CARTA ABERTA AO SECRETÁRIO-GERAL DO P.S.
FUTURO 1º MINISTRO
Nas eleições autárquicas deste ano, o candidato do PARTIDO SOCIALISTA à Junta de Freguesia da Mões, concelho de Castro Daire, MARCO ANDRADE, num folheto de campanha eleitoral, atribuiu-me uma MENAGEM DE APOIO feita à revelia do meu conhecimento e vontade.
No dia 28, vésperas das eleições, o candidato deu-me pessoalmente conhecimento do caso, mostrando-me o folheto na convicção de que o texto lhe tinha sido enviado (ou reenviado, não sabia bem) por e-mail, um texto genérico a que ele acrescentara o seu nome na condição de candidato. Neguei, de imediato, que lhe tivesse remetido tal mensagem, que era FALSA e algumas horas depois, fiz-lhe chegar, o e-mail, cujo «PrtScn» se anexa, e se pode ver mais abaixo, para leitura total da mensagem, do endereço electrónico do destinatário e do remetente e do dia e hora em que ela foi remetida. Não gosto nem aceito equívocos com esta gravidade.
Estando nós no período em que me era vedado tratar o assunto na imprensa e nas redes sociais, fica assim demonstrado que não esperei pelo dia das eleições para lhe apresentar o meu protesto, descontentamento e discordância sobre a mensagem que me foi atribuída e da qual acabava de ter conhecimento. O destinatário não se deu ao trabalho de acusar a recepção, nem se preocupou em desfazer, de imediato, o evidente e lamentável equívoco, pois teve oportunidade e tempo de sobra para, via e-mail, identificar o remetente, ou autor, do «envio» ou «reenvio» da mensagem que me atribuiu. Ele lá sabia e sabe porquê.
Face a esse comportamento comuniquei o caso pessoalmente ao senhor presidente da Câmara, Fernando Carneiro, também nas listas do PS e este, dizendo ignorá-lo, disse-me que isso seria tratado na Comissão Politica Concelhia.
Tratando-se de um caso inesperado e indigno de um candidato a Presidente de uma autarquia, sem me ser dada qualquer explicação plausível do sucedido, após as eleições, apressei-me a denunciá-lo publicamente nas duas crónicas (AUTÁRQUICAS 2013) que coloquei no meu site, «www.trilhos-serranos.pt», em «posts» na minha página do Facebook, na página do «PS Castro Daire», na página da «Federação do PS de Viseu», na «Página de V.Exa.» e nas páginas de alguns responsáveis locais pelo PARTIDO SOCIALISTA.
À excepção da «Federação do PS de Viseu» através de Marco Almeida, informando-me que apresentaria o «assunto em questão na próxima reunião do Secretariado da Federação», disponibilizando o e-mail da Federação (
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
), caso eu necessitasse de enviar mais informações», e de Pedro Figueiredo, jovem eleito para a Assembleia de Freguesia de Cabril, nas listas do PS, que na sua página do Facebook se mostrou «solidário» comigo, com o meu «protesto» e com a minha «denúncia», dizendo, até, que gostaria de ver discutido esse assunto na Comissão Política Concelhia, nenhum dos outros órgãos e responsáveis pelo Partido Socialista local se demarcaram do OPORTUNISMO e da falta de ÉTICA do referido candidato, que na mesma lista de APOIOS, para além da MENSAGEM que me atribuiu, com NOME E ROSTO, mensagem que eu nunca escrevi (repito), juntou as MENSAGENS DE APOIO de outras pessoas com alguma notoriedade pública, entre as quais, a do actual deputado à Assembleia da República, Acácio Pinto e do ex-deputado, Miguel Ginestal, ele próprio ex-Governador Civil de Viseu e actual chefe de Gabinete de V. Exa., dizendo estes dois, respectivamente, tratar-se de um candidato «sério, honesto e trabalhador», «um homem generoso, que gosta de ajudar, que é solidário», afirmações essas que contradizem claramente o GESTO POLÍTICO desse cidadão e mostram inequivocamente a dissonância que vai entre as ATITUDES e os VALORES preconizados pelo Socialismo Democrático, Ética Republicana e Democracia representativa.
