Trilhos Serranos

HISTÓRIA

No capítulo anterior fui buscar aos alforges da LITERATURA a expressão de Camões: «é fraqueza desistir de cousa começada» (in «Os Lusíadas», Canto I, est. 40), expressão válida nesta nossa caminhada sobre o PASSADO e o PRESENTE, acrescida da lição ética que as gerações atuais do «copy/paste» podem aproveitar «dando a César o que é de César».

É que, procurando eu incessantemente garimpar o filão de ouro que é a HISTÓRIA LOCAL, um dos meus interlocutores, com a boa vontade de me ser prestável, apresentou-me um texto impresso em folhas A4, que, nada mais, nada menos, tinha sido escrito por mim. A geração que o copiou, como vai sendo hábito nos nossos estabelecimentos de ensino, básicos e superiores, «esqueceu-se» de referir a «fonte» onde foi saciar a sede de saber. Devem, pois, professores e alunos, corrigir essa forma de investigar e divulgar conhecimento e evitar que os meios de comunicação os divulguem como «plágios», distinto de PELÁGIOS que teráão lugar nestes apontamentos, lá mais para diante.

HISTÓRIA

Este almocreve das letras, que vai deixando a sua pegada nos “trilhos serranos”, transporta nos seus alforges, há muitos anos,  o incentivo de Luís Vaz de Camões, deixado em “Os  Lusíadas” (Canto I, estância 40), a saber:  “é fraqueza desistir de cousa começada”.  Por isso, nesta minha saga de escrever sobre as nossas TERRAS e as NOSSAS GENTES, com gosto em tudo que faço, prossigo,  de mota e “pedibus calcantibus” , nas pesquisas e na divulgação da história de “Lamelas, Pegadas no Tempo  e no Espaço”.

OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA

Quem não sabe, só não sabe, porque não quer saber. É que sobre esta matéria da REQUALIFICAÇÃO URBANA e outras ADJETIVAÇÕES afins, não falta informação bastante disponível na Internet, matéria acessível aos simples curiosos e aos especialistas da régua e esquadro, mais conhecidos por ENGENHEIROS E ARQUITETOS. 

É só saber ler, navegar no “mare magnum” da WWW e, através de um simples motor de busca, num  “ai” sai-nos dos lábios um triplo “ai, ai, ai” face às novidades que, em redor de nós, se vão “requalificando”, «reabilitando» «conservando» ou «mudando». isto é, que, em redor de nós, vemos o que “era e deixou de ser”, mudança sem que tenham sido cumpridas as mais elementares regras a que isso obrigava, segundo os cónegos do específico múnus, ou seja a conciliação harmoniosa e funcional do PASSADO com o PRESENTE, por forma dar sentido e identidade ao FUTURO

Para justificar este meu espanto e desencanto deixo aqui as palavras de alguns “especialistas” que se deram ao cuidado de “ensinar quem não sabe”.

HISTÓRIA - PEGADAS NO TEMPO E NO ESPAÇO

Nascido na aldeia de Cujó, lá cima na serra, entre Almofala e S. Joaninho, menino ainda, correndo montes e vales, a guardar gado, cedo aprendi a distinguir o terreno baldio de uma moita,  uma tapada de uma cerca, um leira de cultivo, de um lameiro e de uma lameira, um terreno destinado somente à agricultura e outro destinado às duas coisas ou somente a pastos e fenos.

A SERRA DO  MONTEMURO É UM JARDIM

À falta de uma flor, uma simples margarida que seja, daquelas florinhas que, espontaneamente, bordejam todos os caminhos, ali, no espaço que foi JARDIM PÚBLICO, na vila de Castro Daire, espaço que correu mundo em POSTAIS ILUSTRADOS como BILHETE DE IDENTIDADE DO CONCELHO, espaço resultante de expropriação de hortas, quintais e pardieiros levadas acabo desde 1919, pelos EXECUTIVOS MUNICIPAIS DA ÉPOCA, tal como já historiei em livro próprio, espaço que, em recente REQUALIFICAÇÃO, RESTAURAÇÃO, REABILITAÇÃO (como se lê em matéria especializada)  perdeu a IDENTIDADE  virou não “SEI QUÊ” e, prossigo, à falta de uma só flor, dizia eu, faminto de algo identitário, belo, colorido e nosso, monto a minha mota e deixo-me ir nela até ao topo da serra do MONTEMURO. Não sem me perguntar: como se transmitem  os valores identitários às novas gerações se não conciliarmos o passado com o presente e o futuro? Se varemos da HISTÓRIA o legado que tanto custou aos nossos ANTEPASSDOS?