POSFÁCIO-OLHAR E VER
Dos muitos prelos cujas fotografias estão disponíveis na Internet, do prelo mais simples ao prelo mais sofisticado, do prelo restaurado e embelezado com cores douradas, ao prelo moribundo e enferrujado, do prelo que atravessou a linha do tempo intacto, tal como foi concebido pelo seu criador, presumo eu, ao prelo que se apresenta amputado, qual soldado regressado das fileiras da guerra sem alguns membros, em todos, independentemente do seu estado e aparência, eu vi centenas de obras de arte, nas vertentes funcionais, ornamentais e decorativas. Eles me transportaram não apenas ao tempo de Gutenberg, ao tempo dos enciclopedistas, do iluminismo, ao tempo da Revolução Industrial, ao império do ferro e da metalurgia, mas também à Antiguidade Clássica através dos elementos artísticos, literários e míticos que incorporam.
Há muito que tenho denunciado publicamente o aproveitamento que determinadas ASSOCIAÇÕES regionais fazem dos dinheiros públicos em nome do DESENVOLVIMENTO e SUSTENTABILIDADE deste interior serrano. Fi-lo no meu livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura» sobre o desempenho do ICA, com sede no Mezio e fi-lo questionando, fotografando e filmando a colocação de monóculos de grande alcance a serra do Montemuro e arrabaldes, (a coberto de programas ditos de «DESENVOLVIMETO») alguns dos quais foram imediatamente roubados e outros se tornaram inúteis por «embaciamento». Fi-lo denunciando o embuste de «gravuras rupestres» na Fonte da Pedra, arredores de Picão (em texto e em vídeo) pois é tempo de, por estas bandas, se abrirem trilhos de SERIEDADE e não de OPORTUNISMOS de circunstância, pagos com dinheiros de todos nós.
TETE - NÓ GÓRDIO (5)
Uma expedição daquela envergadura não se fazia sem mantimentos, sem um número significativo de carregadores, muitos deles escravos fiéis e obedientes como os cães são aos seus donos, ao contrário de outros que se a esgueiravam na primeira oportunidade, abandonando cargas e encargos. Uma expedição dessas, dizia eu, não se fazia sem guias experimentados, conhecedores dos dialetos e costumes, conhecimentos advindos, sabe-se lá como, mas, seguramente, relacionados com o livro do comércio de ouro, marfim, escravos e tudo o mais que, no comércio, relaciona terras e gentes e interesses comuns. E também soldados como já vimos acima.
GRAVURAS RUPESTRES NO MONTEMURO SÃO UM EMBUSTE |
17-08-2007 20:55:09 |
No meu livro «Julgamento», editado no ano 2000, e, posteriormente, em artigo de imprensa (Lamego Hoje) disse que «na serra do Montemuro, ao lado do velho e desactualizado caminho que liga a povoação de Picão à Cruz do Rossão, mais ou menos a meio do percurso, no sítio designado «Fonte da Pedra», está um complexo de penedos com «gravuras» que alguns arqueólogos, entre os quais Domingos Cruz e Raquel Vilaça, «baseando-se nos estudos de C.T. Silva, publicados nas «Actas das III Jornadas Arqueológicas (1977), vol. I», com o título «Gravuras rupestres inéditas na Beira Alta», dizem pertencer às «estações de arte rupestre».* |