Eu ponho os olhos em tudo
Nas pessoas, casas, plantas
Ruas e, às tantas,
Nesta minha postura
De ver e ler o que me rodeia
Da presente e passadas eras,
Eia,
A câmara aponto
E, “clic”, pronto,
Levo comigo a beleza,
“A graça, o garbo, a gentileza
O enfeite”, enfim,
Toda a sinonímia
Que o Lello Universal
Atribui à palavra “donaire”.
Estou em Castro Daire
E, se bem escrevo e digo
Levo comigo
A moradia paroquial
Que não é, mas já foi,
Morada de clérigos e abades.
E vê-la assim,
Não me dói,
Pois, com graça do Senhor,
Arranjaram aposento melhor.
E, sim,
Neste meu rudo
Esforço de leitura
Escrita e estudo,
A ver e ler o que me rodeia,
Eia,
Na postura certa ou errática
Não fui ao Doutor,
“Sabe tudo
E mais não sei quê”,
Ao senhor GOOGLE, professor
Perguntar o que ele sabe
Sobre esta beleza
Sobre esta dalmática
De abade
Bordada pela Natureza
A ouro, prata
E violeta, verde, rubi
Tal qual se vê.
Tal qual vi.
Um poema a cores
Nascidas do chão
Vistas jamais.
Um livro pagão
Pejado de amores
E iluminuras medievais.