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terça, 31 janeiro 2023 13:57

PALACETE DAS CARRANCAS - PROPRIETÁRIOS E HERDEIROS

Escrito por 

D. MANUEL VASCONCELOS PEREIRA

O solar brasonado mais imponente sito na vila de Castro Daire é designado Palacete das Carrancas, nome que lhe advém das carrancas esculpidas que ornamentam as duas bicas da fonte que, outrora, jorraram para o tanque que se encontra no primeiro lanço das escadas que dão acesso à capela privativa do solar que, em pleno século XX, foi doada à Fábrica da Igreja da Matriz e passou a chamar-se Capela de S. José. 

Ainda que este palacete apresente uma comprida frente virada para o «Jardim Público» a sua entrada principal, com o brasão de armas sobre a porta, é na fachada de topo, virada para a rua que, do sítio designado «quatro esquinas» sobe para os Paços do Concelho.  Remonta a sua construção ao século XVIII e o responsável por ela foi um cidadão de Castro Daire que veio a ser Bispo de Lamego, de seu nome Manuel Vasconcelos Pereira.

Carranca-3-RedzNascido em Castro Daire, eram seus avós paternos, António Ferreira de Abreu e Maria Ribeira (esta do lugar do Custilhão) e maternos Bernardo Pereira Teles e D. Ludovina de Miranda Vasconcelos, natural de Cinfães.

Referir o nome dos seus avós, paternos e maternos, antes de chegarmos ao nome dos seus pais, outra coisa não visamos senão sublinhar a capilaridade social existente no século XVIII, exatamente no tempo do Marquês de Pombal. A burguesia urbana e rural, em forte ascensão económica e social, esbatidas as atávicas fronteiras da separação de ordens «Clero, Nobreza e Povo», traria como resultado o casamento entre grupos sociais diferentes. E bem a prova disso é a avó paterna do cidadão, conhecida simplesmente por Maria Ribeira, natural do Custilhão, aldeia sita a nordeste da vila de Castro Daire, perdida entre urgueiras e giestas.

Mas se de todos os seus avós, só a sua avó materna antepunha ao seu nome o «D» (Dona) como marca de distinção, o mesmo já não vai acontecer com os seus pais.

Ora vejamos:   

Manuel veio ao mundo no dia 1 de Março de 1731, era seu pai o Dr. João Ferreira Ribeiro de Lemos e sua mãe D. Joana Teresa Vasconcelos Pereira, ele natural da freguesia de Moledo, Castro Daire, bispado de Viseu, e ela da freguesia de Lazarim, diocese de Lamego.

Teve mais quatro irmãos e guindado que foi à dignidade de Bispo, em lugar de destaque social e de poder, com forte pendor para o nepotismo, isto é, proteger os seus, ele «brindou os quatro irmãos com rendosas benesses a começar pelo Pe. D. António da Nossa Senhora da Encarnação, cónego regular, ao qual outorgou a vigairaria de Arneirós e o investiu, a 12 de Março de 1774 na conezia penitenciária. Ao outro irmão, o Reverendo José Bernardo de Vasconcelos Pereira Teles, ex-monge de S. Bernardo, colou-o na rendosa dignidade de arcediago de Ribacôa; e ao terceiro Joaquim José de Vasconcelos Pereira, mestre-escola da real colegiada de Stª Maria de Barcelos, honrou-o com o cargo de benefício de tesoureiro-mor da Sé. Finalmente, mas desta vez por apresentação do grémio capitular, o 4º irmão, cónego regular, D. Bernardo de Anunciação e Vasconcelos, obteve a primeira abadia de Soutelo e depois a de Longa. Benefício este a que acabou por renunciar, distribuindo pelos pobres quanto recebera dessas igrejas, com exceção de uma módica pensão que reservou para si e para o sobrinho, filho do desembargador João Ferreira Ribeiro de Lemos. A outro membro da família, o Pe. Francisco José Ferreira de Santa Bárbara, ofereceu um canonicato, aos 18 de Março de 1781».

