Trilhos Serranos

EMIGREM

O meu mestre de Português e de Latim, Dr. Francisco Cristóvão Ricardo, a residir no Algarve, invernoso de anos, mas primaveril de raciocínio, continua a prendar-me com pérolas escritas,  “críticas” eivadas de cidadania atenta e humana, tal qual se segue. Texto a remeter para o tempo que o inspirou, eis uma verdade incontroversa, vivida em todo o tempo, por isso aqui a publico:

 VALOR E SIGNIFICADO DOS SÍMBOLOS

Todos aqueles que viram o meu vídeo feito recentemente sobre a IGREJA MATRIZ de Cujó, (DOCUMENTÁRIO HISTÓRICO alojado no Youtube) que mereceu os elogiosos comentários de António Martinho Santos Teixeira, natural da terra, a residir nos arredores de Viseu, Bártolo Ferreira, natural de Mões, a residir em Lisboa, e Nuro Carvalho, natural de Lourenco Marques, a residir nos arredores de Lisboa, todos se deram conta, certamente, de que referindo-me eu, pormenorizadamente, a quase todos os elementos presentes na narrativa, passei, como “gato por brasas”, sobre o arranjo vegetalista que ornamenta o frontispício da torre, não sem que o tivesse filmado devidamente e, assim, mostrado ao mundo. Nem podia deixar de ser.

CUJÓ - LASTIMÁVEL “RÉQUIEM” (10-05-2011)

Foi em1993 que a Junta de Freguesia de Cujó,  então presidida por Secundino de Carvalho, editou o feu livro “Cujó, Uma Terra de Riba-Paiva”.

O MAR E A SERRA

Não precisei de ler “O Malhadinhas” de Aquilino Ribeiro, para, menino ainda, associar as relações comerciais entre o mar e a serra. À aldeia de Cujó, concelho de Castro Daire, desde que tive olhos na cara e aprendi a olhar o mundo (nasci em 1939) vi chegar os burricos dos sardinheiros de cangalhas sobre as albardas, a trocarem sardinhas por ovos e outros produtos da terra v.g. milho, feijões e centeio. As malgas de louça grosseira serviam como medida e, combinada a troca, os géneros passavam dos sacos dos residentes para os sacos dos sardinheiros. À falta de dinheiro, desse “metal sonante” que eu, nas minhas investigações académicas posteriores, viria a ler nos manuscritos de aforamento e testamentos de fim de vida, a lei do comércio era a “troca directa” e eu sou do tempo, desse tempo, em que, na serra, uma sardinha era dividida por três bocas.

NATUREZAS MORTAS

Saídas da paleta e pincéis
De artistas de nomeada
Emolduradas 
Pintadas
Segundo os gostos seus
Enchem as galerias e museus
Do mundo.