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terça, 24 novembro 2015 11:25

IRMÃOS ASSIMÉTRICOS

Escrito por 
RICARDO COSTA

O texto que se segue foi escrito no dia 12-11-2015 e ficou em "stand by" até hoje propositadamente. Ei-lo, tal qual foi rabiscado:

"Num "EXPRESSO DA MEIA NOITE " Ricardo Costa, na sua jornalística sabedoria, disse TER A CERTEZA de que nunca se formaria um GOVERNO DE ESQUERDA. 

Noutra intervenção sua posterior, reportando-se aos resultados eleitorais, sublinhou, cito: "A ESTRONDOSA DERROTA DO PARTIDO SOCIALISTA" (não se contentando com a expressão "perder por poucochinho", tão usada pelos seus amigos e correligionários de missão) e, se calhar, foi com esse tijolo laranja no alicerce do seu raciocínio, que me colocou a mim, e seguramente a tantos outros (conhecedores, embora da maioria assegurada na Assembleia) na dúvida de "ver...para crer", ainda que confiante de que o seu irmão António Costa, ao recusar a histórica expressão ARCO DO PODER, iria assumir o papel do LÍDER HISTÓRICO da mudança há quarenta anos esperada e, assim, terminar com os preconceitos e resquícios mentais dos os PRECs e quejandos. Ele falava a sério, mas para mentes cristalizadas, sérias era as TRADIÇÕES,  mesmo aquelas sem fundamento constitucional, nem aceites pelas generalidade de todos os cidadãos que sabem ler.

Na linha do pensamento de Ricardo Costa fizeram-se ouvir muitas vozes das nossas luminárias jornalísticas, postadas nos seus palanques: televisões, revistas, jornais. 
E não faltaram entrevistadores e entrevistados a responderem às perguntas que, intencionalmente, induziam as respostas convenientes, incluindo nestes alguns estudantes da Universidade de Coimbra, que, a bem dizer, não deixaram muito boa imagem daquela medieval instituição escolar. Mas também houve entrevistados que não iam na lengalenga. Mas esses viam, num ai, desaparecer-lhes o microfone da frente do nariz. (Abílio-12-11-2015)

Pois bem. Este foi o texto que ficou retido até hoje à espera do desfecho do duelo entre Costa e Cavaco Silva. Procedi assim para poder dizer, com segurança, ao senhor Ricardo Costa que, a partir de agora, quando chegar a hora do "EXPRESSO DA MEIA NOITE" eu apressar-me-ei a tirar bilhete e a viajar noutro comboio. Por exemplo, nas carruagens do ramal do Vale do Tua, até Mirandela e vice-versa, pois aí, desativada que está a linha, não correrei o risco de "desaprender" o que aprendi na vida, mas tão só "recordar" as belíssimas e produtivas paisagens do Douro, aquelas sobre as quais se debruçou o estadista de VISTAS LARGAS, Sebastião José de Carvalho e Melo.

Evoco tal figura para dizer que, apesar da ESTRONDOSA DERROTA DO PS, António Costa conseguiu formar e DIRIGIR um GOVERNO À ESQUERDA, coisa que, para o sábio irmão jornalista, era absolutamente IMPOSSÍVEL. 

Ainda no "EXPRESSO DA MEIA NOITE" da semana passada (dia 20)  foi ele que rematou a hora, dizendo: "para a semana cá estaremos a falar sobre o novo governo ou sobre o governo de gestão". Já toda a gente sabia que a alternativa a António Costa era António Costa, só no Expresso da Meia Noite é que não. Até eu fiz eco disso nos espaços públicos onde tenho acesso. Mas eles, os "PàFs" (ou correligionários de serviço) esticaram o elástico até mais não poderem.
Apetece-me dizer ao senhor Ricardo Costa que ouça atentamente o seu irmão mais velho e que aprenda com ele. Uma coisa é estar "à frente" dos acontecimentos, protagonizá-los se preciso for, mesmo contra as TRADIÇÕES e os VENTOS DA HISTÓRIA.  E outra é andar atrás desses acontecimentos e comentá-los, nem sempre acertadamente, como foi o caso de uma caterva de jornalistas jornaleiros que dava fastio ouvi-los. 

E o Presidente da República, numa atitude claramente de facção (carta vai, carta vem), não teve outro remédio senão obedecer aos ditames da Assembleia da República, bem contra a sua vontade: ANTÓNIO COSTA é PRIMEIRO MINISTRO. E os socialistas do APARELHO que andaram SEGURAMENTE contra Costa a pôr-se em bicos de pés depois das eleições, a encher MUITO a boca com POUCOCHINHO obtido nas eleições, que puxem do guardanapo e que se limpem. Eles e os seus amigos que, fazendo uso dos seus espaços do Facebook, FULANIZANDO a questão política de interesse nacional, com respaldo na ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, destilavam RAIVA, ÓDIO, DESCRÉDITO sobre o CIDADÃO que hoje é o CHEFE DO NOSSO GOVERNO. Quer gostem, quer não. Eu jogo por fora. Disse.

Abílio/24/11/2015





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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.