Se era verdade ou era peta
Isso a ninguém importava
Toda a gente acreditava
Pois origens teve no rei Minos
Senhor de todos os destinos.
Eram crenças de outrora
Mas vejam o que se passa agora
Pois outro vai nascer, por certo.
Aconteceu num campo aberto.
Ela, amante da natureza
Cansada da viagem com certeza
Escolheu sítio para descanso.
Mas eis que um touro manso
Pastando, por ali, em redor
Da vítima se fez violador
E montando-a pelas traseiras
Ali a emprenhou, sem maneiras
Apanhada, assim, de surpresa
A vítima não teve defesa
E quem tal viu, agora reza
Para que mais dia menos dia
Não venha a nascer uma cria
Semelhantemente à de Creta
(Não é conversa de treta)
Pai e mãe lhe dão a diferença
Logo vista à sua nascença
Coisas que a natureza adopta
Por ser filho de touro e mota
Será o moderno Motatauro
Fruto de virgindade sem restauro
Perdida ali, em campo aberto.
E os arautos que por certo
Defendem os “direitos dos animais”
E na sociedade outras cotas
Que dirão esses que tais
Sobre este violador de motas?
Abílio/2020