Aquela planta
Que cada ano
Depois do inverno
Despido
Aparece vestido
De ouro
Garrido
Aveludado
Atrativo
Repulsivo
E belo.
Um castelo
Uma sentinela
Em cada espinho
No caminho
Que atravesso
E sigo.
Gosto do tojo
Assim travesso
Atrativo
Espinhoso
Tal qual é.
E porque o aprecio
O acraicio
Que planta,
O tojo
Um paradoxo
E nele a humanidade inteira.
Nascido do chão
Deitado ou de pé
Em cada espinho
Uma sentinela
Vigilante.
(Miro-a num instante)
Ela é a planta
Que me anima
A caminhada da vida.
Vestido de oiro
Foi-se o agoiro
Do inverno.
E o tojo que vejo
Sobre o qual versejo
Neste dia,
É mesmo um atestado dela.
E dele e dela
Aqui deixo a fotografia.