JOGO ETERNO
Tenho filmado e divulgado no mundo, mais do que uma vez, através do You Tube, o meu gado alado, neste meu trato camponês e rude. Sãos os melros e os pardais que, livres da minha fisga, no meu quintal, no meu telhado e beirais da casa, se acoita e se abriga. Mas esse gado alado, tão paciente e poeticamente cantado, ingrato tem sido para comigo, pois, fazendo poleiro dos peitoris das janelas e portadas resolveram deixá-las pintadas com pintura de que não gosto. E pensei: “não me passais a perna”. Pode ser pintura moderna, digna de exigente galeria urbana, exposta noite e dia, em Belém, mas não é qualquer pássarão sacana que, por bem, faz tela do peitoril da minha janela e das grades do meu portão. Ai pois não! E se tal bicharada não se pisga, se continua assim, outro remédio não resta a mim, senão ativar novamente a fisga.