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sábado, 01 junho 2019 05:57

LIVRO ABERTO E ILUSTRADO (h)

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A VERDADE É COMO O AZEITE VEM SEMPRE AO DE CIMA

BOMBEIROS - POR OUTRO «PRÓS E CONTRAS»

«Como cidadão castrense, defensor de valores sociais e culturais, que constituem a nobreza do nosso concelho, venho seguindo, com atenção, a polémica que, sob este título, se tem instalado nas colunas do nosso jornal.

 

Dr. Costa pinto

Quero que fique bem claro que me recuso a criticar quaisquer pessoas, em concreto, nem a forma ou conteúdo, com que na polémica intervêm, deixando a outros a avaliação do mérito ou demérito que das respectivas intervenções advêm.

Desejo, outros sim, expressar os meus respeitos e consideração pelas pessoas de todos os intervenientes, bem como pelas respectivas opiniões.

Por mim, e por várias razões, penso ter sido bem melhor que esta polémica não tivesse tido lugar, e que, talvez, ainda seja tempo, de acabar com ela retroactiva e futuramente, para bem das Instituições, da comunidade e, até, das próprias pessoas, directamente, implicadas.

Posto isto, porque penso que a paz é fruto da justiça e da verdade, tive a ideia de trazer a minha pedrinha, para ajudar a construir essa paz.

Eu vejo aqui três pontos distintos, constituídos por factos inconfundíveis, embora relacionados no tempo e no espaço.

Primeiro ponto: O Dr. Abílio Carvalho escreveu um livro acerca da Instituição dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire e decidiu oferecer àquela Instituição o valor monetário dos seus direitos de Autor e venda do livro.

Segundo ponto: A actual Direcção da referida Instituição decidiu rejeitar a oferta do Dr. Abílio de Carvalho.

Terceiro ponto: O desencontro entre a oferta e da sua rejeição resultou da apreciação feita pela mencionada Direcção acerca do livro referido do Dr Abílio de Carvalho.

Quanto ao primeiro ponto, parece tratar-se duma acção benemérita, digna de louvor, em beneficio da Instituição; a sua bondade não depende nem da atitude da Direcção, nem do tema, nem das qualidades, ou falta delas, do livro que o Dr Abílio escreveu. A oferta é, em si, uma realidade boa para a Instituição, nem que de um criminoso, sem crime, viesse.

Passando ao segundo ponto, convém ficar assente que a Direcção não é a Instituição, nem os seus membros o pretendem, certamente, ao serviço dela se consideram, sem dúvida. Penso ser consensual que a oferta referida só beneficiaria a Instituição, mesmo que Autor e livro a desprestigiassem. E, sendo assim, não estará a Direcção a incorrer no âmbito de administração danosa de que deverá prestar contas? Creio, bem, não poder a Direcção acobertar-se com a, sempre discutível, avaliação que fizer do livro do Dr. Abílio de Carvalho; ele não ofereceu o livro; ofereceu o produto dos seus direitos de Autor: valor pecuniário.

E vindo, finalmente ao terceiro ponto, respeitando, embora, a opinião crítica que a Direcção faz do referido livro, que, ainda, não vi fundamentada, tenho de dela discordar, pelas razões seguintes.

a) Da leitura cuidada do livro não se vê onde se fundamenta aquela crítica.

b) Por outro lado, é do domínio publico, e glória da comunidade concelhia, que o Dr Abílio Carvalho é um historiador, licenciado em História, com nome firmado nas letras portuguesas, nesta vertente da cultura e na crítica da especialidade, o que supõe a apreciação da sua honestidade, seriedade e competência, virtudes que os verdadeiros críticos lhe reconhecem, sem restrições.

c) O Dr. Abílio tem obra feita que muito honra o nosso concelho e as suas gentes; os seus livros aí estão admirados, saboreados e utilizados por todos, como iniludível referência de saber e cultura.

d) É evidente que não é historiador quem quer; mas quem sabe; e sabe quem estuda; quem veste o fato de trabalho, nos caboucos da heurística e queima as pestanas nas mesas das leitura interpretativa da propedêutica.

O historiador, na linha de Fernão Lopes, não se orienta pelo agrado ou desagrado que o seu trabalho pode causar, nem para louvor ou vitupério de ninguém. Isto, se acontecer, serão os factos que o produzirão»*

NOTA 1: Crónica do Dr.  Costa Pinto publicada no «Notícias de Castro Daire» de 2006-05-10 e inserta no meu livro «Memórias Minhas», editado em Setembro de 2006.

NOTA 2 - TEXTO RANSCRITO DO MEU VELHO SITE «TRILHOS SERRANOS» HOJE MESMO PARA ESTE MEU NOVO ESPAÇO ONLINE, COM VISTA A QUE ACTUAIS AUTARCAS NÃO ALEGUEM IGNORÂNCIA SOBRE O DESTINO DO LIVRO E DAS VERBAS RESULTANTES DA SUA VENDA. E BEM ANDARIAM SE JUNTO DO «DEPARTAMENTO JURÍDICO DA AUTARQUIA« SE INTEIRASSEM DOS «DEVERES» DA EDITORA (A CÂMARA MUNICIPAL) E DOS «DIREITOS DO AUTOR» QUE NÃO PERDEU A «PATERNIDADE» DA OBRA, NEM DE NUNHUM DOS DIREITOS CONSAGRADOS NO RESPECTIVO «CÓDIGO DOS DIREITOS DE AUTOR E DIREITOS CONEXOS», INCLUSIVE  OS «SEUS DIREITOS DE PREFERÊNCIA» NA COMPRA DOS EXEMPLARES, EVENTUALMENTE EXISTENTES EM STOK.

 

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.