Trilhos Serranos

 

PEDAGOGIA

De há uns anos a esta parte, tornou-se moda, em Portugal, mergulhar na Idade Média em diversas localidades do país com a realização das já famigeradas  "Feiras Medievais", atempadamente divulgadas, quer através de cartazes e rádios locais,  quer através de órgãos de comunicação social de mais ampla difusão. 

Há muitos anos, estava tal moda somente no seu estado embrionário, corri à cidade de Viseu, ao Largo da Sé, onde tinha lugar um desses eventos.

Passei-me por ali com muito gosto, apesar de fazer isso mais numa postura de aprendizagem do que numa postura de entretenimento, ainda que, em simultâneo, pudesse fazer, como fiz, as duas coisas.

 

PEDAGOGIA

 A não ser um ou outro espírito vesgo e provinciano, qual o Português de lei que não se regozija com a “Expo’98”, acontecimento que decorre em Lisboa 500 anos depois da chegada de Vasco da Gama à Índia? Qual o professor que, ciente, embora, dos desmandos que os nossos navegadores, incluindo Vasco da Gama, praticaram sobre os íncolas (cala-te boca, não fales nisso!) se não orgulha do momento áureo que os nossos indígenas maiores registaram nas páginas da História Universal?  Pois é. Foi devido a este espírito patriótico, universalista e humanista que eu e os meus alunos do 6ºE, aproveitando o momento que passa,  desembarcámos noCais do Oriente desejosos de conhecer a Europa e o mundo, ávidos por saborear os grandes  cozinhados lusos, condimentados com gindungo e pimenta que baste.

Já lá vão uns anos. No Café que frequentava, todos os dias depois do almoço, a fazer horas para retorno ao trabalho, numa roda de colegas professores e de amigos relacionados com a educação, falávamos de tudo. Havia entre nós, um colega do Ensino Primário, com carreira firmada no Escotismo, da base ao topo, católico praticante. E por isso também vinham à baila as questões religiosas, as práticas da Igreja ao longo da História, o seu poderio político, religioso e económico, as suas reformas no fio do tempo e até o papel desempenhado por S. Francisco, contra o fausto, etc. etc. E longe estava eu de adivinhar que, muitos anos depois, um PAPA, tomando o nome Francisco, viria a dar respaldo a muitos desses meus reparos.

ESTRANHA FORMA DE VER

É isso. No dia em que a Igreja põe mais dois santos nos altares, dá-me para filosofar. 
Quem não se lembra daquele vagabundo do porto de Piréu, felicíssimo por tudo o que via em redor ser seu? 
Era um louco. 

PEDAGOGIA

Aquele dia, a memória não o perde, foi na vila Castro Verde como bem prova a fotografia. Ao lado esquerdo, coisa linda, uma criança, que naquelas ruas salta, que naquelas ruas pincha, junta-se à malta e pede uma trincha, quer entar na festa, ignorando o significado dela. quer borrar a parede de tinta, no vazio que dela resta.. A mãe está por perto, o pai não está afastado, atento. Ela orienta o trabalho, ele produz este documento.