Trilhos Serranos

ODE À POBREZA - MANEL DA CAPUCHA, PEDINTE ANDARILHO

Como professor que fui de HISTÓRIA  e de PORTUGUÊS na Escola Preparatória de Castro Daire, sempre preocupado em ligar a História e a Literatura à vida, seleccionei, para leitura, propositadamente, o conto de Sophia de Mello Breyner Andresen que tem por título «O Búzio»,  aquele PEDINTE ANDARILHO que esmolava, correndo a praia, abaixo e arriba.

A terra era sua mãe e sua mulher, sua casa e sua companhia, sua cama, seu alimento, seu destino e sua vida. Os seus pés descalços pareciam escutar o chão que pisavam (...)».

Após a leitura e interpretação do conto, perguntei aos meus alunos se conheciam alguém no concelho de Castro Daire que lhes fizesse lembrar “O BÚZIO”. 

- Que sim, senhor! “Era o Manel da Capucha».

Estava atingido o primeiro objectivo da aula. Ligar a literatura à vida real e sabermos que os protagonistas dos contos literários podiam andar entre nós, fora dos livros, pessoas que nos rodeiam, que conhecemos, que falam connosco, que nos cumprimentam e que nos sorriem.

E eles, alunos e alunas troxeram à TURMA a figura do PEDINTE ANDARILHO, tal qual o conheciam:  “é um velho; é um pobre; pede na vila e nas aldeias; é meio careca; não se penteia; tem barba feia; tem defeitos no pescoço; cheira mal; tem roupa suja; usa uma capucha velha; não toma banho; tem sapatos rotos; anda muito direito; tem um bornal; às vezes leva um pau; é simpático; pegou-me ao colo uma vez; sorri para toda a gente. Eu gosto dele. Eu não gosto dele, etc. etc.”

Pronto. Tinhamos matéria plástica para um CONTO semelhante ao CONTO que acabávamos de ler. Tinhamos  assunto para discorremos sobre a ESTRUTURA DA NARRATIVA e dela extrairmos os RETRATO FÍSICO e o RETRATO MORAL   dos PROTAGONISTAS, matéria programada e obrigatória, nas aulas de PORTUGUÊS.

IN MEMORIAM

Em 12 de dezembro de 2021 publiquei neste meu site uma extensa crónica onde falei,  no RESTAURANTE FIM DO SÉCULO, em Castro Daire, com um amigo recentemente adicionado à minha lista do FOCEBOOK. De seu nome HERMENEGILDO BORGES, transmontano de gema, tal como eu e muitos outros, tivemos de abandonar as “berças” e procurar melhor vida por “longes terras”.

O VINHO NA TRAJETÓRIA HUMANA

Adquiri, hoje mesmo, um CÁLICE (copo) de estanho que, em torno do bojo, tem lavradas, em alto relevo, três cenas distintas ligadas ao vinho. No interior da base, também em relevo, podemos ler a palavra  “GRONNINGLAH”.

“IMANES”  PARA TODOS OS AMANTES DA ICONOGRAFIA LOCAL

(BREVEMENTE À VENDA NA “CASA DAS MIUDEZAS”

Na crónica escrita (e também feita em vídeo) que fiz sobre a ESTRADA NACIONAL n.2, publicadas no meu site “TRILHOS SERRANOS”, no YOUTUBE e no FACEBOOK, com enfoque na PONTE ROMANA DE RECONCOS (concelho de Lamego) e outros elementos históricos existentes no “troço urbana” da vila de CASTRO DAIRE, lamentei o facto dos nossos AUTARCAS, deste e de outros concelhos, serem lestos a levantarem a bandeira turística da MÍTICA ESTRADA NACIONAL n. 2 que rasga, longitudinalmente o país de CHAVES até FARO e nada fazerem para que os passantes, de carros, motas e bicicletas, atreitos a cobrirem os coletes e blusões de autocolantes IDENTITÁRIOS das terras que atravessam, levarem somente nos seus PASSAPORTES DE VIAGEM o CARIMBO da localidade e, no que a nós respeita,  do MARCO QUILOMÉTRICO 136, colocado nas proximidades da FONTE DOS PEIXES.

A FONTE DOS PEIXES

Historiador natural do concelho (conhecem outro?) tenho-me pautado por “FAZER HISTÓRIA COM GENTE DENTRO”. E se nos anteriores trabalhos ilustrados ligados ao MONOGRAMA da FONTE DOS PEIXES disse “não questionar a felicidade de tanta gente que nasceu, viveu e morreu” sem ter decifrado a IMAGEM ESCULPIDA EM RELEVO na ESFERA da FONTE onde diariamente iam buscar água para SACIAR A SEDE FÍSICA, lamentei que ninguém, incluindo os nossos autarcas, não sentissem SEDE MENTAL que os levasse a dar sentido aquelas duas LETRAS ENTRELAÇADAS a remeter para as CAPITURARES GÓTICAS das ILUMINURAS, dos FORAIS e dos MISSAIS.