JARDIM-CARRANCASMas a sua marca pessoal e dignitária não se ficou pela proteção aos seus familiares, atribuindo-lhes benefícios e prebendas. Senhor da cadeira prelatícia de Lamego, ele «alinha entre os bispos que realizaram maiores obras arquitetónicas na diocese. Basta recordar os edifícios dos dois paços episcopais de Trevões e da cidade, de moderada imponência, dentro do estilo rocócó. Deve-se-lhe igualmente o vasto imóvel mando levantar em Castro Daire, destinado à habitação familiar».

 Homem de obras, ainda que contasse nos seus avoengos membros oriundos de gente humilde e sem títulos, como já vimos, era também um homem de brasões. O seu brasão «acha-se reproduzido, pelo menos, em seis pedras de armas, a saber: sobre o portão do Paço em Lamego; (…) no Paço de Trevões; no portão lateral da casa de Castro Daire, onde foi encaixado posteriormente e oferece a seguinte leitura: esquartelado, com Pereiras no 1º, Vasconcelos no 2º; Ferreiras, no 3º Pintos no 4º; na capela ao lado, mas sem o chapéu prelatício, nem os cordões de seis borlas pendentes de cada lado, tias como podem ver-se no escudo partido, de Pereira e Vasconcelos, no altar de S. António, na matriz de Cinfães; o de Castro Daire tem por timbre a cruz dos Pereiras». 

«Faleceu a 29 de Janeiro de 1786 e foi inumado de acordo com a verba do seu testamento, que rezava assim: «morrendo eu dentro dos limites deste Bispado, quero ser sepultado dentro da capela do Santíssimo Sacramento da Santa Sé de Lamego, em sepultura rasa, sem letreiro nem armas na campa». (COSTA, Manuel Gonçalves «História do Bispado e Cidade de Lamego», vol V, pp. 66, Lamego 1986),

  Homem de iniciativa, de poder e de brasões em vida, chegada a hora da verdade e da igualdade, foi, a seu pedido, sepultado em campa rasa sem identificação, nem armas, nem brasões. Após a sua morte, essas marcas, esses símbolos materiais de poder e de grandeza, ficaram nos frontispícios e portões dos Paços e nos Palacetes que outros viriam a usufruir e a ostentar a «vã glória de mandar».


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*      *

CAPELA E FONTEPois bem, no que a tal diz respeito, foram continuadores da casa os seus parentes próximos, entre os quais o Dr. João Ferreira Ribeiro de Lemos, fidalgo da Casa Real, juiz de fora, desembargador da Suplicação de Lisboa, casado com D. Doroteia Joaquina de Melo Malheiro, natural do lugar do Enxertado (Resende), filha de Luís Carneiro de Melo, de cujo matrimónio nasceu Manuel de Vasconcelos Pereira de Melo, batizado em Castro Daire, a 24 de Setembro de 1781, pelo seu tio arcediago de Côa, José Bernardo Pereira Teles de Vasconcelos, que seria agraciado mais tarde com o título de barão de Lazarim. O mesmo que, no posto de capitão-de-mar-e-guerra, em 13 de Maio de 1834, teria comandado a fragata «Pérola» na qual embarcou D. Miguel para o exílio. (COSTA, 1990: 47) COSTA, M. Gonçalves da «Seminário e Seminaristas de Lamego, 1990, pp. 47)

Foi também sobrinho de D. Manuel, Caetano Pinto do Monte Negro, residente no Paço em Lamego, em Maio de 1776, padrinho de Luís Malheiro Lemos e Vasconcelos, que viria a suceder na casa com o título de fidalgo de Sua Majestade o 1º e último barão de Castro Daire.

E Gonçalves da Costa, a quem devemos todos estes informes, diz-nos que este cidadão, Luís Malheiro Lemos e Vasconcelos, deve ser o mesmo que, a 28 de Agosto de 1758, foi padrinho em Castro Daire de Maria, filha de Bernardo de Almeida Sampaio, mas com o nome de Luís António de Melo Malheiro.

