Trilhos Serranos

D. MANUEL VASCONCELOS PEREIRA

O solar brasonado mais imponente sito na vila de Castro Daire é designado Palacete das Carrancas, nome que lhe advém das carrancas esculpidas que ornamentam as duas bicas da fonte que, outrora, jorraram para o tanque que se encontra no primeiro lanço das escadas que dão acesso à capela privativa do solar que, em pleno século XX, foi doada à Fábrica da Igreja da Matriz e passou a chamar-se Capela de S. José. 

Ainda que este palacete apresente uma comprida frente virada para o «Jardim Público» a sua entrada principal, com o brasão de armas sobre a porta, é na fachada de topo, virada para a rua que, do sítio designado «quatro esquinas» sobe para os Paços do Concelho.  Remonta a sua construção ao século XVIII e o responsável por ela foi um cidadão de Castro Daire que veio a ser Bispo de Lamego, de seu nome Manuel Vasconcelos Pereira.

VALE CUTERRA

Disse eu, na crónica anterior;  que no decurso de tempo, o VALE CUTERRE, rústico de «leyras» e «hereditates» sujeitas a “jugata”, em 1258, teria evoluído para “lugarejo” habitado com referência, ali, de batizados e óbitos no século XVIII.

Sim. Aquelas ruinas de «habitações e casebres»  muito conhecidas por caçadores, pastores, agricultores e mateiros, totalmente ignoradas por arqueólogos e historiadores, interpelaram a minha curiosidade de caçador e investigador. Pisar a montes e vales atrás de perdizes dava-me algumas vantagens sobre colegas de ofício que se ficam pesquisando nas bibliotecas e arquivos.

Luís Alberto da Costa Pinto

Há muito que devo uma crónica escrita a este cidadão natural de Cetos. Há um bom par de anos que o tenho por amigo. Conheci-o através do seu pai Manuel Alcino Duarte Pinto, que não me regateou os seus préstimos quando a ele recorri para me ensinar e levar até ao sítio do Gandivao, na altura em que eu investiga a possivel localização dessa povoação medieval, dita desaparecida.

VALE CUTERRA

Se bem se lembra, leitor amigo, a minha crónica anterior reportou-se ao topónimo VALE CUTERRA, à sua presumível localização medieval e atual, topónimo identificador de propriedades rústicas, leiras e herdades, sem referência a qualquer povoado ou casal residentes.

HERÓIS DA SERRA (5)

Quem sair de Castro Daire em direção a Lamego pela ESTRADA NACIONAL N. 2 (ultimamente tão badalada), depois de passar a chamada Reta do Comprido e deixar, à direita, o Restaurante Parque, uns poucos metros adiante encontra, à esquerda, derivando para Cinfães, a estrada 221. Um pouco mais adiante, à direita deriva a estrada que leva ao Custilhão e, mesmo em frente, do lado direito, na curva que vira à esquerda, encontra-se, ainda de pé, mas já abandonada, a casa que foi do último GUARDA FLORESTAL. Um pouco mais à frente a A24 entronca na EN2.