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segunda, 20 julho 2020 14:09

TRANSUMÂNCIA DA SERRA DA ESTRELA PARA A SERRA DO MONTEMURO

Escrito por 

A VERDADE E A MENTIRA

Não, não e não!

Um HISTORIADOR não deturpa a HISTÓRIA, nem confunde FACTOS REAIS de trabalho, a forma de ganhar a vida dos PASTORES DA SERRA DA ESTRELA, com RECREAÇÕES FOLCLÓRICAS LOCAIS de ENTRETENIMENTO e de CONVENIÊNCIA, a coberto dos nossos “usos e costumes”.

 

PRIMEIRA PARTE

Qual MARAVILHA, QUAL NADA! 

coração - CópiaOs REBANHOS de Castro Daire, nunca fizeram TRANSUMÂNCIA. E querer fazer COISA NOSSA que nunca foi, e, para mais, integrá-la na “NOSSA CULTURA, USOS E COSTUMES” é uma autêntica  ALDABRICE  que pode servir os OBJECTIVOS FOLCLÓRICOS DOS SEUS PROMOTORES e BENEFICIÁRIOS dele, recebendo  “X” por cabeça, mas nada tem de verdadeiro e de HISTÓRIA.

Como cidadão e como HISTORIADOR não vou por aí, jamais darei cobertura a tal EVENTO. Já fiz vídeos. Já escrevi textos contra essa forma de DELAPIDAR o ERÁRIO PÚBLICO. 

Foi PREGAR NO DESERTO. Mas ainda estou vivo e ainda tenho voz.

E o curioso, é que eu fui PASTOR antes me passar parte da vida  a decifrar pergaminhos, manuscritos e estudos da especialidade. Talvez por isso e por ter calcorreado montes e vales atrás do rabo dos ovinos e caprinos é que rejeito o FOLCLORE, os tambores, bombos, pífaros, pandeiretas e mais fitas coloridas que engalanam e deturpam uma tarefa de trabalho, suor e cansaço, uma forma esforçada de ganhar a vida.  PASTORES, GADO E CÃES. É só ver e refletir nas imagens que vemos  no vídeo que se segue, de 1990. 

UM DOCUMENTO AUTÊNTICO.

Os pastores, os protagonistas da narrativa, merecem o respeito dos vindouros. Fazer FOLCLORE em torno deles é uma afronta à honrosa e esforçada profissão que tiveram. Não é HOMENAGEM...é AFRONTA. 

  https://youtu.be/2nnrh1rjojk

 

SEGUNDA PARTE

coração - CópiaO texto anterior, v.g. a PRIMEIRA PARTE destas minhas reflexões sobre um tema CANDENTE, foi publicado no nomeu site «trilhos serranos» no dia 16 p.p., com porta aberta no mural facebookiano «CASTRO DAIRE…SEM MEDO…MAS ATENTOS».. exceto as ilustrações que, que aqui se incluem por, entretanto, terem chovido em Castro Daire, por tudo quanto é mesa de café e esplanada, mas sem a mínima indicação dos promotores da Festa, «MARAVILHAS DA CULTURA POPULAR»  certamente seguros do RIDÍCULO que é quererem transformar um facto histórico sazonal – a TRANSUMÂNCIA DOS REBANHOS DA SERRA DA ESTRELA PARA A SERRA DO MONTEMURO – num evento FOLCLÓRICO LOCAL integrado «cultura  castrense».

Vou repetir, pois quero deixar bem vincada (e de uma vez por todas) a minha postura cívica sobre o assunto (de cidadão e de HISTORIADOR) pois tenho para mim, por respeito aos meus ex-alunos, aos meus ex-professores e instituições que me formaram, que a HISTÓRIA e a CULTURA são coisas sérias demais para serem tratadas com a ligeireza facebookiana  e elevadas ao estatuto de MARAVILHAS DA CULTURA POPULAR, com arraial e tudo, só porque «a coisa» se presta convenientemente a projetos delapidadores dos «erário público» ou «fundos europeus», semelhantemente a outros projetos que tenho vindo a denunciar, em texto e em vídeo, ao longo do tempo.