E, enfim,  era aqui que queríamos chegar com esta demorada volta sobre nomes e familiares do bispo D. Manuel Vasconcelos Pereira, a quem se deve a construção do palacete das Carrancas, motivo destas nossas leituras, transcrições e estudo.

No meu livro «Implantação da República em Castro Daire – I» deixei claro que, em 1907, o então proprietário do brasonado imóvel era Frederico Ferreira Pinto Basto e nele se acolheram suas Majestades, D. Carlos e D. Amélia, quando, nesse ano visitaram Castro Daire, em 14 de Agosto. Deixei claro igualmente que, esse mesmo imóvel, chegados os últimos anos da República e nos primórdios da ditadura, foi adquirido pelo monárquico Bernardino Teixeira de Lacerda Pinto, depois de este vender ao Município a casa que tinha no espaço que veio a ser o atual jardim Público.*

Era uma das casas que formavam as «Quatro Esquinas», nome que prevaleceu na memória das gentes, até aos tempos atuais. Faltava, portanto, saber a quem a família Pinto Basto teria adquirido o palacete para dele usufruir durante algum tempo e depois vendê-lo, como vimos. As nossas andanças, à procura de saber mais sobre esta família conduziu-nos a um manuscrito, datado de 4 de Abril de 1804, onde encontramos o nome de Joaquim de Lemos Melo Vasconcelos.

Trata-se de uma «Suplicação» dirigida ao Príncipe Regente pela Câmara, Nobreza e Povo de Castro Daire, no sentido destas duas vilas serem dotadas com um Partido Médico (cf. meu livro sobre a Misericórdia)

 Fonte Carrancas-1-2010Os suplicantes, para que a sua «súplica» fosse deferida, necessitavam de ter o aval das autoridades locais, por isso procederam a diligências junto de pessoas credíveis e idóneas sendo uma delas:   «Joaquim de Lemos Melo Vasconcelos, fidalgo da Casa Real, do desembargo, morador nesta vila de Castro Daire, vive das seu rendimento quanto a forma de vida, de idade de trinta e um ano».  

Eis, pois como, sem termos de vasculhar os arquivos da Conservatória do Registo Predial, chegámos Joaquim de Lemos Melo Vasconcelos, fidalgo da Casa Real, do Desembargo. E, depois de muitos passos pacientemente andados, chegámos também ao Barão de Castro Daire, Luís Malheiro Peixoto de Lemos e Vasconcelos, cuja vida se prolongou entre 1811 e 1878.

Esteve nvolvido diretamente na Revolta da «Maria da Fonte». E, com um salto à Wikipedia, ficámos a saber ainda o seguinte: «Ao mesmo tempo, forças guerrilheiras comandadas por Luís Malheiro Peixoto de Lemos e Vasconcelos, 1.º barão de Castro Daire, ocupam Murça, dando a impressão que os patuleias irão controlar o norte. Esta situação inverte-se rapidamente já que, a 15 de Novembro, o visconde de Sá da Bandeira decide retirar para Valpaços, aparentemente para aí atrair as forças do barão do Casal e dar batalha». (Wikipedia, «Revolução de Maria da Fonte»).

Este Luís Malheiro Peixoto de Lemos e Vasconcelos, 1.º barão de Castro Daire, é o mesmo que, a residir em Lisboa, em 1852, nesse mesmo ano, através do seu procurador, em Castro Daire, Florêncio Duarte Pereira Pinto, assinauma «Escritura de Emprazamento», de uma moita a Dona Maria Margarida de Castro de Almeida, da vila de Mões[1]. Manuscrito que o senhor Albertino Guedes me cedeu aquando das minhas pesquisas para o livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura», editado em 1995.[2].

Eis um excerto desse documento:

«Escritura de emprazamento que por seu Procurador faz o Excelentíssimo Barão de Castro Daire à Excelentíssima Dona Maria Margarida de Castro Almeida Novaes da vila de Mões em quinze de Novembro de 1852» (…) «Luiz Malheiro Peixoto de Lemos Melo e Vasconcelos, Barão de Castro Daire etcetera = Faço meu bastante Procurador ao Ilustríssimo Senhor Florêncio Duarte Pereira Pinto da vila de Castro Daire para que em meu nome possa dar de emprazamento à Excelentíssima Senhora Dona Maria Margarida de Castro de Almeida Novais, da vila de Mões, hum bocado de Moita que possuo contíguo à Quinta da mesma Excelentíssima Senhora em Castro Daire pelo foro e condições que ao dito meu Procurador parecerem convenientes, o que lavrei por firme e válido. Lisboa, vinte de Outubro de mil oitocentos  cinquenta e dois = Barão de Castro Daire. E não constava mais no dito Alvará de Procuração, escrito em meia folha de papel de selo de quarenta reis, cuja letra e assinatura reconheço ser do próprio Excelentíssimo Barão». (ms. Escritura de Emprazamento» B. Particular)  

Temos, então, que um dos parentes do Bispo, D. Manuel Vasconcelos Pereira que, como vimos, era neto de uma mulher do Custilhão, de seu nome, sem «dona anteposto» era simplesmente Maria Ferreira. Mas, com a passagem do tempo, ele veio a enroupar o seu primeiro nome com apelidos de famílias sonantes e a ser Barão de Castro Daire: Luís Malheiro Peixoto de Lemos Melo e Vasconcelos, que foi elevado ao baronato em 23 de Maio de 1840. (Wikipedia, Baronatos de Portugal)  

carrancas.redPICT1084A escritura mostra-nos que, residindo ele nesse ano, em Lisboa, continuava a ser proprietário em Castro Daire e a exercer aqui os cargos e a influência que lhe advinham do seu estatuto social, do poder económico e do poder político.  Uma vintena de anos após a data da escritura de emprazamento, ou seja no ano de 1878, ano em que veio a falecer, vamos a encontrá-lo a desempenhar as funções de Presidente da Câmara e, por sinal, mandar lavrar em ata um esclarecimento sobre a polémica pública levantada por Florêncio Duarte Pereira Pinto, da vila de Castro D’Daire, aquele que fora seu Procurador em 1852. Pela sua importância, eis a transcrição da ata da sessão da Câmara, de 5 de Outubro de 1878: «Disse o Presidente (Barão de Castro Daire) que lhe constava (…) que o senhor Florêncio Duarte Pereira Pinto se queixava por toda parte de que a Câmara lhe tinha tirado o pão e o votara à miséria, o que ele presidente não acreditava na boa fé destes queixumes, porque o senhor Florêncio não exercia emprego algum dependente da Câmara e do qual ele o demitisse ou pudesse demitir; que se o facto de o não prover em um emprego a que ele não tinha direito fora tirar-lhe o pão. Seguindo tão esquisita teoria, era o Governo, corporações e autoridades a quem competia dar empregos, obrigado a provê-los em quem os pedisse, muito embora estivesse ou não habilitado para eles e tivesse ou não justiça para os exercer e para lhes não tirar o pão e não os votar à miséria. Que para desafronta da honra da Câmara lhe pedia que fosse lançado em ata o que acabava de expor». (Liv. Actas das Sessões da Câmara de 1874-1878, fls 185v)

A Câmara concordou. Urgia saber a que a que se deveria queixume do antigo Procurador do Barão e a refutação desse queixume público pelo agora Presidente da Câmara. A resposta é seguramente política e na política o compadrio enquanto dura, tudo bem. Quando acaba, ecoa logo o ditado popular: «zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades».  

