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segunda, 13 abril 2015 16:57

O BEIJO

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No dia do BEIJO não resisto a colocar neste meu espaço a versalhada que publiquei, há anos, no meu velho site "trilhos-serranos.com", botão POESIA

O BEIJO

 

O beijo

É água que apaga

E incendeia 

A língua de fogo,

A chama 

Da fogueira que arde

E se ateia

Na alma de quem ama.

O beijo

Quem o nega?

É o jeito de tocar

De tactear, saborear

De noite ou de dia

A boca, o rosto

A geografia

Do corpo exposto

E disposto à entrega.

O beijo

Dado em campo aberto

É tudo:

É inocência, é gozo

É sofrimento, é dor, 

É cumprimento

É despedida, é luto.

É amor, acto

E pensamento.

O beijo

É mel

É sal

É desejo.

Dado em recato

Mamoa

Outeiro

Ou cova funda

É pecado mortal

Que certa moral

Excomunga.

O beijo

Bem no fundo

É quimera

É realidade, é sonho

Tão velho como o mundo.

É silêncio, é vagido

É Céu, é Inferno.

É prazer, é vida.

É Primavera, é Verão

É Outono, é Inverno.

Quem o não sabe?

Quem o não sente?

O beijo é rosa a abrir

É pétala caída

É passado, é presente

É devir.

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.