Trilhos Serranos

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domingo, 29 setembro 2013 15:07

GRIJÓ - CASA BRASONADA

Escrito por 

CASTRO DAIRE

Vindo de um jovem arquitecto, de seu nome João Marques, dizendo-se interessado no estudo arquitectónico da Casa Brasonada de Grijó, concelho de Castro Daire, recebi recentemente um mail no qual me alertava  para a discrepância que encontrou na informação histórica por mim publicada no meu velho site «trilhos-serranos» (com remissão para o jornal «Voz do Montemuro», de 1985) e a informação publicada no livro «Castro Daire»(1986), da autoria de Alberto Correia et alii. Assim: 

GRIJÓ-1-21 -  Trilhos-serranos»: «A casa brasonada de Grijó, bem como todos os seus bens rústicos, constituíam um morgado que vinha de longe, já que, em 1631, Manuel Ribeiro Coelho e a sua irmã, Maria Coelho, instituíram uma capela de setenta missas anuais «sob os bens do vínculo ou morgado da Nossa Senhora de Grijó».

2 – Livro «Castro Daire»:  «(...) Poucos anos depois, em 1681, nova capela se vem a juntar àquelas, a da Senhora da Conceição, da Quinta de Grijó, cabeça de um vínculo instituído por Manuel Ribeiro Coelho e sua mulher Maria Coelha. (in Castro Daire, p.245)

E face às divergências encontradas, esse jovem pedia-me um esclarecimento, caso pudesse dar-lho. E, fazendo fé na sua informação,  sem curar de saber se tal discrpância existia ou não, pois, de imdiato, não fui verificar, respondi-lhe da seguinte forma:

«Na divergência da data entre 1631 e 1681, descortina-se facilmente uma gralha entre o 3 e o 8. O que não é difícil acontecer quando os números não são escritos por extenso. Não sei onde é que os autores de C. Daire foram buscar essa data. Eu servi-me de uma escritura e, por norma, nas escrituras as datas eram escritas por extenso. Manda-me a prudência não afirmar uma e negar a outra. Só consultando novamente a Escritura. Também eu não trocaria «irmã» por «mulher», mas, nisto, como na data, só verificando.Grijó-manuscrito

Na parte que a mim dizia respeito, impunha-se, pois, uma verificação, tanto mais que eu nunca dera por essa divergência. Pés a caminho e toca a  rebuscar nos meus arquivos, tal como em menino, rebuscava, nos chãos da familia,  as castanhas que se escondiam sob a folhagem, no fim de colheita. E, no dia seguinte, remeti-lhe fotocópia do fac-símile da parte da «Escritura Pública», onde se verificava estar certa a informação por mim escrita, quer nos meus «trilhos-serranos», quer  no jornal «Voz do Montemuro», onde o assunto foi tratado mais amplamente e para onde eu remetia. 
Mas, por via das dúvidas,  entendi, divulgar aqui esse mesmo documento.  Concluindo:
de posse dos textos que me chegaram por mail, a seguir repostos: 

1 -  Trilhos-serranos»: «A casa brasonada de Grijó, bem como todos os seus bens rústicos, constituíam um morgado que vinha de longe, já que, em 1631, Manuel Ribeiro Coelho e a sua irmã, Maria Coelho, instituíram uma capela de setenta missas anuais «sob os bens do vínculo ou morgado da Nossa Senhora de Grijó».

2 – Livro «Castro Daire»:  «(...) Poucos anos depois, em 1681, nova capela se vem a juntar àquelas, a da Senhora da Conceição, da Quinta de Grijó, cabeça de um vínculo instituído por Manuel Ribeiro Coelho e sua mulher Maria Coelha. (in Castro Daire, p.245)

As dúvidas foram desfeitas, sem ter necessidade de recorrer aos arquivos da Torre do Tombo ou do Vaticano, ainda que de coisas ligadas à religião, isto é, ao sufrágio das almas se trate.


Abílio/2013

 

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.