Em 03-03-2016, neste meu site, discorri sobre o OITAVO livro dado à estampa pelo Dr. Lima Bastos, relativo a Aquilino Ribeiro. E, a partir do seu confessado hábito bizarro (literário, claro está!) de dar «nove voltas em redor do lume, antes de adormecer», rebusquei algumas reflexões que eu já tinha feito no Facebook sobre o valor simbólico atribuído pelos sábios ao número NOVE, para terminar, dizendo: “venha lá o NONO, ó Dr. Lima Bastos”.
Quem tem gastado as botas nos caminhos e aldeias da serra, quem, durante anos, no intervalo das caçadas, entrou, esporadicamente, nos cafés das aldeias e neles viu mesas rodeadas de idosos a jogarem as cartas, as damas e o dominó, apercebeu-se que aqueles espaços não eram apenas locais de comércio, mas também de convívio comunitário. Longe dos "Centros de Dia" mais próximos, estes nunca existentes, por regra, em pequenos lugarejos, eles desempenhavam, aos olhos do caçador atento e em trânsito, uma função social indiscutível e ajudavam os naturais da terra a gastarem ali os últimos cartuxos na sua vida. Eles, os proprietários e fregueses, que mantiveram as aldeias de pé e, desse modo, continuaram a fazer parte da Geografia Humana deste Portugal provinciano.