Trilhos Serranos

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terça, 06 outubro 2015 15:05

MONARQUIA DO NORTE/TEMPO DE RECONQUISTA

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Passada a lufa-lufa das eleições legislativas que, no domingo passado, tiveram lugar nesta nossa REPÚBLICA,  é tempo de retomar o assunto que deixei pendurado, lá para trás, ligado ao tempo da MONARQUIA. Sei que, na voracidade e sobreposição de tanta futilidade facebookiana,  os amigos já esqueceram o que eu disse sobre o nome PELÁGIO,  nome esse que tão vulgar foi, entre nós, em tempos de RECONQUISTA CRISTÃ/MONARQUIA e depois se afastou das nossas pias baptismais. Nos tempos actuais, dele se esquecem os abades, curas, padrinhos, frades e pais,  pois os nomes honrados dos heróis dignos de perpetuarem, nos filhos e afilhados, os "fastos pátrios", são outros.


Eleições-2015 - Cópia

Nesse tempo, se dividíssemos o mapa da Península Ibérica (inclusive Portugal) a cores, ao norte tínhamos os CRISTÃOS e ao sul, os INFIÉIS. O mapa de Portugal, após as eleições de domingo, mostra-nos a DIREITA a norte e a sul a ESQUERDA. E parece que a designação não está tão desfasada assim. Neste espaço da DIREITA foi onde se tentou derrubar a REPÚBLICA (eivada de ESQUERDA) com a dita MONARQUIA DO NORTE (eivada de DIREITA).


Havia quem não quisesse nem aderisse ao novo regime. Foram portugueses que, convictos das suas razões e valores, deram o corpo ao manifesto, pegaram em armas e lutaram contra ele. Perderam e causa e alguns deles a vida.  Mas eis que, sem armas e sem lutas,  os deputados da República, levantam o cu da cadeira da Assembleia da República, e mão no ar, acabam com o feriado nacional de 5 de Outubro. Esse dia não tem importância alguma. Comemorá-lo, para quê? 

Os republicanos, pessoas e instituições afectas ao regime, não se rendem e, nos Paços do Concelho da capital, continua a fazer-se uma cerimónia oficial sobre o evento. Mas... atenção, este ano, o Presidente da República (reparem bem, sem ELA não existia ELE) recusou-se a estar presente, alegando que, em período eleitoral, o Presidente da República não participa nessa cerimónia. Tal qual os antecessores. Ouvi isso da sua boca e tive de dar-lhe razão. E interpelei-me, de seguida: que diabo me deu a mim na mona para marcar as eleições no dia 4 de outubro? Eis um "fausto pátrio" e um nome digo de subir às pias baptismais e substituir o de PELÁGIO.

Deixando isso, tal como prometi, hei de "partilhar" aqui, neste espaço, o resultado da investigação que a tal respeito fiz, mas hoje, e antes disso, no rescaldo das legislativas, agrada-me partilhar a foto do mapa de Portugal (continente e ilhas) onde as cores mostram um País claramente dividido em DIREITA e ESQUERDA, sei lá se de CRISTÃOS e INFIÉIS, como no tempo de PELÁGIO. Muito anos depois, no século XVII, Tomé Pinheiro da Veiga, alegrar-nos-ia com "Fastigímia" onde, comparando-nos com os castelhanos, diz que nós somos uns "noitibós tristes", eles "pintassilgos alegres"; nós umas "monas peadas", eles "andarilhos contentes".

Os amigos, face às queixas públicas que, durante quatro anos, se fizeram contra o Governo e os resultados eleitorais de domingo, a seu favor, digam lá se ele tinha ou não razão.

NOTA: publicado no FACEBOOK em 06/10/2015

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.