As fotos e vídeos que têm sido publicadas no FACEBOOK são ilustrativas do grau de POLUIÇÃO que por ali vai, devido, segundo dizem, às ETARES situadas a montante. Não fomos ao rio, mas fomos à serra.
Mas, a par destas DESGRAÇAS, é gratificante para mim, ver-me chegar à caixa do correio analógico uma “pen” com uma excelente REPORTAGEM em vídeo (formato digital) feita em 2001 por MANUEL DA COSTA SANTOS, aquando do “FORUM MONTEMURO 2001” organizado e patrocinado pelo Município de Castro Daire e “ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DE PEIXENINHO”, aldeia à qual estou ligado afetivamente por ter ajudado a levantar ali uma casa de porpianho, na qual algumas das pedra, assentes nos seus alçados, foram por mim picadas e postas em esquadria, a pontos de poderem ser assentes e darem corpo ao edifício. É uma das minhas honrosas pegadas líticas.
Assim sendo, como podia eu ser insensível à REPORTAGEM feita por MANUEL DA COSTA SANTOS, na qual ele põe em evidência a minha colaboração nesse FORUM, tanto na palestra que fiz no AUDITÓRIO MUNICIPAL sobre o MOSTEIRO DA ERMIDA, como durante a VISITA GUIADA que fizemos aquele monumento medieval, onde falei sobre a sua história e, à revelia dos cânones dominantes, pus em relevo o “ERÓTICO ROMANICO”, ali presente, à semelhança de outros templos cristãos do mesmo estilo e da mesma época, nomeadamente no “ROMÂNICO DA CANTÁBRIA”? Basta só navegar na Internet.
Colaborador assíduo do “Notícias de Castro Daire”, assumindo-se frequentemente como “REPORTER”, não há evento ligado ao concelho, seja adentro dos limites das suas fronteiras, seja lá por Lisboa, na “CASA DO CONCELHO DE CASTRO DAIRE” que escape à sua atenção e ao seu olhar.
A sua sensibilidade jornalista ficou patente na manipulação da sua câmara de filmar no decorrer do FORUM acima referido. O destaque dado aos elementos que filmou, fez dessa reportagem um autêntico e exclusivo documento histórico
E eu, que tão injustamente procedi com o senhor PRESIDENTE DA CÂMARA, João Matias, tal como com o senhor PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL, Dr. João Duarte de Oliveira, nunca lhes agradecendo (a nenhum deles) as palavras por eles proferidas em 1995, na cerimónia de lançamento do meu livro “Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura”, onde eles fizeram justiça à obra e ao autor (o primeiro, falecido prematuramente e o segundo, devido à sua idade avançada e estado de saúde, incapaz está de, neste ano de 2020, receber os meus agradecimentos), tendo sido injusto para com eles, dizia eu, decidi-me a não proceder assim com este cidadão que, de forma desinteressada (e não sem custos) muito tem contribuído para levar longe o nome da Castro Daire e suas gentes. Decidi escrever estas linhas, devidamente ilustradas.
Creio que só MANUEL AMORIM, também ele colaborador que foi do “Notícias de Castro Daire” (casado e sepultado em Faifa) tinha tal sensibilidade para a notícia. Este foi já merecedor de um vídeo que lhe dediquei alojado no Youtube, no qual se vislumbra bem o seu desalento (e da sua família) relativamente à falta de reconhecimento público pelo trabalho desenvolvido em prol do REGIONALISMO, cá, no concelho e lá, em Lisboa, na CASA de que ele foi um fundador. Com toda a razão.
Ora eu, que me considero bastante avarento no que toca a distribuir elogios e méritos a pessoas cujos feitos escapam à minha tabela de valores, não quero ficar no rol daqueles que injustamente procedem para com os filhos da terra que dão mostras públicas de assumirem a sua identidade e “NATURALIDADE” para usar uma palavra inscrita num dos cartazes do “FORUM MONTEMURO 2001” acima referido, cuja reportagem me chegou às mãos e eu dividi em RETALHOS que publiquei no Youtube.
Mas “não há bela sem senão”. Feita em 2001, o tempo se encarregou de deixar as suas marcas nos intervenientes, na idade e na saúde. E não foi sem alguma angústia que vi um dos organizadores do FORUM (meu colega e amigo) a fazer uma intervenção tão animada LÚCIDA e sabê-lo, atualmente, incapaz de se reconhecer ali e me reconhecer a mim, atacado por essa “maleita” que reduz a memória a ZERO e faz dos seres humanos mortos-vivos, sem tino nem norte.
Se calhar, por saber e ver isso, é que me tornei tão lesto a fazer justiça a MANUEL DA COSTA SANTOS, agradecendo-lhe a “pen” que me remeteu por correio tradicional, e por tudo o que tem feito pela divulgação daquilo que é nosso: a NOSSA TERRA e a NOSSA GENTE.
E, de caminho, todos os demais concidadãos que, em qualquer tempo e espaço (meus amigos ou não) procedem ou procederam de igual forma. Tudo enquanto tenho consciência de possuir esta centelha de lucidez, de humanidade e de juízo crítico capaz de distinguir o BEM do MAL, à margem de todos credos religiosos e/ou políticos.
https://youtu.be/G3EDsyvxuNs