Trilhos Serranos

APAGÃO

Sempre que nuvens negras de saudade

Pairam sobre a minha alma solitária e fria

Ela do triste estado se alivia

Transformando em versos a tempestade.

MANIFESTO ANTI «DANTES»

O «Dantes» julga-se rei

Tem a dinastia na alma

Tem a corte na família, compadres e amigos

Não admite sucessores em vida

Ocupa as funções por herança.

Perdi a conta aos textos que escrevi e publiquei com o título em epígrafe. Em pricípio numerei-os. Depois deixei-me disso e, porque lhe perdi a numeração, fiquei-me preguiçosamente pela designação simples de tudo o que escrevi reportando-me a este espaço de estudo e entretenimento, espaço que, em meu juízo, é o “mais democrático” dos espaços disponíveis onde se colocam fotografias, onde escrevem e onde se expõem ideias e emoções, coisas elaboradas de sabor e saber académicos, de interesse colectivo e futilidades pessoais que, não interessando sequer ao Menino Jesus, são de grande relevância psicológica para os seus autores. Por exemplo: quanto não vale partilhar com os amigos reais ou “virtuais” uma flor do nosso jardim, ou colhida algures no campo? Quanto não vale “parabenizar” um amigo em dia de aniversário? Quanto não vale mostrar que existimos e que estivemos nas Caraíbas, em Cuba, em Punta Cana ou nos PASSADIÇOS que viraram moda por este Portugal enfora?

PENEDO FÁLICO NA SERRA DA NAVE

Numa sociedade de tabus, onde é pecado falar de sexo, mamas e cus, foi assim mesmo que, levantada a pino, torre sem sino, do chão erguida, no meio da penedia espalhada a esmo na serra da Nave, um dia, descobri um penedo e ledo corri a observá-lo e a pô-lo aqui mesmo.

ARTES E LETRAS

Centenário (sei lá se milenar) ele, o velho castanheiro da LEVADA DE FAREJA, acusando as mazelas das muitas IDADES MÉDIAS que testemunhou no TRIBUNAL DO TEMPO, repelindo as mazelas da lepra tão frequentes nas épocas que atravessou, está a cair aos bocados, podre de velhice. Não tarda nada dele restarão somente as fotografias e os vídeos que eu pus no mundo.