EX-ALUNA MINHA, COLEGA MINHA É.
É sempre gratificante para mim ser contatado por ex-alunas/os que, há muitos anos, se cruzaram comigo nas suas carreiras estudantis. Todos eles e elas. Cada qual, crescendo e andando, trilhou caminhos diferentes dos meus, fizeram-se à vida, e, em diferentes terras, agarraram o ganha-pão das suas preferências naturais, ou aquele que social e economicamente lhes foi possível por forma a viverem honradamente, dignificando a família ascendente, descendente e colateral.
Mas outros, direi melhor, outras (e várias foram elas) abraçaram a docência, tornaram-se minhas colegas de profissão e passaram a saborear, há muito, a doçura que é pertencer ao MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, educarem crianças, e estarem prontoas/os a fazerem as malas e, ala, com guia de marcha em direção à escola onde tiveram a sorte de colocação e não ficarem no desemprego. Às vezes no fim do mundo.
Conheço bem esses trilhos. Essas andanças, o custo dessas deslocações, quer porque os mesmo trilhos pisei também, quer porque também a minha mulher, MAFALDA, colega de PROFISSÃO, igual comboio apanhou até se efetivar na Escola Preparatória de Castro Daire, onde exerceu, com dignidade e saber, até ao dia em que um cancro a forçou a abrir vaga, prematuramente. Foi em fevereiro de 1997, tinha 49 anos de idade.
Tudo isto vem a propósito do que se me oferece dizer sobre um contacto que ontem à noite, via MESSENGER, recebi de MARTA PONTES, uma ex-aluna minha, hoje colega de profissão, colocada no AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CASTRO DAIRE, onde está a coordenar o PLANO NACIONAL DAS ARTES.
À semelhança do que fiz com outros alunos e alunas, atitude de que já dei nota pública neste mesmo espaço de escrita, botei mão às cadernetas escolares (umas preciosidades) e fui confirmar a boa prestação “académica” que dela retinha na memória, desse tempo de criança. E lá estava ela. Aluna do 6. B, ano letivo de 1990/1991 e NOTAS dignas de respeito. É só ver, no fac-simile dessa ficha que fica a ilustrar o que digo, assinaladas com uma oval a encarnado. Foram ali postas e assinadas pelo meu punho e sabido é que, tudo aquilo onde está a minha assinatura, têm SELO DE GARANTIA.
Uma coisa me deixou triste, mas isso não se deve à aluna, nem ao professor. Eu explico. Em certa altura, as FICHAS ESCOLARES, impressas em formato vertical, não ostentavam as fotografias dos alunos. Ideia de uma qualquer cabeça iluminada, alguém na Escola entendeu mudar o formato delas, a disposição dos elementos constitutivos e, numa decisão economicista evidente, bastava prantar no LIVRO DE PONTO uma folha A4 com as fotografias dos alunos. Nessa cabecinha isso tinha a vantagem do professor fazer uma avaliação mais justa durante a correção dos pontos e não ser influenciado pelos efigie (bonita ou feia) que cada qual tinha na caderneta.
Estou certo que estas e outras medidas não passaram sem o meu protesto que, à semelhança de outros que fiz, em semelhantes situações, por lá andarão perdidos nas atas das reuniões de TURMA ou CONSELHO PEDAGÓGICO, onde tive assento como DELEGADO DE DISCIPLINA de HISTÓRIA que fui alguns anos. Só não estarão lá, seguramente, as correspondentes animosidades decorrentes desta minha forma de exercer PEDAGOGIA DENTRO E FORA DA ESCOLA, título de algumas crónicas minhas publicadas na altura no jornal “Notícias de Castro Daire” e recentemente recuperado em textos que escrevi e vídeos que fiz prestando um TRIBUTO DEVIDO à minha ESPOSA. É só cirandar pelos TRILHOS SERRANOS onde vou deixando a minha pegada pessoal, ditada pela consciência e dignidades humanas.
Dito isto, a PROFESSORA MARTA PONTES, fez-me chegar o link e o LAYOUT (foto acima) de um espaço ONLINE criado pelo AGRUPAMENTO no propósito de aliviar o CONFINAMENTO a que estamos submetidos por força da COVID19. Eu aqui deixo esse ROSTO tal qual pude capturá-lo do ecrã do meu Ipad para ilustração. Falta somente o cabeçalho https://aecastrodaire.wixsite.com/casadopatrimonio. É um desafio à COMUNIDADE para cada elemento dela dar o seu contributo ao preenchimento dos espaços ali abertos, com o título “O TEU PATRIMÓNIO É A TUA CASA, FICA EM CASA”, numa alusão clara à situação de clausura em que nos encontramos, cientes do distanciamento social a que nos obriga uma cidadania esclarecida e cumpridora das leis.
Já conversámos, eu e ela, pessoalmente muitas vezes. Quando ela estava ausente de Castro Daire, todas as vezes que nos encontrávamos na vila, era uma alegria. Diferentemente foi, depois que assentou arraiais por cá. Há muito que não nos encontrávamos, nem contatávamos.
Ela fê-lo agora e deu-me conta de visitar assiduamente dos meus TRILHOS SERRANOS http://www.trilhos-serranos.pt/index.php e do meu CANAL NO YOUTUBE. Que já utilizou conteúdos meus que publiquei nesses dois espaços e perguntava se podia continuar a fazê-lo.
Claro que lhe disse que sim, advertindo somente que os meus trabalhos não fossem “deturpados” e devidamente “citados”, o que obriga todo o estudioso a remeter para as fontes. Feito isso, tinha carta-branca. Era uma forma de, pela via virtual, proibidos que estamos de fazê-lo fisicamente, eu voltar à Escola, onde já não ponho os pés há largos anos, pois, não é meu feitio entrar onde não sou convidado.
Mostrei-lhe o agrado pelo GRAFISMO do LAYOUT da página, tanto mais que ele tem algo de semelhante com o dos meus TRILHOS SERRANOS que, com o mesmo agrado também aqui deixo, certo de que serão muitos os meus colegas que o ignoram e passarão a conhecê-lo.
Bem-haja Marta.