Em redondo
Sem uma letra por perto
É o estrondo
Certo
Do tambor
Que noite e dia
Longe leva
A novidade
A poesia da dor
E da alegria
Do acontecimento
Que a tribo canta e chora.
No mundo civilizado
Em qualquer canto do globo
Onde exista uma réstia do sentido tribal,
Do tempo das antas e orcas
Mesmo que já não exista o lobo
Nem tribo
Mantém-se o ritual
De chorar e cantar
A morte de Saramagos e dos Lorcas
Se não erro muito no que digo.
Abílio/ 2014
sábado, 18 abril 2015 10:24
Escrito por
Abílio Pereira de Carvalho
MORTE
Lá, nos confins do globo
Onde vive uma tribo
Que ignora o mundo
E o mundo a ela ignora
(O que eu escrevo e digo!?)
Lá, onde espreita o lobo
E outros animais da selva
Pode estar, nesta hora,
A ter lugar o ritual da morte
Ligado a um membro dela
Que, por qualquer sorte,
E de qualquer idade,
Deixou de falar, cantar e dançar.
Onde vive uma tribo
Que ignora o mundo
E o mundo a ela ignora
(O que eu escrevo e digo!?)
Lá, onde espreita o lobo
E outros animais da selva
Pode estar, nesta hora,
A ter lugar o ritual da morte
Ligado a um membro dela
Que, por qualquer sorte,
E de qualquer idade,
Deixou de falar, cantar e dançar.
Publicado em
Poesia
Abílio Pereira de Carvalho
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.