25 DE ABRIL
Aproximando-se mais umaniversário do 25 de Abril, resolvi colocar neste meu espaço um texto que alojei no Facebook em 29-04-2014. Aquilo que escrevi há um ano continua a ter actualidade, pois o ANONIMATO é a toca onde se mete todo o cagão armado em valente, sendo que alguns Valentes se chamarão.
NATUREZA QUE CANTA E ENCANTA
Eis, lá ao fundo, o rio Douro. O mar vagabundo que liga o mundo anseia pela sua chegada. E eu, deste miradouro, desta cumeada, como tanta gente viva e morta deslumbro-me a vê-lo e a escrevê-lo, à semelhança de Miguel Torga.
CAÇA, QU'É DELA?
Neste tempo digital em que se escreve sem uso de caneta, papel e tinta, tempo em que a minha caixa de correio analógico me aparece atafulhada de folhetos publicitários, avisos das Finanças sobre o EMI, os selos dos veículos, seguros, cartas de pagamento da água e da luz, da MEO a ameaçar-me que cortam televisão, telefone e Internet, se não pagar a tempo, tudo, para mim uma grande chatice, neste tempo dizia, ainda aportam neste meu porto de abrigo, longe do mar, embarcações sobre as quais navego com gosto e nelas vou até outros tempos, outros espaços e outras gentes.
A par do chó, aquela armadilha primitiva muito engenhosa para apanhar perdizes, toda ela feita com materiais que o aldeão tinha ao alcance do seu braço, o caçador furtivo também fazia uso dos "ferros", uma espécie de ratoeira para caçar coelhos e até outros quadrúpedes de maior parte, nomeadamente raposas, gatos bravos texugos e demais fauna noturna bravia.
Saber armar uma ratoeira dessas resultava de uma aprendizagem que se recebia e transmitia de geração em geração. Para qualquer serrano era tão natural saber desempenhar essas artes, como natural era tapar uma narina com o polegar e atirar para longe o monco que lhe obstruía a irmã gémea, vias respiratórias desentupidas sem recurso aos vaporizadores hodiernos, que, aliás, nem sequer existiam nas boticas da época.
CIOSO COMBATE
Um dia, a criada de um clérigo, que tinha por sua conta e risco rapar-lhe a coroa do tamanho de uma hóstia, prestes a arrumar a tesoura, eis que, num rompante, emergindo da densa floresta cabeluda, entraram na clareira três animais minúsculos, por si desde logo identificados. Dois deles brigando.