Trilhos Serranos

CARTAS ENTRE AMIGOS

A receção, hoje mesmo, de mais um livro do Dr. Lima Bastos, levou-me a trocar com ele a seguinte correspondência:

MEMÓRIAS

Isto de pôr em letra redonda as memória é um vício. Bom ou mau, os meus amigos, aqueles que o são, o dirão. Hoje, 25 de março de 2018, apareceu-me uma locutora da TV vestida com uma blusa de cetim cor de vinho, mas de cetim cor-de-rosa foi uma camisa que eu tive, andaria ali pelos meus 15 anos de idade.

CLÁSSICOS 

Quanto tempo decorreu desde o bíblico Profeta Isaías até ao tempo do Padre oratoriano Manuel Bernardes? Quanto tempo decorreu até à chegada dos colonos americanos às terras do oeste "com um arado e com uma bíblia?(Ver foto)  O tempora! O mores!»
E porque nos tempos que correm, neste mar magnum das redes sociais do século XXI, a «nau» a que se reporta Manuel Bernardes, é levada por ventos bem diferentes dos que sopravam nos tempos bíblicos, nos tempos dos romanos e nos tempos oratorianos, retornemos ao cais onde ela aportou e, mãos no baraço, ajudemos a arrear o pendão nela içado, durante séculos, ostentando a significativa legenda latina:

 «Quid levius fumo? Flamen. Quid flamine? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil.

CLÁSSICOS

Retomo o tema pois não gosto de deixar penduradas, quais molas esquecidas no estendal da roupa de aldeia serrana, ideias e factos que ocupam lugar no fio cronológico do tempo e são parte integrante da narrativa humana, seja ela carregada de aventuras e surpresas no faroeste americano, rude e selvagem, seja na mais culta e sofisticada corte de imperadores ou reis, formadores de impérios, acompanhados dos seus cavaleiros, nobres e fidalgos de folhos rendados ao peito ou nos punhos das mangas. E bem assim, nas tertúlias literárias onde, com armas diferentes, digamos revólveres diferentes, a mulher, num sítio ou noutro, num tempo ou noutro, era o alvo preferido, o bombo da festa, a pior das criaturas, ou, então, poeticamente, endeusada e dotada de inigualável formosura e objeto de desejos.

ASPÁSIA

Decorriam os anos 70 do século XX. Lá longe, no outro lado do mundo, mais propriamente na cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), a respirar os ares do Índico, o PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO BAQUERO MORENO, à frente de uma alargada turma universitária, discorria eloquentemente (timbre seu) sobre PÉRICLES e o seu legado político e cultural.