Trilhos Serranos

BUROCRACIA, 1

O último programa da RTP1 "SEXTA ÀS 9", de Sandra Felgueiras e outros,  mostrando-nos o estado a que chegou o nosso PATRIMÓNIO HISTÓRICO e a culpa disso a MORRER SOLTEIRA, sugeriu-me a  repor aqui parte de um texto que escrevi, hã anos, relativo aos TRILHOS que tive de pisar para adquirir a foto do BÁCULO DA ERMIDA DO PAIVA, para ilustrar a CAPA do livro, cujo miolo versava a história do MOSTEIRO DA ERMIDA. Assim:

«FUNÇÃO PÚBLICA

 “(...) Hoje, infelizmente, as chefias desmultiplicam-se, aquilo que deveria ser feito por um é, normalmente, repartido por vários (...) Há em Portugal uma cultura de funcionalismo público no pior sentido do termo, ou seja, a função constitui mais uma oportunidade de emprego seguro do que de afirmação de carreira profissional (...)”

 Gomes Fernandes, “Função Pública in  JN de  01-06-20

TROPA, 6 - PRAGMÁTICA DE D. JOÃO V, 1735

O FILÃO

Já, há tempos, deixei neste meu  espaço um texto em que falei de filões, de minas e poços abertos nos montes em redor da minha aldeia. Falei de camponeses que, no pós guerra, gasómetro numa mão, ferramentas na outra, ainda perseguiam o veio subterrâneo de volfrâmio até ao seu esgotamento. O minério comprado por ingleses e alemães para fabrico das armas manejadas pelos militares na Guerra.

TROPA, 5

Retomo aos "REGIMENTOS" de D. Sebastião para acrescentar uma informação absolutamente indispensável à compreensão da forma de "recrutamento militar" neles previsto. Diz respeito às NOTIFICAÇÕES dos "vassalos" que, habitando no Reino, não importa em que cidade, vila ou aldeia, se recusavam  a incorporar a ORDENANÇA e fugir aos recrutadores.

TROPA, 4

E creio ter chegado ao ponto que me levou a reler os REGIMENTOS  de D. Sebastião, para refletir sobre a expressão "tropa-fandanga". Necessário é, todavia, darmos um salto do século XVI para o século XVIII e, já agora, até aos nossos dias. 

Vimos no juramento do capitão-mor que ele assinou "por sua mão". Está-se mesmo a ver que, por este Reino afora, seriam muito poucos os que tinham privilégio de saber ler e escrever. É tema que para a maioria de nós não precisa demonstração. É só lembrar o grau de analfabetismo que existia nos meados do século XX.

A TROPA, 3

No meu livro "Cujó, uma terra de Riba-Paiva" editado em 1993, deixei dois episódios registados na tradição oral relacionados com fuga ardilosa de dois mancebos ao recrutamento militar em tempos distantes, quando foram surpreendidos pelos recrutadores aparecidos de imprevisto. E, face à forma como tal se fazia, não custa nada emprestar-lhe autenticidade. Vejamos mais um trecho do REGIMENTO: