O CONTO QUE VOS CONTO
PRIMEIRA PARTE
A magia semeada pelas montanhas e pelos bosques não falta por estes sítios. É só descobri-la e colhê-la. Nestes lugares, ora assustadores, ora deslumbrantes, há sempre algo de novo que se depara ao passante, seja ele pastor, lenhador, pedreiro, explorador, caçador ou simplesmente eremita temporário que, nos tempos modernos, tal como os da Idade Média, aqui procura refúgio, fugindo da selva humana citadina, empestada de todos os poluentes físicos e morais.
Desta vez, os nossos olhos, esvoaçando pelas quebradas da Nave atrás de perdizes, quedaram-se num penedo de forma bizarra. Ele tanto parecia um tortulho, um gasalho na sua juventude de «frade», à espera da idade adulta para assumir a forma de chapéu de chuva aberto, como parecia um pénis humano gigante fossilizado e, ainda, algo de semelhante ao foguetão que, do Cabo Canaveral, lançou no o espaço a primeira nave em direcção à lua.