PRIMEIRA PARTE
Em 24.07.1680, em vereação, determinava-se que para proteção dos moradores da vila e termo “dos males do contágio por haver notícias certas de que na cidade de Cádis e por toda Santa Maria e outros mais lugares do Reino de Castela, continuam os ditos males que Deus Nosso Senhor nos queira livrar a todos os cristãos (…) e porquanto esta vila tem poucos moradores e o trabalho dos guardas ser muito grande [era preciso vigiar os transeuntes], mandavam (os oficiais) que viessem a guardar todos os moradores das Piçarras, Monte da Ameixa, Furamatos, Horta do Bom Nome, Filipeja, Ferragudo, Cachamorrinha, Monte de José Pires, que chamam Monte Novo, Cabeças de Cima, o Montinho Bernardo, Rouseira, Vale do Gonçalo, Perdigoa, Monte da Xaminé, Cabeceiras, Álimo, Longos, Monte da Xaminé de Domingos Mestre, Lagoa do Sarilho, Almoleias de Baixo, Caldeireira, Carrascal, Serro do Lírio e daí todas as mais pessoas que estivessem moradores das confrontações para dentro. Do que os ditos oficiais, mandaram fazer este termo (…)”.
SEGUNDA PARTE
Cuidadosos e atentos ao mal que grassava, qual COVID dos nossos tempos que paralisou companhias aéreas, fábricas e tudo o que publicamente mexia, mal passaram dois meses e novas medidas foram adotadas a bem da SAÚDE PÚBLICA. Assim:
Em 12.10.1680, em vereação António Barradas de Bairros dava conhecimento aos oficiais da Câmara que o senado da Câmara o havia “eleito por guarda-mor da saúde e que nesta vila se faz uma feira franca no terceiro domingo deste mês de outubro donde se ajunta de várias partes deste reino mais de oito mil pessoas e que é impossível a ele dito guarda-mor defendê-las e que não venham à dita feira e que de cirem pode prejudicar a saúde e também, não havendo feira,, os terrádegos da feira aplicados à Igreja das Chagas pelo que representava a eles, ditos oficiais da Câmara que dispusessem e ordenassem o que fosse mais justo para o serviço de Deus e logo pelos ditos oficiais foi dito que se lhe tomasse o seu requerimento e que eles defeririam como lhes parecesse justiça e razão e se informariam das mais partes desta Comarca se seguardavame consultariam com o Provedor conforme a ordem que veio sobre se guardar e de tudo mandaram fazer este termo (…)”
NOTA: “guardar” = trata-se de vigiar as pessoas sobre a doença que teria surgido em Cádis que referi na PRIMEIRA PARTE. De notar é a existência dos «topónimos» e designação dos MONTES espalhados pelo «term da vila». Defender os «toponimos» é defender o património histórico, aqui, everwere, partout, por toda a parte.