a reivindicarem para si, no silêncio enganador, as ideias, a investigação, o trabalho de terceiros, sem referir, a fonte que consultaram. Sem reconhecerem o mérito de quem, por esta forma, exerce a sua cidadania. 
Estou a falar no que aconteceu com o resultado da minha investigação sobre a PRIMEIRA CAIXA DO CORREIO  que chegou a Cujó. Cheguei a ver uma folheto, creio que atribuído à Junta da Freguesia, a expor muito do assunto, a falar do centenário da sua chegada, mas sem referir o site onde colheu a notícia e quem teve o trabalho de investigá-lo. E a seriedade também passa por coisas dessas. Como se segue e esclarece.

2 – CUJÓ - PRIMEIRA CAIXA DO CORREIO 

Em 2010, depois de respirar muito pó nos arquivos de queimar as pestanas a ler a imprensa local, descobri a notícia que me dava conta da chegada da primeira «caixa do correio» a Cujó. Como não desligo o produto da investigação da publicação com vista a alargar os conhecimentos dos interessados, coloquei no site «trilhos-serranos» essa notícia e entreguei uma cópia ao meu primo Marcelino Duarte Pereira, descendente do primeiro depositário, a saber, João Duarte Pereira. Assim, tal qual:

«Numa altura em que tanto se fala na privatização dos CTT, vem a propósito lembrar quando e como foi criada a primeira «Caixa do Correio» em Cujó. Por esta via, isto é, por este meu «site», esta outra caixa de correio aberta ao mundo, posso informar os meus conterrâneos e todos os que se interessam pela História, que se interessam pelos factos históricos com impacto nas pessoas e nas comunidades que, graças à investigação a que, presentemente, procedo, sobre a «Implantação da República» no concelho de Castro Daire, em que, neste ano de 2010, o evento faz o seu primeiro centenário, posso informar, dizia, o seguinte:

«Novas Caixas de Correio»

Principia hoje a condução de malas para as caixas de Cujó, de S. Joaninho e Rua, do Mezio, que foram recentemente criadas.
O depositário da Caixa de Cujó é o senhor João Duarte Pereira e o da Rua, no Mezio, é o senhor José Teixeira Marques».
É esta a pequena notícia, pequena, mas grande, muito grande, como diriam os beneficiários daquele tempo, que o jornal «O Castrense», nº 16 (I Série), de 28 de Maio de 1911, leva até aos seus leitores.
Um serviço criado pela República e, neste ano do seu primeiro centenário, não é pouco lembrá-lo aqueles que, ainda hoje, desconhecem as mudanças que decorreram da mudança do regímen.
E o jornal refere a «criação de caixas de correio» noutras povoações, sinal de que a República começava a dar resposta a uma das grandes necessidades dos povos. Neste ano de 2010, ANO DO SEU CENTENÁRIO, esperemos que, seja qual for o caminho que levem os CTT, eles não venham a retirar às populações uma regalia de séculos.

BREVE HISTÓRIA DOS CORREIOS EM PORTUGAL

As origens dos CTT remontam a 1520, ano em que o Rei D. Manuel I criou o primeiro serviço de correio público de Portugal. Os modernos CTT têm origem na fusão das Direcções-Gerais dos Correios e dos Telégrafos num único departamento, denominado Direcção-Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis.
Em 1911 a instituição passa a ser dotada de autonomia administrativa e financeira, passando a denominar-se Administração-Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, adoptando a sigla CTT que mantém até aos dias de hoje, apesar das posteriores alterações de denominação oficial.  
Em 1969 os CTT são transformados em empresa pública, com a denominação de CTT - Correios e Telecomunicações de Portugal, E. P. 
Em 1992 os CTT são transformados em sociedade anónima, com a denominação CTT - Correios de Portugal, S. A.. Ao mesmo tempo a área das telecomunicações é separada, formando uma empresa autónoma. (in Internet: Wikipédia)

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.