Trilhos Serranos

ECOS QUE VÊM DE LONGE

 As mandas, demandas e bolandas feitas para se arranjar uma AMA DE LEITE que satisfaça as «conveniências» do empregador. Decorre o ano de 1871 e duas amigas, uma a viver em Castro Daire e outra em Lamego trocam correspondência acerca disso. Sem respeito pela «grafia» manuscrita, mas sim pela grafia atualmente em voga, qui deixo as duas cartas assinadas por Leopoldina Guedes, a senhora de Lamego que se mostrava muito grata com a sua amiga de Castro Daire.

SEM TÍTULO

Nesta grande cidade de velho e novo casario que, pelo rio, viu partir Portugal inteiro para as Índias, Áfricas e Brasis, como se diz, para outros mundos... cidade capital de muitas igrejas, capelas, cúpulas, torreões e mais o castelo, coração da antiga cidadela,  eu, solitário e sonâmbulo aldeão, não encontro nenhum encanto nos cantos e recantos no chão dela. Por avenidas, quelhos, ruas e ruelas me passeio, por elas passo o tempo a deambular e nelas vejo, de braço dado, ranho e asseio. E, nesta minha deambulação, todos os dias leio as repetidas páginas do livro que, neste meu mutismo, pelas avenidas, ruas e ruelas folheio.

CARTA DE ALMEIDA CARRETT DIRIGIDA AO SEU COMANDANTE

Aproximando-se, o mês de abril p.f., e com ele MEIO SÉCULO de eventos passados, revivo a alegria, o contentamento, as emoções e a atmosfera da LIBERDADE que senti, lá, em Moçambique, onde, então,  me encontrava. Ouvido colado à telefonia, pois, à época,  não havia a parafernália dos equipamentos de hoje virados para a informação e desinformação.

Já escrevi muito sobre esse dia marcante na cronologia da  HISTÓRIA PÁTRIA, sublinhando as MUDANÇAS políticas, sociais, económicas, educacionais e por aí adiante que só podem ser negadas por gente vesga ou fora da HISTÓRIA.

POLÍTICA E LITERATURA

«DITO POPULAR»

Desde pequeno que conheço este dito popular em contexto de menosprezo por pessoa, ou grupo, considerados «inferiores» aos demais da comunidade ou de conversa. E por vezes assenta bem nas pessoas que, ignorando, totalmente, o assunto em debate, entram nele como se fossem «sábios», não se dando conta sequer que transmitem a sua ignorância, senão mesmo a sua imbecilidade.

CUJÓ – OS FERREIROS

A relação estreita entre a agricultura, a indístira e o comércio, bem como a tríade «terra, homens e animais» nasceram  há cerca de 7.000 anos, no NEOLÍTICO, com a sedentarização dos primitivos povos, até aí nómadas, RECOLETORES, dependentes dos frutos sazonais.

Cujó, aldeia serrana e beiroa que vivia essencialmente da agricultura e da pastorícia, enquanto comunidade agro-pastoril, na sua luta pela sobrevivência, teve de deitar mão aos recursos, às invenções e técnicas que vinham de lugares e de tempos idos.

E é assim que a aldeia, em meados do século XX, se pode considerar, praticamente, auto-suficiente no que respeita aos mesteirais, mesmo que, nenhum deles, exercesse a profissão a tempo inteiro. Temos lá os ferreiros, carpinteiros, pedreiros, tamanqueiros, alfaiates e sapateiros e, até, quando chegou o relógio mecânico a substituir a «meridiana» de madeira e bússola, apareceu, regressado do Brasil, o relojoeiro.