Trilhos Serranos

A ECONOMIA, OS AFETOS, AS PESSOAS E OS POVOS

Tenho vindo a referir as minhas relações afetivas e utilitárias com esta rodovia que, ao longo de séculos, não só mudou de nome, mas também, aqui ou além, foi sujeita a acrescentos e pequenos desvios nos seus elos de ligação ao seu longo percurso CHAVES-FARO.

Artéria principal a rasgar o país de cabo a rabo, os topógrafos modernos, com toda a parafernália de equipamentos ligados à profissão, nunca se desviaram muito das linhas traçadas pelos romanos que, cosendo a Península Ibérica nas mais diversas direções, deram substância à expressão "todos os caminhos vão dar a Roma"  com a qual abri o  QUINTO APONTAMENTO.

A ECONOMIA, OS AFETOS, AS PESSOAS E OS POVOS

No último apontamento mostrei a minha relação afetiva com esta via rodoviária que liga Portugal de lés a lés no sentido longitudinal: CHAVES-FARO. Referi os quilómetros que, há anos, rodei sobre ela vencendo a distância que separa Castro Verde/Castro Daire e vice-versa, ao volante da minha carrinha Citroen Dyane. Ilustrei o texto com uma foto  tirada num momento de pausa, à sombra de um sobreiro no Alentejo. Eram os meus filhos mais bebés do que são hoje os filhos deles: os meus netos.

OPOSIÇÃO À DITADURA

No texto que escrevi com o título «AMOR EM TEMPO DE GUERRA» cujo protagonista foi Aurélio Alexandre Pinto, um militar integrado no «CORPO EXPEDICIONÁRIO DE MOÇAMBIQUE» na última «GRANDE GUERRA» disse que ele pertencia a uma família grada de Castro Daire. Grada e politicamente envolvida na vida pública, antes e depois do 25 de Abril de 1974. 

OS ARES DO ÍNDICO

Natural de Castro Daire, Aurélio Alexandre Pinto integrou o «CORPO EXPEDICIONÁRIO» que, na "«SEGUNDA GRANDE GUERRA" embarcou para Moçambique. Esteve em Lourenço Marques e dali navegou para  «NOVA GOA, ÍNDIA PORTUGUESA»,  terras donde escreveu assiduamente para a família. São cartas dirigidas  à sua  MADRINHA e também sua MÃE, com a datas de  1940 a 1946

«Quem tem boca vai a Roma!». «Todos os caminhos vão dar a Roma!» . 

Aos setenta e sete anos de idade (bem perto de usar a bengala) recordo muito bem estas duas  expressões que os adultos me diziam a mim, e aos meninos da minha idade, para incutir-nos confiança e, sem medo, calcorrearmos os carreiros, caminhos e veredas que rasgavam os montes e as serras onde nós íamos guardar gados. Ali, em plena liberdade, sem os cuidados paternalistas e vigilantes dos nossos pais a fazermos as mais incríveis e arriscadas brincadeiras.