Trilhos Serranos

HISTÓRIA VIVA

Prosseguindo a nossa viagem, neste baloiçar próprio das carruagens da vida e da história, seja por terra ou seja por mar (ao tempo desta «estória» ainda não se viajava por ar)  registemos, em primeiro lugar, que o BILHETE, deixado dentro dos pertences encontrados junto da menina exposta (não confundir com «enjeitada») foi escrito por uma pessoa de letras grossas, pois nele deixou erros ortográficos de palmatória, a saber: escreveu duas vezes «pedeçe» em vez de «pede-se» e «alviças» em vez de "alvíssaras". Registemos também os nomes indicados para padrinho e para madrinha, pois eles nos ajudarão, mais tarde, a buscar entendimento no uso, alternado, dos apelidos escritos nos documentos de identificação da menina Florinda:  ora Correia, ora Amélia de Carvalho.

HISTÓRIA VIVA

Como deixei escrito há anos, no meu site «trilhos serranos»  e no «Notícias de Castro Daire» a primeira «caixa do correio» chegou a Cujó, no ano de 1911. O depositário dela foi João Duarte Pereira, um cujoense cujo nome e exercício de cidadania, em toda cabeça esclarecida e conhecedora da HISTÓRIA LOCAL, em todo o tempo e lugar, dignificam o nome da terra onde foi nado e criado. Eu colhi essa a notícia no jornal «O Castrense», nº 16 (I Série), de 28 de Maio de 1911, aquele que levou a novidade até todos os seus leitores.

HISTÓRIA VIVA

No último parágrafo da minha crónica anterior, relativa ao medalhão com a efígie do Padre Jesuíta Sebastião Vieira, da autoria do professor José Luís Fernandes Loureiro, de Castro Daire, informei que a ave a esvoaçar sobre a figura era um grou, «ave que, nos países orientais,  carrega em si algo de mágico e místico, de esperança e de fidelidade, de especial beleza a inundar todo o meio envolvente. Andou bem, pois, o artista na escolha que fez, materializando em bronze, o voo de todos estes conceitos».

HISTÓRIA VIVA

Em 1986 dei à estampa o meu primeiro livro, em Castro Daire, envolvendo a biografia do Padre  Jesuíta Sebastião  Vieira, natural desta terra. Morreu no Japão ao serviço da fé, como bem podia ter sucedido ao serviço da política ou da cultura. Título: «O Vinculo de Sebastião Vieira», tal qual se vê na foto mais abaixo.

Abílio Pereira de Carvalho 4 de Agosto de 2015 


O "SIM,SIM,SIM" DO SANTO HILÁRIO

Posso dizer que fui amigo do senhor Manuel Araújo e Gama (falecido há poucos anos) que se aposentou como Chefe da Repartição de Finanças de Castro Daire, depois de ter feito um longo tirocínio pelo país, incluindo a vila se Serpa, no Alentejo. E do Alentejo falámos ambos muitas e muitas vezes. Os dois tínhamos gostado daquelas terras e das suas gentes.
Aquando do 25 de Abril, magoado por ver o seu nome numa lista que o MFA afixou em lugar público, identificando os funcionários que deviam ser SANEADOS, resolveu enfrentar o Capitão Fernandes, o oficial mais graduado que comandava o destacamento militar, mandado para Castro Daire, destinado a POLITIZAR as gentes do concelho.