Trilhos Serranos

MALHAS QUE O DESTINO TECE

Ainda embrenhado na «Floresta ou Sylva» do Padre Manuel Bernardes, livro que morou, desde não se sabe quando, na minha terra natal, direi que gado, matagais, silvas, silvados, lameiros, campos lavradores e semeados, não faltavam nas redondezas. A agricultura e a pastorícias eram as atividades económicas predominantes.

POESIA POPULAR

Retomo as "décimas populares" às quais me referi há dias, desta vez para mostrar que, muito à maneira medieval das "cantigas de amigo", o poeta assumiu o papel feminino e falou como se mulher fosse. Nesta "décima" refere-se aos "três vinténs" que uma moça, contra a vontade da sua mãe, deu ao "guedelhudo" que lhe apareceu e de quem se agradou. Já em crónicas anteriores referi que os "TRÊS VINTÉNS" eram um tesouro que toda a menina e família que se prezasse "devia levar ao altar". Outros tempos....outros tempos...outros tempos. Olhem! reparei agora que repeti a expressão TRÊS VEZES!


O FOGO 

Relâmpago ocasional
Caído do céu
Ofuscando o sete-estrelo,
Ou raio de pensamento
Australopiteco ou Neandertal…

POLÍTICA E POLITIQUICE

a) Passei anos a calcorrear as serras da Nave e do Montemuro, à caça. Atravessei veredas, carreiros e caminhos que, de ano para ano, os matos, em primeira linha as giestas, me impediam de prosseguir.


Neste ano de 2012, mês de outubro, domingo, o dia da caçada chegou ao fim. Calcorreados os montes, os cerros e vales da serra da Nave, perdizes, nem vê-las. Mas valeu o passeio, o companheirismo ao ar livre, o usufruto da paisagem serrana e a recordação de fartas caçadas feitas em anos não muito distantes. E também o facto inolvidável daquele dia de nevoeiro cerrado, chuva intensa e frio de rachar penedos, dia em que eu e o meu primo Manuel Carvalho Soares nos perdemos em plena serra, mal abandonámos o carro.