Fomos ao todo sete.

Uma guerreira

A mais velha,

Que lutou de sol a sol,

E bem merece o céu

Para quem nisso acredita.

Teve 15 filhos ao todo

Mais do dobro

Dos irmãos que fomos

E somos

Mas só sobreviveram dez.

Viveram em Vila Cova-a-Coelheira

E, como coelhos,

Com ou sem conselhos,

Puseram a caminho os pés

E buscaram no mundo trabalho.

Uns abalaram

Outros ficaram

Exigência da vida e da honradez.

No mundo espalhados

Longe dos progenitores

Os que abalaram

Fazem pela vida

Honrada

Como fizeram mãe e pai

Humildes senhores,

Nesse tempo que lá vai.

Vai a sepultar amanhã

Com 90 anos de idade.

E sem saber o que era a mocidade

Soube o que era ser mãe

A vida inteira.

Uma guerreira

Esta minha irmã

Hoje, sempre, amanhã

A Maria Pereira.

Abílio/dois março/2023

Numa sociedade cristã como a nossa eu não podia espera procedimentos diferentes, face ao texto que escrevi e serviu de notícia que deixei no meu mural do FACEBOOK relativa ao falecimento da minha irmã mais velha. E a forma de agradecer a todos os que mostraram a sua SOLIDARIEDADE humana apresentando-me os seus SENTIMENTOS eu aqui lhes deixo a minha gratidão, nestas linhas, mais o arranjo gráfico que dei ás suas mensagnes. Assim:

 58 Carla Carvalho, Celestino Pereira e 56 outras pessoas

69 comentários

Com feito essa minha irmã mais velha, conhecida na aldeia por Maria Pereira e em Vila Cova-a-Coelheira por «quijota» (por ser originária de Quijó, como se dizia e escrevia então) cedo aprendeu a dar o seu colo aos mais novos. Filha mais velha de Salvador de Carvalho e de Gabrielina Pereira (ao todo sete irmãos)  capucha dobrada pelo cotovelo, aprendeu a ser mãe antes de sê-lo. Andou comigo ao colo e com o irmão mais novo. E quando as minhas investigações sobre a História Local me levaram à fotografia que ilustra este apontamento, mostrando um bando de crianças nas vila de Castro Daire, em frente ao «Forno das Pimponas», ali ao lado do atual coreto, onde se vê uma criança com outra ao colo só podia trazer-me à lembrança essa minha irmã, já que disso eu não tenho memória. Era ela que mo dizia e, estudadas as famílias antigas, dúvidas não havia. Pois certo era, como bem mostra a fotografia, que os mais velhos adultos se tornavam tomando conta dos irmãos mais novos. Mesmo à frente de um FORNO onde se cozia PÃO. Mas essa é outra história.