Trilhos Serranos

QUEM MANDA?

O texto que se segue resulta do visionamento do vídeo que anexo em rodapé, para que os meus amigos não antecipem o meu estado de senilidade. Foi publicado no meu mural do Facebook, em 31 de dezembro do ano passado (2019) mas, por lapso meu, não o alojei neste meu espaço onde procuro exercer, até onde a luz da inteligência o permitir,  a alongada profissão docente, de mistura com a ironia e humor, como sempre fiz, no ativo. Possuo textos manuscritos dos meus alunos a dizer isso mesmo. Gostavam de «HISTÓRIA porque o “Sô’Tor” conta anedotas sempre a propósito”.

A EQUIPA DO FQACEBOOK, sempre atenta (graças à tecnologias de que dispõe) trouxe hoje esse texto ao capítulo das MEMÓRIAS e só então me dei  conta que ele merecia (mas não estava) figurar neste meu espaço, para onde o transponho com muito gosto.

PENSAMENTOS

Dias há que me sinto assim como que a fazer as malas, disposto a partir para longe. Assim como que a arrumar a casa, arrumar as estantes da biblioteca, tudo o que é pensamento e imaginação, criador e criatura, e abalar para nunca mais ser visto, nem ouvido, nem ler, nem lido.

É tempo disso. O confinamento imposto pela Covid-19 levou-me a bulir em arquivos materialmente fechados há muito, mas sempre abertos e escancarados em memória e sentimento. E tenho dado conta disso em textos e vídeos publicados, não faço segredo e sem medo, ciente estou de fazê-lo impelido pela consciência, pela obrigação humana, pelos tempos que correm e pelo exercício prolongado da profissão docente.

CONFINAMENTO – NATAL DE 2020

Quem me tem acompanhado nesta minha saga de intervenção cívica através das LETRAS, por certo se deu conta que, lesto a comentar e a louvar todo o ato criativo e artístico, demorei bastante tempo a escrever sobre o legado artístico da minha mulher MARIA MAFALDA DE BRITO MATOS LANÇA CARVALHO.

TABACO = ERVA-SANTA

No meu livro «Julgamento», editado em 2000, «romance histórico» no qual entrelaço a história documentada com a ficção, fazendo uso de um livro onde eram registadas as «entradas» e «saídas» dos presos na Cadeia Comarcã de Castro Daire, deixei escrito o seguinte:

PATRIMÓNIO MATERIAL E IMATERIAL

Julgo não ser novidade para alguém esta minha ligação à terra e, por conseguinte, à Natureza. Daí as minhas «CONVERSAS EM ANDAMENTO» alojadas no YOUTUBE, aqueles registos em vídeo que vou fazendo por matas, montes e barrancos, a falar de árvores (e com árvores) de plantas, de azevinhos, carvalhedos, urgueiras, giestais e a comparar a vestimenta que cobre a serra do Montemuro, nos meses de maio de cada ano, com uma dalmática de clérigo ou casaca e jaqueta de toureiro.  E alojados no Youtube estão também os vídeos que fiz com as minhas netinhas a colher as batatas granjeadas no canteiro do meu pátio, ali, onde a avó MAFALDA, professora e artista, que lidava com pinceis e cores, aguarelas e lápis de cera, lápis de carvão e fixador, como mostrei recentemente em vídeo - um tributo meu merecido e devido -  não hesitava em estragar o verniz das unhas e, da mesma terra, tirar a salsa e os coentros e demais plantas ornamentais ou de cozinha. Nós e a natureza. Isto muito antes de entrarem em moda as «hortas de Lisboa e arrabaldes», esse  novel e louvável projeto posto em prática por antropólogos, sociólogos, psicólogos, historiadores e paisagistas urbanos, com valor patrimonial bastante para entrar nos programas radiofónicos e televisivos. Basta estar atento e vivo.