E muito de admiro que a RTP se tenha prestado a fazer eco de um evento que  deixei «claramente visto» no vídeo datado de 1990 (integrado em anexo) a que somo, agora, outro cujo entrevistado distingue  bem, sem quaisquer interesses de permeio, a VERDADE DA MENTIRA.

 

TERCEIRA PARTE

Em 17 de julho de 2014 postei na minha página do Facebook o texto que se segue:

coração - Cópia«PORTUGAL EM CRISE

Retomo o assunto anterior, isto é, a forma como Portugal era visto em 1890 pelo articulista de "O Paiva" e sublinhar as afirmações ali feitas que bem gostaria de ver comentadas pelos sábios da nossa praça em assuntos de POLÍTICA e de HISTÓRIA, ou, à falta deles, por pessoas simples que, percebendo pouco de HISTÓRIA e nada de POLÍTICA, têm miolo bastante para estabelecerem a comparação, entre as "moscas..." e o resto. São as seguintes:

"Os nossos principais inimigos existem no país. São os senhores das conveniências e dos arranjos. São os esbanjadores dos dinheiros públicos. São os aduladores da corte. São os falsificadores da representação popular. São os que sacrificam o bem público ao particular (...) os escândalos sucedem-se com frequência espantosa (...)"

Assim mesmo, amigos meus. Escrito e publicado em 1890, tempo de MONARQUIA, de REIS e PRÍNCIPES.

Em que regime estamos nós? Quantos anos passaram já de REPÚBLICA? Quem são hoje os elementos da CORTE e os seus bajuladores? Quem são os senhores das conveniências e dos arranjos, a nível nacional e local? Quem esbanja os dinheiros públicos? Quem falsifica a representação popular? E os escândalos, políticos, morais, financeiros, a sucederem-se em catadupa não têm conta.

Não, não e não. Calar isto é ser CONIVENTE com isto! E de nada serve BERRAR pela ÉTICA REPUBLICANA, pois o silêncio fala mais alto».

Trazido capítulo das MEMÓRIAS, no pp. Dia 17, pela EQUIPA DO FACEBOOK, dei-lhe novamente visibilidade e recebeu os comentários que se seguem de dois amigos devidamente identificados:

Nuno Lopes Vieira  - Desesperante! A persistência em despertar consciências, continuamente e sem baixar a guarda, é missão nobre e necessária em qualquer época!»

Ao que respondi:

 Abílio Pereira de Carvalho Diz bem, amigo, diz bem. Mas este meu PROCEDER tem-me trazido alguns AMARGOS DE BOCA. Só que sou assim, não me vergo aos PULHAS a quem a carapuça encaixa muito bem, mas fingem não saber, nem ler o que escrevo. Esta gente PERDEU A VERGONHA.

NOVO COMENTÁRIO:

 Nuno Lopes Vieira - Por isso perseverança continua a ser uma virtude, na defesa de valores essenciais à condição humana.

E OUTRO AMIGO:

Luis Furtado Figueiredo -  Mas podemos continuar, e continuamos, a olhar de frente.

 

QUARTA PARTE

BODEComo atualmente  decorrem nos tribunais os casos sobejamente conhecidos ligados aos «DONOS DISTO TUDO» e aos silêncios daqueles que, fosse por dever de cidadania, fosse por dever de profissão, não deviam ter ficado calados, eu aqui, ao contrário deles,  deixo o meu testemunho, o grito de uma espécie de homens em vias de extinção, que é não calar, que é denunciar publicamente, mesmo contra ventos e marés, aquilo que de «MARAVILHAS  DA CULTURA POPULAR»  não tem a ponta de um corno, só tem é suor, ranho e trabalho transumante na luta pela sobrevivência. Reparem, absorvam e partilhem o conteúdos dos vídeos anexos.

O resto é treta, a que só os ignorantes ou mal informados BATEM PALMAS. 

VIDEO DE 1990

 https://youtu.be/2nnrh1rjojk

VIDEO DE 2020

https://youtu.be/DOCqfBfhKUM



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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.