Trilhos Serranos

A FORÇA DE UM LIVRO

 Aos 18 anos, cansado de escrever em bustrofédon  - «arado vai, ardo vem»  -  a história camponesa, lavrada nos campos e leiras da família, algumas delas com a largura que não ia além dos braços abertos de um homem plantado no centro, resolvi deixar a enxada, a aguilhada e a charrua, a fim de poder granjear a vida de outra forma. Troquei a aguilhada pela caneta, as leiras de terra chã ou pedregosa pelas lisas e planas folhas de escrever, e, com trabalho, vontade e sacrifício, obstinado em ganhar o tempo perdido,  entrei no Campo das Letras. E nele,de podão em punho, tenho passado anos entretido a abrir trilhos e clareiras, por forma a ganhar o pão, sem envergonhar os meus pais, os amigos e as instituições que me diplomaram nesse ramo de saber e de cultivo.

GATUNAGEM

 Neste mundo agitado da política e da finança, a imprensa a descobrir cada dia, qual dos governantes mais roubou, ou deixou roubar, em prejuízo do BEM COMUM, deu-me para revistar a obra de Aquilino Ribeiro, “Príncipes de Portugal”.

CUJÓ - A FEIRA MENSAL

Como escrevi no meu livro «Cujó, Uma Terra de Riba-Paiva», editado pela Junta de Freguesia em 1993, decorria o ano de 1927 quando uma comissão constituída por Salvador de Carvalho, Samuel Paiva e Pedro Duarte, diligenciou e conseguiu criar uma feira em Cujó a realizar todos os meses no «Largo das Carvalhas» = «Largo das Marinheiras», vizinho da «Eira da Fraga», no fundo do lugar.

UM NACO DE HISTÓRIA CONCELHIA

Quem tem tido a paciência de me acompanhar nestas minhas deambulações pelo nosso passado histórico, terá reparado que, apesar das múltiplas fontes, leituras e estudos citados em que fundamento as minhas dissertações, é recorrente eu citar as «Inquirições de 1258» e as «Memórias Paroquiais de 1758», isto por nesses documentos encontrar, não apenas alguns dos factos históricos que procuro, mas também preciosa informação toponímica e onomástica relativa à região que estudo.

 FILHA DA MONTANHA

Gerada e criada 

Longe da afetividade humana

A filha da montanha

Despede-se da mãe

Inicia a caminhada

Disposta a enfrentar

Ventos e marés

Para não mais parar

E, por carreiros e caminhos,

Receber pontapés

E também,

Afagos e carinhos.