CASTRO DAIRE - RETALHOS DE HISTÓRIA -3 |
Decorria o ano de 1932 quando, através do Dr. Pio Cerdeira de Oliveira Figueiredo, que mantinha correspondência com uma senhora viúva (?) o nome é omitido, vá lá saber-se porquê - residente no Brasil, se soube em Castro Daire que essa senhora desejava construir uma Escola Primária, em Castro Daire, com o nome do seu falecido marido e para a qual «oferecia a importância de 100 contos». |
Em face disso, são tomadas as primeiras diligências no sentido da aquisição do espaço para a sua construção. Previsto, inicialmente, expropriar-se um terreno no sítio dos Linhares, onde hoje se encontra a Escola Secundária, uma notícia publicada em «O Castrense», de 8 de Maio de 1932, diz que a «Câmara resolveu adquirir e oferecer para a construção um terreno junto ao depósito das águas, de harmonia com o parecer dos Técnicos do Ministério da Instrução que há semanas aqui estiveram abrindo as ruas de acesso à Escola que pelos mesmos técnicos foram indicadas. E foi já há dias anunciado ao Sr. Dr. Pio Cerdeira de Oliveira Figueiredo que se está à espera de autorização do Governo Brasileiro para lhe serem remetidos os 100 contos para a Escola».
TUDO É ÓBVIO E BÁSICO
Na década de setenta do século XX, eu e a minha mulher éramos professores de História e Geografia em Lourenço Marques (hoje Maputo). As turmas eram uma mistura de alunos brancos, negros, mulatos, indianos e alguns chineses, uma amálgama das etnias que, ao tempo, habitavam aquela cosmopolita cidade do Índico. Os compêndios eram iguais aos usados nas escolas de Portugal Continental, pois portuguesa era tida aquela cidade e portugueses quase todos os seus habitantes. De acordo com os programas oficiais de História e Geografia (unidas no mesmo compêndio) os professores debitavam para os alunos, em geral, as características do relevo de Portugal, altitude das serras, riquezas mineiras e vegetais, rios, clima, linhas férreas, demografia, desequilíbrio demográfico entre o LITORAL/INTERIOR, apesar de SER ÓBVIO E BÁSICO que isso dizia pouco ou nada aos alunos negros, mestiços e indianos.