Como amplamente demonstrei nas crónicas deixadas no meu site e vários «posts» no Facebook, ao tomar todas estas minhas iniciativas fi-lo como cidadão e como pessoa que, recusando-se a ser uma loja de CONVENIÊNCIAS, pretende, tão somente, o melhor para o seu país, pugnando pela transparência e verdade no funcionamento de todas as suas instituições. A BEM DA DEMOCRACIA, DA REPÚBLICA E DO PARTIDO SOCIALISTA.
E dada a descredibilização actual dos políticos, bem me custa dizer de um candidato do PS: «cesteiro que faz um cesto, faz um cento», tal como disse, durante a campanha eleitoral, do candidato do PSD à presidência da «União de Freguesias Mamouros/Alva/Ribolhos» relativamente às provas por ele dadas, enquanto vereador que foi do Pelouro da Cultura.
E face a tudo isto, é oportuno perguntar: eu, que passei a vida a educar para a cidadania, preocupado com o transparente funcionamento das instituições que gerem os dinheiros públicos, pergunto-me que valor, que credibilidade se podem atribuir aos documentos saídos da Junta de Freguesia de Mões, com ou sem o selo branco da autarquia, posto pelo candidato agora eleito seu presidente, candidato QUE levou até aos seus eleitores, impressa num folheto a cores, uma MENSAGEM DE APOIO, dizendo ser minha, mas que eu nunca escrevi? Daí eu poder dizer «alto e bom som» que a documentos, com tal carimbo, jamais se poderão associar o meu NOME, o meu ROSTO a MENSAGEM DE APOIO que o candidato me atribuiu. O mesmo não poderão dizer, todavia, os restantes APOIANTES acima referidos, pois que, denunciada amplamente a atitude indigna desse candidato, mantiveram o silêncio cúmplice da conveniência pessoal, política e partidária. Despojaram-se da ética republicana e socialista.
Perguntar-se-á porquê tanto alarido, em torno de uma questão pessoal, num momento em que o país se vê atolado numa crise que afecta milhares de portugueses. Responderei que é por uma questão de dignidade e honra. Do expurgo de políticos desta laia que nos têm governado, que nos governam e pretendem continuar a governar. A nível nacional e local. O meu nome, o meu rosto e as palavras que me atribuíram, foram usados, sem o meu conhecimento e consentimento, e contribuíram para a eleição um candidato que sabia, por antecipação, que disso tirava benefício e proveito político e próprio. Não me presto a esses papéis. E o candidato devia sabê-lo.
O caso não pode passar sem uma tomada de posição pública por parte dos órgãos partidários: de «aceitação» ou de «repúdio». Se for remetido ao silêncio, por força da lei da rolha (como estou pressentindo) garantido fica que, em futuras eleições (todas elas), enquanto eu tiver as luzes da moral e da ética a iluminarem-me o espírito, e até onde chegar a minha «rede» de audição e leitura, assumirei, responsavelmente, o papel de Catão, o Velho, não com a histórica expressão «delenda est Cartago», mas com o exemplo que acabo de relatar e que o PARTIDO SOCIALISTA deixou impune. E de nada valerá a Vª Exª, Dr. ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, berrar pela ÉTICA REPUBLICANA, pois será uma expressão oca de sentido. Faço votos de que assim não seja.
PS: Admito que V. Exa. Senhor Secretário Geral do Partido Socialista, venha a não tomar conhecimento desta «CARTA ABERTA» pois, sendo o seu Chefe de Gabinete, o Dr. MIGUEL GINESTAL, ele próprio subscritor de uma das MENSAGENS DE APOIO ao candidato, dificilmente encontrará um dicionário com palavras que conciliem a semântica resultante da atitude política e ética do candidato com as palavras que ele próprio lhe atribuiu «sério, honesto e trabalhador».
Nota: agora mesme remetido à redacção do «Notícias de Castro Daire»