Trilhos Serranos

PARA CÁ DO MARÃO...MANDAM OS QUE CÁ ESTÃO »

Independentemente das reflexões que outros autores tenham feito sobre tão carismática e badalada expressão - «para cá do Marão, mandam os que cá estão» -  entendemos ser oportuno discorrer sobre ela no livro cujo protagonista nasceu no concelho de Santa Marta de Penaguião. E não cometeremos nenhum erro de lesa-pátria, se dissermos que foi nesse reduto geográfico, como vermos já a seguir,  que ela teve a sua origem.

CUJÓ - A ORIGEM DOS «FRANCESES» - 2

No artigo anterior, no sentido de lançar alguma luz histórica (não estórica) sobre a provável ascendências dos moradores de Cujó conhecidos pela alcunha de «franceses», citando G. da Costa, disse que, no último quartel do século XVIII, mais precisamente em Abril de 1774, «faleceu em Cujó Manuel Monteiro de Carvalho, sepultado na capela local e que seu contemopâneo, na paróquia,  era o «cirurgião licenciado António Pereira de Morais, casado com Ana Morais, de Cujó, que ainda vivia em 1785 e baptizou um neto em 1789».

 

CUJÓ - A ORIGEM DOS «FRANCESES» - 1

O historiador quando escalpeliza os testamentos não o faz conduzido pela mão da necrodulia, mas antes ciente de que é através deles que mais seguramente penetra nas profundezas da mente humana, no pensamento escatológico de uma época, do pensar, sentir e agir dos testadores que, às portas da morte, procuram dar sossego às suas almas e comprar o céu espiritual do outro mundo a troco dos bens materiais de que se gozaram neste e não podem levar consigo. Tudo através dos testamenteiros, advogados e tabeliães.

 

 

PEDAGOGIA

De há uns anos a esta parte, tornou-se moda, em Portugal, mergulhar na Idade Média em diversas localidades do país com a realização das já famigeradas  "Feiras Medievais", atempadamente divulgadas, quer através de cartazes e rádios locais,  quer através de órgãos de comunicação social de mais ampla difusão. 

Há muitos anos, estava tal moda somente no seu estado embrionário, corri à cidade de Viseu, ao Largo da Sé, onde tinha lugar um desses eventos.

Passei-me por ali com muito gosto, apesar de fazer isso mais numa postura de aprendizagem do que numa postura de entretenimento, ainda que, em simultâneo, pudesse fazer, como fiz, as duas coisas.

 

PEDAGOGIA

 A não ser um ou outro espírito vesgo e provinciano, qual o Português de lei que não se regozija com a “Expo’98”, acontecimento que decorre em Lisboa 500 anos depois da chegada de Vasco da Gama à Índia? Qual o professor que, ciente, embora, dos desmandos que os nossos navegadores, incluindo Vasco da Gama, praticaram sobre os íncolas (cala-te boca, não fales nisso!) se não orgulha do momento áureo que os nossos indígenas maiores registaram nas páginas da História Universal?  Pois é. Foi devido a este espírito patriótico, universalista e humanista que eu e os meus alunos do 6ºE, aproveitando o momento que passa,  desembarcámos noCais do Oriente desejosos de conhecer a Europa e o mundo, ávidos por saborear os grandes  cozinhados lusos, condimentados com gindungo e pimenta que baste.