Trilhos Serranos

AS NOSSAS TERRAS - AS NOSSAS GENTES

 Nos afastados anos da década de 90 do século XX, discordando da opinião expressa pelo Dr. Inês Vaz, no livro «Castro Daire», editado em 1986,  pela Câmara Municipal, dizendo que a «vila de Gandivao» referida nas «Inquirições de 1258», teria desaparecido sem deixar rasto, e eu, ao contrário, cogitando antes que ela tivesse mudado de nome, à semelhança de tantas outras povoações do reino, pus os pés no terreno e acompanhado dos senhores Manuel J. G. Araújo e Gama, ex-director de Finanças de Castro Daire, e de Manuel A. Duarte Pinto, natural de Cetos, mais conhecedor da geografia e toponímia locais que qualquer catedrático, corri em demanda das terras que o topónimo designava. E lá estavam elas. Ali, na bacia formada pelas linhas de água que, descendo da serra, confluem no rio Teixeira.

POESIA A CORES

Seja verão, primavera, outono ou inverno, estaciono o carro perto do adro da Igreja e, obrigatoriamente, passo pela moradia que foi de padres, curas e abades tridentinos e secundinos. Construída em alvenaria gratítica, um quintal pegado, não há ali couves para caldo, mas há plantas de adorno entrelaçadas em torno,  com flores e cores diversas, no tempo delas, sempre belas a desafiarem poetas e pintores.

ÚLTIMO PROFISSIONAL DO RAMO

O senhor Mateus está ali, à entrada do Jardim Público da vila de Castro Daire. Não pede nada a ninguém. Quem quer, quer. Quem não quer passa adiante. Ele é, a bem dizer, um dos últimos homens a exercer tal serviço social em Castro Daire.

CASTRO DAIRE NA «RTP2» PROGRAMA DE H. SARAIVA «A ALMA DA GENTE»

 No  dia 12 de novembro, aí pelas 20 horas, três pessoas amigas alertaram-me, via telefone, para o programa televisivo «A ALMA DA GENTE» do Professor José Hermano Saraiva.

SABER LIVRESCO E SABER DO POVO

Nestas minhas deambulações pelas montanhas e vales ondulantes das terras beirãs, do Caramulo, Arada, Freita, S. Macário e Montemuro, neste meu afã de buscar conhecimentos nos livros e dora deles, impresso no saber empírico das gentes do povo, sem livros ou de letras grossas e também no “mare magnum” da Internet, em busca do GADO PAIVOTO, mal andaria se omitisse o meritório trabalho desenvolvido pela ANCRA (Associação Nacional de Criadores de Raça Arouquesa”) com sede em Cinfães, ali mesmo do outro lado da serra, onde o Montemuro beija o rio Douro, aquela raça que, a partir do “Recenseamento Geral dos Gados”, feito por Silvestre Bernardo de Lima, em 1870, aparece com a designação de “arouquês-paivoto” de “grande porte e perna alta”, assim “conhecido no distrito do Porto, afirmação em desconformidade com o GADO BOVINO de “pequeno porte” e “pouco peso”, “amarelo” e “serrano, conhecido nas aldeias montemuranas pela designação de “PAIVOTO”. Esta última mais consentãnea com  a descrição deixada por Frei Bernardo de Brito e Rui Fernandes, autores do século XVI, como já vimos. 

Metido nisto, pernas no terreno, decidido  a “descalçar a bota” que me fazia calos de dúvidas, prossigo nas minhas interrogações, mas não sem antes botar mão ao texto plantado na Wikipedia, onde, com erudição bastante, se explicam as remotas origens do GADO AROUQUÊS. 

Assim, com a devida vénia aos autores do texto e das três primeiras fotografias, fiz “copy/paste”, um método hoje muito usado por todos aqueles que se dedicam à investigação sentados a uma secretária, frente a um computador onde adquirem e debitam conhecimentos sem pisarem um sargaço, sem tombarem uma giesta, uma urgueira e sem receberem a picada de um rojo ou de uma silva, sempre em posição de defenderem os seus domínios naturais. Eis, pois, a minha arfante e suada tarefa: