Trilhos Serranos

SER OU NÃO SER PORTUGUÊS

Quando passeio o olhos pelo mapa da PENÍNSULA IBÉRICA e vejo essa “jangada de pedra”  nos tempos pré-romanos, romanos e pós-romanos,  fogem-me da memória o nome dos povos que habitavam esse território, das zonas que cada um deles ocupava, das conquistas e assaltos que reciprocamente se faziam, nomes de conquistadores e de conquistados.

e «nacionalistas» 

PINHEIRO (CASTRO DAIRE) - AI O MEU MENINO!

02-06-2011 13:13:10

Dário Pereira Loureiro, natural da aldeia de Pinheiro, com 74 anos de idade, neste ano de 2011, é, o que pode dizer-se, «um bom garfo acompanhado de uma boa pinga».

 

Foi durante anos companheiro de caça do Padre Duarte, que foi pároco naquela aldeia e meu colega, professor de História e de Português, na Escola Preparatória de Castro Daire. Com ele correu montes e vales, a seu lado abateu coelhos e perdizes, com ele se habituou a saborear o que é bom na vida e está apostado em manter o hábito enquanto puder, já que na juventude, dado o tempo da guerra que corria, tal como todos os jovens da sua geração, não pôde dar-se a tal luxo.

O AZEVINHO E O NATAL

Árvore sagrada dos Celtas, simbolo da “boa sorte, proteção, paz, felicidade e imortalidade”, passou, com igual significado simbólico, à civilização romana,  sempre usada durante as Saturnais (dezembro) como símbolo “de paz, saúde e felicidade e abundância” tempo de convívio, da troca de presentes e, ocasionalmente, ramos pendurados, em portas e janelas  “para proteção contra o mal”.

ODE À POBREZA - MANEL DA CAPUCHA, PEDINTE ANDARILHO

Como professor que fui de HISTÓRIA  e de PORTUGUÊS na Escola Preparatória de Castro Daire, sempre preocupado em ligar a História e a Literatura à vida, seleccionei, para leitura, propositadamente, o conto de Sophia de Mello Breyner Andresen que tem por título «O Búzio»,  aquele PEDINTE ANDARILHO que esmolava, correndo a praia, abaixo e arriba.

A terra era sua mãe e sua mulher, sua casa e sua companhia, sua cama, seu alimento, seu destino e sua vida. Os seus pés descalços pareciam escutar o chão que pisavam (...)».

Após a leitura e interpretação do conto, perguntei aos meus alunos se conheciam alguém no concelho de Castro Daire que lhes fizesse lembrar “O BÚZIO”. 

- Que sim, senhor! “Era o Manel da Capucha».

Estava atingido o primeiro objectivo da aula. Ligar a literatura à vida real e sabermos que os protagonistas dos contos literários podiam andar entre nós, fora dos livros, pessoas que nos rodeiam, que conhecemos, que falam connosco, que nos cumprimentam e que nos sorriem.

E eles, alunos e alunas troxeram à TURMA a figura do PEDINTE ANDARILHO, tal qual o conheciam:  “é um velho; é um pobre; pede na vila e nas aldeias; é meio careca; não se penteia; tem barba feia; tem defeitos no pescoço; cheira mal; tem roupa suja; usa uma capucha velha; não toma banho; tem sapatos rotos; anda muito direito; tem um bornal; às vezes leva um pau; é simpático; pegou-me ao colo uma vez; sorri para toda a gente. Eu gosto dele. Eu não gosto dele, etc. etc.”

Pronto. Tinhamos matéria plástica para um CONTO semelhante ao CONTO que acabávamos de ler. Tinhamos  assunto para discorremos sobre a ESTRUTURA DA NARRATIVA e dela extrairmos os RETRATO FÍSICO e o RETRATO MORAL   dos PROTAGONISTAS, matéria programada e obrigatória, nas aulas de PORTUGUÊS.

IN MEMORIAM

Em 12 de dezembro de 2021 publiquei neste meu site uma extensa crónica onde falei,  no RESTAURANTE FIM DO SÉCULO, em Castro Daire, com um amigo recentemente adicionado à minha lista do FOCEBOOK. De seu nome HERMENEGILDO BORGES, transmontano de gema, tal como eu e muitos outros, tivemos de abandonar as “berças” e procurar melhor vida por “longes terras”.