O caso é que pela ata da sessão de 7-9-1878, portanto cerca de um mês antes deste desabafo do Barão, Florêncio Duarte Pereira Pinto de Almeida, ficamos a saber que ele era o Administrador do Concelho. E na sessão de 14-9-1878 ele apresentou um ofício seu, acompanhado de outro do Governo Civil, datado de 13-9-1878, declarando a sua suspensão com vista a uma exposição em que pediria a sua exoneração do cargo de Administrador. E nestes meandros burocráticos, chegados à sessão de 19-10-1878 as coisas tinham serenado e resolvidas a favor de Florêncio. Desta vez o Barão perdeu a causa. Vejamos o que foi lançado na acta a tal propósito:   «O presidente deu conhecimento de um ofício recebido do Administrador deste concelho, com data de 5-10-1878, em que comunica para todos os efeitos devidos que em virtude do ofício do Exmo. Governador Civil, deste distrito e do alvará da mesma data e que acompanhou por cópia aquele mesmo ofício, reassumiu naquela data (5 do corrente) as funções de Administrador efetivo deste concelho. E lendo-se o ofício e alvará deste se vê que atendendo no que ele Governador Civil representou Florêncio Duarte Pereira Pinto de Almeida, o qual a seu pedido tinha suspendido (…) e tendo cessados os motivos porque ele tinha feito aquele pedido lhe foi levantada a suspensão». (Acta Idem fls. 186v)  

E é já na qualidade de Administrador do Concelho que Florêncio Duarte Pereira Pinto de Almeida assina a ata. O Barão de Castro Daire, desta vez não levou a melhor, contra o seu antigo Procurador. O facto de este pedir temporariamente a suspensão do cargo e fazer uma «representação» ao Governador Civil de Viseu, que decidiu a seu favor, mostra bem a força das influências políticas de quem sabia e podia mexer os cordelinhos.

Hoje será diferente?

Guitarra de Dr. GirãoRedzE o Barão de Castro Daire, tanto quando nos dizem as fontes manuscritas e o estudos consultados, faleceu neste mesmo ano de 1878, ano em que, entre tantas vitórias, teve de lidar com uma derrota. O seu antigo procurador e amigo, levou a melhor desta vez. Que o caso metia política e influências política de parte a parte, divergências vindas de longe, certamente, não tenhamos dúvida. A prová-lo está uma carta datada de 6 de Julho de 1841, remetida do Porto e assinada pelo Desembargador Bernardo de Lemos Aguilar dirigida ao seu amigo Pe António Bizarro de Almeida de Castro Daire, a propósito de umas eleições que visavam eleger um correligionário político para deputado.

Nessa carta o Desembargador dá todas as instruções ao seu peão no terreno e alerta para o seguinte: «É bem de ver que o nobre Barão faça das suas. Tu irás tomando nota dos seus passos para em tempo ser levado tudo em conhecimento do Ministro a quem elle decerto vai hostilizar. Creio que me entendes. Teu do coração. B. de Lemos» (Maço de correspondência - Solar dos Aguilares)  

 O nobre Barão de que nos fala Bernardo de Lemos Aguilar, como já sabemos, era Luís Malheiro Peixoto de Lemos Melo e Vasconcelos, nascido em 1811, a quem foi conferido esse título em 1840, como já sabemos também. Herdeiro do palacete mandado construir pelo Bispo de Lamego, D. Manuel Vasconcelos Pereira, cabe aqui relembrar que nesse palacete, sendo já propriedade da Família Pinto Basto, se acolheu, em 1907, o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia, na sua passagem por Castro Daire, como já reportei mais acima e no meu livro sobre a República ilustrado com a foto do Dr. António Cardoso Girão e a guitarra que ele dedilhou durante o sarau da noite.

 Posto o que, voltando  ao ponto de partida, isto é, à falta de documento comprovativo, presumo que só depois da morte do Barão de Castro Daire, em 1878, este palacete, passou para a família Pinto Basto, em cujas mãos se manteve até ser vendido a Bernardino Teixeira de Lacerda Pinto, depois da implantação da República, como amplamente documentei no meu livro «A Implantação da República em Castro Daire- I», editado em 2010. Os herdeiros de Bernardino Teixeira de Lacerda Pinto acabaram por vendê-lo a uma instituição bancária e nestes princípios do século XXI, mês de Janeiro de 2011, numa das partes do rés-do-chão funciona o «Millennium» BCP, noutra o «Museu Municipal» e no primeiro andar, uma parte mantém-se como moradia e outra parte alugada pela Câmara, para Auditório Municipal.


* Cf. meu livro «A Implantação da República em Castro Daire – I», edição da C. municipal, 2010.
[1] Cf. Casa Brasonada das «Eiras», neste livro.
  
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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.