HERÓIS DA SERRA
Neste mês de setembro passei parte dos serões a ver cowboys e a apreciar as suas relações afetivas com o gado, vacas e cavalos à sua guarda, ou ao seu serviço. E, em cada coboiada na conquista do oeste, nariz virado ao futuro desconhecido, eu vi uma aventura de cada ser humano na conquista de um lugar ao sol, de algo que fosse seu, um pedaço de chão resguardado dos quatro ventos, com cobertura adequada para o desvio das chuvas e as neves.
ENCONTROS E DESENCONTROS NAS ENCRUZILHADAS DE VIDA
Estaríamos nos anos 50 do século XX e eu rondaria os 10 anos de idade. Eram tempos do pós-guerra, de carência e racionamento em tudo quanto se comia e se gastava por este Portugal afora. Uns, para sobreviverem e outros para manterem o nível de vida que sempre tiveram.
Então, como hoje, a crise nunca é igual para todos e, nessas circunstâncias, regressando eu com o gado Touça fora, vindo dos lados do Rio Mau, encontrei pouco antes do Santo António, sentados e encostados a uns penedos, vários caçadores vindos da zona do Porto a desfazerem o seu farnel.
Escravo do tempo,
Pintor
Sem dono
Nem senhor,
O outono
Puxou
Da paleta
Pincéis e tinta
E assim
Pintou
O jardim
Que vejo
E mostro aqui.
Pintor
Sem dono
Nem senhor,
O outono
Puxou
Da paleta
Pincéis e tinta
E assim
Pintou
O jardim
Que vejo
E mostro aqui.