Trilhos Serranos


QUANDO A GRATIDÃO TEM CONTEÚDO

Lourenço Marques. Era Dezembro de 1973. Eu tinha ido ao cinema com a minha mulher, Mafalda, e ao regressarmos a casa tropeçamos num embrulho colocado na soleira da porta. Estranhámos o facto, mas vimos imediatamente que entre os liços que apertavam o volume estava um «cartão de visita» de pessoa amiga. Lemos o «cartão», cujo «fac-simile» e conteúdo aqui reproduzo:

FONTE DOS PEIXES - MONOGRAMA E COISAS MAIS

Pare, olhe e veja.


Neste minha saga de «mostrar» Castro Daire ao mundo, na  condição de munícipe assumido que se preza da sua terra,  seja através do meu site «trilhos-serranos», seja no Youtube e aqui mesmo no Facebook,  sem subsídios nem avenças municipais, nem ensejos de pendurar uma medalha de mérito  ao peito, cerimónia tão vulgar e corriqueira hoje em dia, por estas bandas (o que, aliás só reforça a minha independência face aos poderes instituídos, a quem jamais verguei a cerviz) prossigo hoje com alguns conjuntos de fotos relativas ao passado histórico da nossa vila, certo de que a generalidade dos castrenses jamais parou, olhou e viu o que está à frente dos olhos de toda a gente.

PEDRAS QUE FALAM

Nas minhas deambulações feitas, durante anos, pelas ruas, ruelas, quelhos e becos da vila de Castro Daire, mirando, fotografando e filmando janelas, portas e paredes (incluindo muros de socalco), dialogando com as pedras que me falam do nosso passado histórico (mais do que muitas pessoas que se julgam muito sabedoras) aquelas pedras que, depois de eu muito insistir, me confirmaram ser verosímil a tradição registada em 1666 no Hagiológio Lusitano, de António Cardoso, a tradição que dizia ter D. Dinis autorizado a construção da igreja com as pedras do velho "crasto", (não confundir aqui "crasto" com "castelo"), assunto que já tratei amplamente no "Notícias de Castro Daire" e no meu site "trilhos-serranos" versão ".com", em crónicas com o título "Castro Daire, teve ou não teve castelo?", trago hoje, à vista do leitor amigo que se interessa pela HISTÓRIA LOCAL, algumas DATAS que fui encontrando dispersas por torças de portas, janelas e muros de socalco.


NA CORDA BAMBA

1 - A SENTENÇA 

 Com a expressão palavra lavrada na escritura notarial que fui desenterrar dos meus arquivos, físicos e mentais, terminei a crónica anterior. Vamos, pois, continuar a lavrar o passado,  lembrando que, muito antes de digitalizar e comentar esse documento, já eu tinha deixado nesta minha página (trilhos-serranos) vários aspetos do processo histórico «COLONIZAÇÃO/DESCOLONIZAÇÃO»,  essa CORDA BAMBA onde tanta gente esperançosa de melhor vida se viu a balouçar, seja nos tempos da formação do Império, seja nos tempos da sua queda. Nos tempos da conquista do território e no tempo da sua perda. E mal me ficaria omitir nesta minha lavra, os registos que a mim dizem respeito, uma página de vida pessoal, de sonho, de realização e de desgosto, na sequência da escritura manuscrita em que fui interveniente voluntário. Em que eu e a minha mulher, portanto, sujeitos e objectos, nos confessamos: